Nossos destinos foram traçados na areia da praia

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Mesmo que nossos destinos tenham se traçado na maternidade, demorei anos para ver Rose de novo. Cinco para ser exato, uma eternidade para mim, uma fração de segundo para outro qualquer. Foi numa viagem à praia, meus pais resolveram curtir aquele verão como uma família tradicional, mesmo que os Malfoys não fizessem o estilo de um verão praiano.

Minha mãe narrava que eu era tão pálido que quase me confundiam com a areia, só me destacava quando estava ao lado dela: Rose. Seu cabelo ruivo destacava-se, o vento o soprava e ela sorria com os dentes brancos e suas sardas. Seu pai não gostou quando eu me aproximei, ficou resmungando e ouvi sua mãe lhe dar um tapa no braço dizendo que éramos só crianças.

— Mas é filho do Malfoy…

— É só uma criança, Ronald!

— Não quero minha flor confraternizando com inimigos.

— De novo essa história?

— É um Malfoy, nada de bom pode... Aiiiii!- ele começou a acariciar seu braço.

Não entendia muito bem o que diziam, mas estava feliz demais porque Rose dava atenção a mim! Ela aceitou minha amizade prontamente.

— Lembre-se da nossa conversa sobre príncipes encantados! — o pai dela gritou assim que ela se animou a ir brincar de castelo de areia comigo.

Brincamos na areia o dia todo, queria a impressionar fazendo o maior e mais belo castelo. Já que o pai dela tinha falado de príncipes, nada mais natural que um castelo para uma princesa.

— Para a princesa mais linda, um perfeito castelo! — anunciei a ela mostrando minha escultura que havia demorado horas (ou assim parecia para um garoto de cinco anos) para construir. — Só está faltando o príncipe.

— Príncipes não existem, meu pai me disse, são invenções da indústria para garotas serem submissas aos homens!

Não sabia o que significava submissa só reparava o quanto ela ficava linda com a testa franzida e os braços cruzados.

— Posso ser o príncipe. — sugeri achando ser a resposta ideal.

Então a onda do mar invadiu a areia destruindo o castelo que havia feito.

Ela olhou sorrindo para mim.

— Sem castelo, sem príncipe. — parecia feliz com seu argumento e sua solução.

Fiquei sentado chateado na areia escrevendo meu nome atrelado ao dela, a onda apagava e eu escrevia novamente, a onda apagava e eu escrevia novamente. Um ciclo eterno. Queria provar e acreditar que nossos destinos estavam na areia da praia também.

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