South Side - Vinnie Hacker

Insônia

Domingo 3:00 am

Desperto lentamente a medida que meus olhos vão se abrindo eu despertava cada vez mais, e a minha visão ainda se encontrava embaçada devido ao sono, mas mesmo assim eu deslizei uma de minhas mãos no tecido dos lençóis da cama em busca de um corpo, assim que eu toco em seu braço e sinto seu calor, me tranquilizei por ele ainda estar ali, abri os olhos por total e percebi que estava de madrugada quando eu ligeiramente noto o relógio digital em cima do criado mudo marcando exatamente 3:00 am eu queria muito voltar a dormir, mas a minha insônia me dominou, então me levantei da cama devagar para não assustar Vinnie, e é claro não acordá-lo, abri a porta do banheiro e no mesmo instante adentrei nele, fechei a antiga porta de madeira e fiquei parada com as mãos recostadas na pia encarando o meu reflexo, eu notei o quão diferente eu estava, agora meus cabelos já não eram mais longos, eles eram demasiados curtos e batiam em meu pescoço, minhas imensas olheiras entregavam que eu já não tinha uma boa noite de sono a dias, eu parei meu olhar em meu corpo, ele de fato tava diferente, minha pele estava mais pálida que o normal, considerando o fato de que lá no Lado Sul quase não fazia sol quente, eu adquiri mais corpo, mas ainda tinha cicatrizes do ato cruel que a Nessa fez comigo, ainda tinha os braços queimados pelo ácido, e se você olhasse bem de perto e atentamente, ainda conseguiria ler a ameaça que Nessa arranhou com tanto ódio, eu ainda não compreendo esse ódio tremendo que ela sente por mim, eu nunca fiz nada a ela...

— Priscila - ouvi Vinnie chamar meu nome bem baixinho do outro lado da porta

— Sim? Estou aqui no banheiro - falei e logo após destranquei à porta e sai de lá e voltei a deitar na cama, ao seu lado

— Insônia?- Perguntou, mas pareceu uma afirmação, como pergunta retórica

— Sim, talvez eu esteja ansiosa ou sei lá - eu falei simples, sem dar muita bola

— Não fique...tente descansar, você vai precisar de energias - ele falou

— Posso te fazer uma pergunta ? - Questionei ele curiosamente, eu precisava saber disso

— Depende - ele falou desconfiado

— Promete que não vai surtar? - falei para minha própria segurança

— Minha cabeça está em modo sono, acredite eu não sou capaz de surtar uma hora dessas, meu sono predomina - ele explica

— O que realmente aconteceu com os seus pais, eles têm haver com essa história, eu tenho me perguntado isso a muito tempo, mas tive um certo receio, você surtou da última vez, sério literalmente - eu perguntei meio receosa

— Certo, me desculpe por isso...Meus pais são um assunto muito complicado, eles não têm nada haver com o que aconteceu, mas eles foram consequências por causa disso - ele tenta me explicar, mas não deu muito certo

— Tudo bem não precisa me contar agora, eu só preciso saber, onde eles estão...- eu tento entendê-lo de outra maneira

— Meu pai, preso e a minha mãe internada em um hospício , meu irmão saiu da cidade - ele falou rapidamente, sem enrolação

— Preso? Hospício? Por que seu irmão sairia da cidade? - eu metralho várias perguntas

— Está fazendo aquilo de novo Sinclair - ele fala suspirando e fechando os olhos

— É eu sei, to fazendo muitas perguntas ao mesmo tempo - falei balançando a cabeça

Ele fechou os olhos, e quando eu ia questionar ele mais uma vez, ele leu os meus pensamentos tapando minha boca, para que eu não fizesse mais perguntas a ele, eu revirei os olhos e eu rapidamente tirei suas mãos de minha boca, então eu comecei a tagarelar diversas coisas em seu ouvido, okay...Talvez eu estivesse caçando jeito de irritá-lo, pois era isso que aparentava, quando ele se move rapidamente e pega uma almofada e joga fortemente na minha cabeça, não na intenção de machucar, obviamente.

— Gente aonde desliga essa menina pelo amor de Deus - ele fala bufando soltado um "GRRH" irritado com todas as minhas perguntas

— Eu não sou uma máquina para ser desligada Vinnie - falei o óbvio para ele

— Para minha infelicidade não - ele rebateu

— Eu estou sem sono, preciso conversar com alguém, para depois retornar a dormir, me entende ? - eu falei com um sorriso

— Tadinha da Avani - ele fala - Fala matraca, mas espera eu pegar meu fone de ouvido

Assim se passou a noite, eu praticamente interrogava Vinnie, ele tentava responder às minhas perguntas menos indiscretas, e por causa dessa minha insônia, conheci muitas coisas sobre, quem era o Vinnie, antes de tudo isso acontecer com ele, depois de duas horas variadas perguntas, eu voltei a adormecer.

Na casa dos Gregg: (No quarto dos pais de Priscila) Sr Sinclair e Sra Sinclair;

— Eu já não aguento mais - fala a mãe de Priscila, pegando uma xícara de café

— Você precisa se acalmar meu amor, logo mais a polícia, vai encontrar a nossa filha, eu juro para você - fala o pai de Priscila tentando acalmar a esposa nervosa

— QUANDO? Foi uma péssima ideia aceitar vir morar nessa espelunca, tudo por causa de seu orgulho, nós tínhamos vários amigos que nos cederiam um teto, MAS NÃO, OS SINCLAIRS NÃO PODEM ACEITAR AJUDA DE NENHUM DELES - fala a mulher se descontrolando

— Você tem que entender querida, nós todos perdemos tudo, não podíamos viver nas asas de nossos amigos para sempre, somos adultos independentes - ele afirmou

— Olha onde a sua "independência" nos levou, eu estou grávida, com uma filha de 17 anos foragida da polícia, e sendo ameaçada de morte por esses vândalos que chamamos de nossos vizinhos, uma filha de 9 anos que sente muita saudade de suas amigas - fala a mulher já descontrolada, derramando lágrimas

— Vai das tudo certo amor, nós sempre demos um jeitinho em tudo, dessa vez não vai ser nada diferente, eu te prometo - ele fala

— Eu já cansei das suas promessas sabia? Já estou farta dessa vida que vivemos

— MAS ESSA É NOSSA VIDA AGORA, apenas aceite, e agradeça por ter cada célula de dólar ou de uma mísera moeda que você tem...você tá me entendendo? - fala seu marido já irritado com as atitudes da esposa

— Você é ridículo - ela fala batendo à porta do quarto e traçando logo a seguir

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