Bom, já se passaram 1 mês desde a chegada do senhor Dark na empresa, e depois daquele incidente, não voltamos a ter um desentendimento. Até porque o cavalo me ignora na maioria do tempo. Para terem uma ideia, todos os dias quando ele chega, eu dou bom dia, e ele responde? É claro que não, mas é a educação né, e eu temo pelo meu emprego.
Acabei de chegar no meu andar e comecei a trabalhar. Nisso, percebo que o senhor Dark tem duas reuniões importantíssimas, uma hoje, outra na segunda, ambas às 11:00 horas. Isso significa que vou ter que organizar tudo agora para a de hoje.
Começo pedindo alguns biscoitos e peço para a senhora do café preparar café e chá, assim como fazia nos tempos do senhor Joseph Dark (pai do Aiden Dark).
Droga! Já são 10:00 horas, e o senhor Dark ainda não chegou.
O senhor pontualidade acaba de chegar, e tenho que o comunicar da reunião, pois ele chegou muito atrasado. Já são 10:45, os acionistas e mais alguns investidores já devem estar para chegar.
Vou em direção ao elevador e começo a falar.
– Bom dia, senhor Dark – digo, nem esperando pela resposta, pois já sei que ela não virá. O senhor Dark segue caminhando. – O senhor tem uma reu- sou interrompida pela porta sendo fechada na minha cara, pois enquanto eu falava, o mula do meu chefe continuava andando.
– Cavalo – falo em português antes de bater na porta, e, ao ouvir um entre, já abro a porta porque agora só faltam 10 minutos para a reunião.
– Senhor Dark, eu vim avisar que o senhor tem uma reunião em 10 minutos.
– Mas é muito incompetente mesmo em - diz ele todo arrogante - por que não me avisou antes?
– Eu tentei, senhor Dark, mas o senhor bateu a porta na minha cara – digo seca.
– Olha como fala comigo, garota, eu ainda sou seu chefe.
– Primeiro, olha o senhor como fala comigo – digo já irritada – o senhor pensa que é quem? Bate com a porta na minha cara, depois me chama de incompetente. Seu, seu... – paro e então continuo em português – seu cavalo.
Ele abre um sorriso e diz:
– Eu sou seu chefe. O cara que pode te demitir e fazer com que você nunca mais consiga um trabalho, pirralha – ele fala, fazendo-me jogar o meu bom senso pro ralo.
– Olha aqui, seu arrogante filho de uma figa, quem você pensa que é para me ameaçar em – falo de uma vez e nem dá tempo de me arrepender – arrogante.
– Sabe, eu acho que esse seu mau humor todo aí é falta de homem – ai essa doeu – talvez esses garotos aí não estejam dando conta. Mimada – diz, dando um passo na minha direção e me fazendo dar um para trás.
– Grosso – que foi? Eu não podia ficar calada, ué.
– Chata – diz, dando mais um passo.
– Imbecil – digo indo para trás e percebo que já não tem para onde ir, pois dei de costas na parede.
– Maldita ninfeta – diz ele chegando mais perto de mim. Mas espera aí, ninfeta, merda.
– Idiota – assim que eu digo isso, ele dá mais um passo e fica bem pertinho de mim, ao ponto dos nossos rostos ficarem a centímetros de distância.
– Linda – diz ele chegando ainda mais perto, me fazendo preparar o meu joelho para o caso de ele tentar me beijar. E é o que ele faz. Mas no momento que nossos lábios se encontram, a porta se abre, revelando Matheus Black, o advogado da empresa que, nesse momento, tem um sorriso diabólico nos lábios.
– Desculpa atrapalhar, mas os investidores já chegaram há algum tempo e nenhum de vocês dois apareceu. Resolvi vir olhar o que está acontecendo – diz sério e depois volta a colocar o maldito sorriso e continua – então eu acho que seja lá o que esteja acontecendo pode esperar para mais tarde, – faz uma pausa – ou a noite, caso achem melhor – diz já saindo com o maldito sorriso.
Enquanto isso, o impertinente do meu chefe vai até a sua mesa, pega uma pasta e sai da sala em direção à sala de reuniões. Após alguns minutos, sigo o mesmo caminho; afinal, eu também tenho que participar da reunião.
– Bom dia a todos – digo assim que entro na sala de reunião, já procurando por algum rosto conhecido no meio dessas pessoas.
– Bom dia – respondem alguns, mas nesse momento os meus olhos se cruzam com os do Maxon Swart. Eu logo solto um gritinho e coro, me jogando em seus braços sabendo que tem vários olhares sobre nós, mas nesse momento eu não ligo.
O Max foi um dos meus colegas da escola particular em que eu estava, mas depois de tudo o que aconteceu e eu ter que mudar para uma escola pública, ele foi o único amigo que me sobrou. Nesse tempo, ele se tornou um irmão mesmo. De todos os meus amigos, ele é o único em que sabe de tudo o que aconteceu na minha vida.
– Seu idiota, por que não me dissestes que estavas no país? – pergunto tentando parecer com raiva, mas acabou que eu acabei sorrindo e voltei a o abraçar.
– Bom, eu queria te fazer uma surpresa e pelo visto eu consegui – diz, deixando-me um beijo no topo da cabeça. Ele se abaixa e diz no meu ouvido.
– Eu acho que a qualquer momento o Dark pode pular da cadeira e me estrangular – diz, deixando-me confusa. Assim que me viro em direção ao lugar onde se encontra o meu chefe, percebo que ele está com um olhar assassino conduzido na nossa direção, ou melhor, na direção do Max.
–A não liga para ele. Ele é um ogro mesmo. Agora vê se esquece essa mula empacada ali e me abraça– digo já voltando a o abraçar.
–Acho melhor procurarem um motel– diz meu chefe com um sorrisinho idiota no rosto e atraindo os olhares de todos para nós.
Apesar de saber que nunca aconteceu nada entre nos os dois essa ideia me deixou desconfortável, mas parece que não aconteceu o mesmo com o Max.
–Pode deixar Aiden que é exatamente o que pretendemos fazer saindo daqui.–diz ele retirando o sorriso do rosto do sr. Dark, o que me faz abrir um ainda maior do que aquele que ele tinha.
Ai Deus por isso que eu amo esse menino.
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Doce amargura
RomanceEm "Doce amargura ", Laura Alencar, uma brasileira destemida que busca reconstruir sua existência no Canadá após enfrentar uma tragédia devastadora aos 14 anos. Como secretária em uma renomada empresa canadense, Laura equilibra a busca pelo sucesso...