Born This Way - Jikook | LIVRO 12 | MY ABO UNIVERSE

EU NASCI PARA TER UMA CHANCE

Capítulo 8 – Eu nasci para ter uma chance

Jimin observava todos ao seu redor e ouvia tudo com atenção. Fred parecia incomodado também, mas não dizia nada em voz alta. A terapia em grupo era sempre assim. Era sempre difícil.

Ouvir tantos relatos de preconceitos e pessoas intolerantes, deixava Jimin com um nó no estomago, uma sensação de choro presa na garganta. Um aperto no peito que parecia não passar. Kim Namjoon, o psicólogo responsável, os ajudava como podia, mas ainda assim era difícil lidar com tudo aquilo.

– Falou com seus pais? – Fred questionou enquanto saiam do consultório e Jimin concordou cabisbaixo, pensando em Maria, a ômega que havia sido expulsa de casa por estar namorando com outra ômega, como se isso mudasse quem ela era.

– Eles querem vir no fim de semana. – Resmungou enquanto observava o sinal do semáforo se fechar para poder atravessar. – Eles estão preocupados com o fato de eu estar na fraternidade errada.

– Porque não avisou eles que teve problema com a inscrição logo no começo? Eles poderiam ter te ajudado. – O alfa questionou confuso, enquanto o conduzia para a cafeteria que tinha ali perto e Jimin apenas deu de ombros.

– Eu não queria uma grande confusão e mesmo que tenha sido um saco na época, não queria que eles se preocupassem. Eles são superprotetores e desde o incidente na época da escola, eles ficaram meio paranoicos, pra me mandar voltar pra casa é dois minutos.

– Só você pra chamar ser espancado como incidente. – Fred murmurou. – Eu não julgo eles, também ficaria paranoico se tivesse encontrado meu filho como eles te encontraram. – Jimin suspirou.

– Isso é passado. Aconteceu faz muito tempo, não tem por que viver nele. Eu sou outra pessoa agora. Sou quem eu nasci pra ser. Aquelas pessoas não podem me atingir mais e meus pais não deveriam temer isso também. – Afirmou tentando se convencer disso. Ainda tinha medo, era claro que tinha. Sempre tinha aqueles que queriam partir para a violência física e Jimin não gostava daquilo.

– Bom, a única pessoa que me bateu foi meu próprio pai. – Fred murmurou com rancor abrindo a porta para o ômega. – Mas queria ver ele tentar fazer isso agora que eu não to mais sozinho e indefeso.

– Ele é covarde, Fred. Você sabe. Todos eles são. – Jimin respondeu com agonia. – Mas vamos sobreviver. Todos nos vamos. – O alfa concordou e logo fez sinal para chamar um garçom.

– Frappuccino de Morango e um Expresso com creme. – O alfa pediu e sorriu ao ver o beta se afastar para buscar os pedidos. – Vai apresentar o seu Jun para seus pais? – Provocou e o ômega corou.

– Eu não tenho muita certeza. – Resmungou. – Entrei com um pedido na reitoria hoje de manhã. Vou tentar uma vaga em uma fraternidade ômega de novo.

– Por quê? Pensei que tivesse tudo bem? – Questionou chocado.

– É. E estava. Até que nos masturbamos no mesmo quarto. – Fred arregalou os olhos ao escutar aquilo e Jimin concordou. – A linha está se apagando. Eu quero ele e sinto que ele não vai negar se eu pedir por isso. – Suspirou. – Vai ser melhor se eu sair do quarto, se eu conseguir me afastar, me manter distante.

– Acha mesmo que isso é o melhor? – Fred questionou com um olhar severo e Jimin estranhou aquilo. – Jimin? Você sempre me diz que eu vou encontrar o alfa certo, o cara certo, alguém que vai me amar e me aceitar como eu sou e quando você encontra, você quer o afastar? Sair de perto? Jura mesmo? – Jimin abaixou a cabeça pensativo. – Sejamos sinceros, você tá com medo e eu consigo entender isso. Ele significa muito pra você e você não quer que ele sofra, mas não acha que ele deveria poder decidir isso?