Hope
Então é Natal... Eu não vou cantar essa música, se é o que estão pensando.
É Natal e pela primeira vez em muitos anos, eu estava feliz por ser Natal. A escola estava cheia de gente, mesmo nas férias dos alunos, os meus tios se encontravam entre essas pessoas, conversando com Kara e Diana sobre os gêmeos. Acho que a maior conversa na momento era sobre os meus filhos.
Josie tinha avisado que só ia procurar a irmã dela depois das festas, queriam evitar que as festas de final de ano fossem estragas para alguém, todos têm um pouco de noção que aquilo poderia acabar com a felicidade de alguém.
Falando nos gêmeos, nos filhos e tudo mais, estou na minha última consulta do ano. Eu e Josie tínhamos uma ótima percepção que eles estavam bem e que os batimentos estavam incríveis, mas Penélope não tinha, ela não tem uma super audição como eu e Josie para escutar os batimentos deles.
- Olha lá... Os meninos – Mary falou, apontando para a tela do ultrassom, a Penélope se Inclinou um pouco para olhar para a tela.
Olhei para a Josie, que estava encostada na parede, ela sorria para a tela, a morena cruzou os braços antes de encostar a cabeça na parede também, o olhar dela parou em mim e eu percebi seus olhos lacrimejando, a Josie deu uma piscadela na minha direção, me fazendo sorrir para ela.
- E eles estão saudáveis, escute os batimentos – Mary falou para Penélope, sabendo que eu e Josie sempre escutávamos os batimentos deles. Colocou os batimentos para Penélope escutar e como sempre, ela chorou, segurei a mão dela, tentando passar o máximo de confiança para ela.
Depois que Mary nos liberou, Josie seguiu para a cozinha, onde ajudará seu pai e Eliza com a ceia de Natal. Enquanto o restante estava arrumando toda a mesa para o jantar, o refeitório estava ajeitado, havia presente na árvore, uma enorme mesa no centro para todos comerem juntos.
Do topo da escada, eu via Nik, o filho da minha tia Freya, se divertindo com a Esme, filha da Alex Danvers, eles corriam por todo o refeitório, mesmo ele sendo um pouco mais novo que a garota. Todos me obrigaram a sentar, eu observei os mais novos brincando, imaginando como seria quando os meus filhos tivessem aquela idade, correndo pelos lugares, um atrás do outro.
Mas eu também sentia falta dos meus pais naquele momento, o único Natal que todos passaram juntos, eu ainda era um bebê, não me lembro como foi e os outros sempre foram apenas eu, minha mãe e a tia Freya, curtindo com uma pequena árvore de Natal e uma ceia feita no último minuto.
É diferente de hoje, todo o ambiente estava enfeitado, há presentes apenas esperando para serem abertos, crianças correndo e uma expectativa. Tinha uma energia mais calma e menos caótica que tem hoje, talvez por ter mais pessoas que nas ceias que eu fazia junto da minha mãe e da minha tia.
- Pensando no que? – Josie se sentou do meu lado, ela cheirava a massa de biscoito e levando em consideração que havia farinha na bochecha dela.
- Nas minhas últimas festas de final de ano – Respondi olhando para o meu primo e para a prima de Josie, ambos pareciam cansados no momento - Eu estou sentindo falta dos meus pais nesse momento.
- Eu sei que eu não deveria dar presentes antes de meia noite, mas vem - A morena levantou, acenando com a cabeça para eu seguir ela. Josie também acenou para Penélope seguir a gente - Antes que eles percebam.
Subimos as escadas correndo e seguimos para o quarto da morena. Mudou muitas coisas dentro do quarto dela durante esse ano, tem três camas, uma das paredes tinha fotos de todas as três com diferentes pessoas e cenários, entre as fotos havia a primeira imagem dos gêmeos, a Josette pendurou um saco de pancadas do lado dela do quarto, junto de alguns pesos.
Em cima da cama de Josie havia cinco presentes, há uma pacote maior, que se localiza embaixo dos demais e é justamente esse que ela pega. Percebi a mesma pegar algo dentro da gaveta da mesa de cabeceira, era um envelope e parecia estar sendo guardado há anos pelo jeito que o papel se encontra.
- Um pouco antes do seu pai morrer, ele me entregou isso – Ela estendeu o pacote e depois o envelope para mim - Me pediu para entregar quando eu, você e Penélope fôssemos ter um filho, na verdade, ele me ameaçou - Eu ri um pouco, sabendo que era a cara do meu pai fazer aquilo. Eu segurei tudo, vendo o meu nome sendo escrito pela letra do meu pai.
“Querida, Hope
Quando o seu tio soube que sua mãe estava grávida, a primeira coisa que o mesmo falou foi “ele será a esperança dessa família” e ele estava certo.
Você foi a esperança da nossa família, salvação dela, quem nos uniu para o sempre. Agora você está criando a sua própria família e eu espero que seja com as duas garotas que você me apresentou, porque se for com um garoto, me ressuscite para dar um jeito no mesmo e o ensinar bons modos.
Ameaças a parte. Estou orgulhoso de você, você sempre será a melhor parte dessa família, sempre será o melhor. Quero que sabia que sempre vou olhar para você, de cima, como uma guardião, porque você sempre será a minha protegida e o motivo de eu ter tido tantos momentos bons na minha vida.
E saiba que maternidade não é fácil, eu sei pelos gritos que Hayley dava nos momentos que perdia a cabeça ou quando passava muito tempo sem ver as nossas camas. Mas saiba que tudo vale muito a pena, quando você segura, quando você olha pela primeira vez para o seu filho, o mundo muda, o meu mudou quando você nasceu, me tornei uma pessoa melhor por você.
Eu vou estar do seu lado nessa caminhada, você não irá me ver, mas vou te olhar, vou participar de cada momento com os seus filhos, calada, mas com muito orgulho da mulher que você se tornou, da pessoa que você se tornou.
Eu te amo, minha esperança, nunca se esqueça disso.
Always and Forever.
Com amor, seu pai Klaus”
Passei a mão pelo meu rosto, enxugando as lágrimas que insistiam em cair, depois abaixei o papel, sendo abraçada por Penélope e por Josie, a morena ainda depositou um beijo no topo da minha cabeça.
- Abre o presente – Josie pediu quando se afastou de mim. Peguei ele outra vez, rasgando todo o embrulho bonitinho que Josie tinha feito. As lágrimas voltaram a cair quando vi qual era o presente do meu pai.
Era uma pintura dele. Era uma pintura comigo, ele e a minha mãe, na época que eu era apenas um bebê, a minha mãe estava vestida de noiva e ele está usando terno, eu estava usando um vestidinho claro com um laço. Talvez o Jackson não fosse uma figura presente nas minhas memórias, eu iria pensar que meus pais foram casados em algum momento na vida deles.
- Você era um bebê muito fofo, Hope – Penélope comentou enquanto via a pintura, eu sorri em meio as lágrimas e passei as pontas dos dedos na tela.
- Ele nunca saiu do seu lado...
FELIZ ANO NOVO 🥳🥳🥳🎉🎉
VOCÊ ESTÁ LENDO
Káiros - Phosie
FanfictionJosie odiava o destino, ela achava que tinha nascido com o destino de morrer com 22 anos. Mas ao completar 15 anos, ela descobre um segredo de família. Para completar a desgraça do seu dia, suas namoradas, Hope e Penélope, arrumam as malas e vão emb...