Collin Denvers

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Sabe quando você tem um trauma que nunca conseguiu superar? Ou nunca sequer tentou ? Eu sou assim, ou era. Isso mudou quando eu conheci Beatriz Buttovysck.

Meu nome é Collin Denvers, tenho 20 anos e morei toda a minha em Vancouver ( Canadá ) com meus pais.

Sempre gostei da minha liberdade, saia sempre com meus amigos, pra festas e barzinhos, bebíamos como se não houvesse amanhã.

Em uma das festas da universidade eu bebi tanto que tive um coma alcoólico, passei um mês no hospital internado. Meus pais ficaram putos comigo e resolveram me mandar pra morar com meus tios em Nova York.

Tudo isso foi culpa dela, Emily, meu primeiro amor. Quando eu tinha 15 anos me apaixonei por ela. Emily era da minha sala, sempre andávamos juntos e eu acabei me apaixonando por ela.

Na época eu era um iludido do caralho, me declarei pra ela e fui rejeitado. Pensei que poderíamos pelo menos voltar a ser amigos.  Mas me iludi novamente, Emily foi embora pro México na semana seguinte. Desde então decidi que nunca mais iria me apaixonar novamente, isso até agora.

Faço faculdade de medicina veterinária, muitos dizem que eu não combino com tal profissão, mas estão errados. Eu amos animais desde criança, todos os cães de rua eu queria adorar.

(...)

Quando cheguei em Nova York, achei tudo uma grande merda, não sei o por quê das pessoas gostarem tanto dessa cidade.

Fui do aeroporto direto pra casa dos meus tios.
A casa deles é realmente luxuosa, não esperava menos de uma casa em Manhattan.

Minha prima até que é gente boa, Mary também faz faculdade de veterinária. Inclusive... minha maior motivação nesse lugar é a Cornell, dizem que é uma das melhores universidades do país.

Um dia após minha chegada eu já tenho que ir a faculdade.

Fui com Mary a pé, ela disse que gostava de ir caminhando e que iria encontrar com uma amiga no meio do caminho.

Não sou muito chegado a caminhar, espero que não seja longe.

(...)

Caminhamos por cerca de 10 minutos até chegarmos em frente à uma casa com um jardim digno da minha mãe.

Em frente a casa estava uma garota alta que mexia distraidamente no celular.

Na medida que íamos nos aproximando pude notar outras características dela.

Ela estava vestida com uma blusa e uma calça preta e calçava um tênis branco que se destacava em meio ao preto das roupas.

Sua pele é um pouco bronzeada, e seus cabelos são loiros. Ela tem um corpo bonito, não tem nem seios e nem a bunda muito grande, são perfeitos.

Ela nota nossa presença e nos olha fixando seu olhar em mim.

Seus olhos são escuros, e ela usa óculos que combinam com o contorno delicado do seu rosto.

Foi nesse dia que conheci a Bia.

(...)

Poucas semanas depois Bia e eu nos tornamos amigos, na verdade um pouco mais que isso, nos pegamos as vezes.
Começamos a ir juntos a faculdade, jantei na casa dela e formos a praia juntos.

Por falar em praia, aconteceu uma coisa que eu não gostei, um idiota de olhos azuis que é amiguinho dela, tava quase comendo ela com os olhos, e isso me deixou puto.

O pior é que eu não posso ficar puto, isso significa que eu estou com ciúmes, e se eu estou com ciúmes é por que eu sinto algo por ela. Não posso sentir nada por ela.

Concordei comigo mesmo que era apenas um ciúmes de amigo. Assim como no dia em que ouvi ela e a Mary falando que tinha um encontro com o idiota.

Mas tudo foi por água abaixo quando conheci o babaca ruivo, Nick. Esse cara não me engana, paga de bom moço com essa história de serem o primeiro amor um do outro. E que porra de promessa é essa ?

Estou morrendo de ciúmes, admito. Estou fodidamente apaixonado pela Bia. Mas não vou dizer a ela, não posso continuar apaixonado. A minha única opção é me afastar.

E foi isso que eu fiz, Bia com certeza percebeu isso e veio me perguntar se estava tudo bem. E eu como o covarde que sou, respondi que sim.

Ver o rosto chateado durante o caminho de volta pra casa foi torturante. Queria abraçá-la, beijá-la, mas não posso. Sempre fico me lembrando de como ela estava linda quando nós transamos, ainda posso sentir todos seus toques na minha pele.

Sabe o que doeu mais ? Ver ela no dia seguinte, ela passou sem nem me olhar e foi sentar com o loiro idiota. Na sala ela trocou de lugar e agora se senta do outro lado da sala. Sei que a decisão de tomar distância foi minha, mas não tinha ideia de como isso machuca. Tudo porque eu sou um covarde do caralho.

(...)

Já passou duas semanas que não estamos nos falamos, já pensei várias vezes em deixar isso pra lá e dizer que a amo, mas tenho medo.

— Acho que deveria falar com ela cara.— Rubens disse me olhando preocupado.

— Também acho. Vocês dois são adultos, resolvam isso conversando. — Minha prima falou já cansada dessa situação.

— Vocês não entendem, então não se metam nisso. — Falei saindo da mesa.

Fui pra sala e me sentei no meu lugar, a sala tá vazia ainda.

Pouco tempo depois o sinal toca e todos entram. Todos menos ela, será que ela não vem hoje ? Sei que ela realmente não gosta das aulas da segunda, mas ela não faltaria.

— Com licença professor. —  Escuto uma voz conhecida e olho pra porta.

Vejo o idiota de olhos azuis, ele me olha rapidamente e depois pro professor.

— Beatriz Buttovysck me pediu pra lhe entregar isso. — Ele fala entregando um envelope ao professor.

Que porra tá acontecendo?

Quando Dylan sai da sala vou atrás dele.

— Ei. — Chamo e ele vira pra mim.

— O que foi?

— Cadê a Bia ?

— Ela não te falou ? Pensei que fossem amigos.— Ele debocha.

— Onde ela está Dylan !? — Falo perdendo a paciência.

— Não tenho obrigação alguma de te dizer. Mas como eu sou um cara legal eu vou falar... Bia foi pra Califórnia.

Quando ele falou senti meu corpo gelar, e as lembranças de quando Emily foi embora voltar. Não acredito que isso está se repetindo. Deixo o idiota loiro e vou em direção a sala da Mary, preciso ver a Bia, ela não pode ir embora.

O Primo da minha melhor Amiga Onde histórias criam vida. Descubra agora