Se apaga

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POV Priscila

Você já teve a sensação de ficar presa em um lugar que lhe apresenta extremo perigo? Já teve a sensação de que tudo poderia acontecer mas você não poderia garantir nada, pois decidir se você continuaria viva, ou não, já saiu do alcance de suas mãos? Era exatamente isso que se passava comigo, uma fúria inigualável ocupava todos os quatro cômodos do local. Ao que me parece, uma máfia rival confrontou fisicamente um de seus componentes, e eles apelaram para a troca de tiros, e não importa quem esteja lá, eles vão lançar fogo, pois o ódio era tanto que não se atreveriam a hesitar tirar uma vida inocente, que não tinha nada haver...

— Se joga no chão - ouvi uma voz familiar de fundo, muito distante

E então eu ouvi a voz que ecoou no fim do túnel para mim, rapidamente me joguei no chão protegendo a cabeça com as mãos, a dificuldade de rastejar era grande devido aos resíduos dos materiais de vidro quebrados, mas com o desespero, a adrenalina cessou qualquer dor que aquilo poderia me causar. Os pequenos cacos de vidro rasgaram a minha pele facilmente, formando vários cortes em minha perna, mas não deixei que aquilo me abalasse então, continuei a abaixada, me arrastando até a porta mais próxima, tentando não ser pisoteada, já que o caos era imenso. Quando finalmente consegui atravessar a porta da saída, um alívio prazeroso tomou conta de meu corpo, e pude acalmar minha respiração.

— Priscila? - ouvi uma voz conhecida me chamar

— Kalena? Meu Deus, você viu que confusão foi aquela dentro da boate - falei tomando fôlego

— Não vi, eu já tinha saído a muito tempo, voltei a poucos minutos porque o tumulto na rua foi gigante - ela explicou

— Pera, mas se você chegou agora? Quem foi que me ajudou lá dentro? - perguntei

— Como assim ajudou? - ela perguntou

— É, gritaram para abaixar, uma voz bem conhecida, imaginei ser a sua, mas agora já nem sei mais - falei

— Pode ter sido qualquer um com um pouco de humanidade, mas olha pra você, toda cortada, acredite, você se salvou por pura força de vontade - ela falou

— Escuta, você sabe aonde estamos? - perguntei

— Sei, a gente tá numa estrada, que fica no meio dos dois lados, sul e norte - ela explicou

Tombei minha cabeça para cima observando a montanha que eu e Vinnie vínhamos, aonde trocamos nosso primeiro beijo, nosso primeiro "eu te amo", aonde tudo parecia certo, pois ali não importava quem você era, você estava seguro, se sentia livre, e independentemente de diferenças toscas, os detalhes não importavam.

— Por que você tá olhando pra montanha? - ela perguntou franzindo o cenho

— Oi? A-ah, nada não, é porque eu acho que eu sei aonde estou - expliquei, bom não era totalmente uma mentira

— Precisa de carona? Está meio avoada, imagino que esteja sozinha - ela perguntou

— Olha só se não for muito incomodo - eu falei

— Beleza, aonde é sua casa? - ela perguntou pegando as chaves do carro

— É, eu... É a terceira rua após a escola do lado sul, virando a esquerda - dei um endereço, obviamente não o do Vinnie, mas o do Nick

South Side - Vinnie HackerOnde histórias criam vida. Descubra agora