Um começo diferente, um amor igual

27 2 0
                                    

POV Dimitri

A neve caia em pequenos círculos e pousava sob meus cabelos. Aquele estava sendo um inverno muito rigoroso. 

Eu sentia falta da minha família, afinal, este era o primeiro natal que eu passava longe deles. 

Mas Ivan quis vir visitar alguns parentes e eu fui obrigado a vir com ele. Não me levem a mal. Ele é meu protegido e meu melhor amigo.

Mas eu realmente não queria ter que vir aos EUA, em pleno natal e ter que aturar aqueles primos riquinhos dele. 

Ivan é um Zecklos, pertence a uma das doze famílias reais e, apesar dele ser um bom amigo, eu nunca gostava desses jantares em família dele. Acho que foi por isso que ele me liberou na noite de natal. 

Ele tem muitos guardiões e não precisaria de mim. E sinceramente, eu prefiro passar o natal andando sem rumo por Chicago do que ficar com a família dele.

POV Rose

Já tem um ano que fugimos da Academia. Eu mesma não esperava que conseguíssemos fugir deles por tanto tempo. 

Mas cá estamos e já é natal. É nessas épocas que eu sinto mais falta de lá. Sempre tem aqueles bailes e festas e depois... 

Bem, depois vêm as melhores festas. As que são totalmente ilícitas, mas totalmente viciantes. 

Se eu estivesse lá com certeza não estaria andando pelas ruas de Chicago em plena noite de natal, tremendo de frio enquanto Lissa esta com o "namorado" fazendo sabe-se lá Deus o que.

POV Dimitri

No final da rua tinha um bar. O único aberto. O nome, em letras neon cursivas e vermelhas, era impossível de se ler. 

Mas parecia um lugar quente, onde eu poderia entrar e talvez tomar uma cerveja. Sem exagerar, claro. Abri a porta e o ar quente veio até mim.

 Tinha apenas alguns homens, todos aparentando mais de quarenta e todos vagabundos sem emprego e sem família. Uma musica tocava e uma mesa de sinuar estava em um canto. Meus olhos brilharam quando a viram. 

Fazia tanto tempo que eu não jogava... No balcão um barman solitário limpava um copo com um pano sujo. 

A aparência geral do lugar era sórdido. Me sentei no bar e pedi uma cerveja. Não sei quanto tempo fiquei sentado ali imerso em pensamentos, até que a porta do bar abriu trazendo uma rajada de vento frio.

Então ela entrou.

Seu rosto me dizia que ela não devia ter mais que dezasseis anos, mas seu corpo...

Era o corpo de uma deusa. Seus olhos eram castanhos quase negros, assim como o seu cabelo, que parecia um véu de trevas. Não sei o que uma garota tão nova fazia num bar como aquele em plena noite de natal. 

Ela deveria estar comemorando com a família e não num lugar como aquele.

Ela veio e se sentou no banco ao meu lado.

-Uma cerveja, por favor. — ela pediu ao barman e sua voz era como o sino dos anjos. 

-Olá camarada. — ela disse ao perceber que eu olhava pra ela. Eu sorri involuntariamente.

-O que uma garota faz num lugar desses numa noite de natal? Você não deveria estar com a sua família, ou algo assim? — perguntei.

-Nah! Eu não tenho família. — aquela declaração me chocou, mas eu tentei manter meu rosto limpo.

 — Eu e minha amiga fugimos de... Hã... Casa há algum tempo. Eu resolvi deixar ela com o namorado em casa e vim caminhar pela cidade.

-Uma menina como você não deveria andar sozinha por ai. Pode ser perigoso. - o barman trouxe a cerveja e ela deu um gole antes de me responder.

pequenas historias - academia de vampirosOnde histórias criam vida. Descubra agora