easy on me

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AVISO: Essa fanfic cita depressão e suicídio. Se você tem gatilho com um ou com os dois temas por favor, não continue lendo.
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É difícil entender por que algumas coisas acontecem.

Durante toda minha vida, sofri e passei por coisas que muitas pessoas nunca nem terão que imaginar. Sortudas.

As pequenas cicatrizes que se formaram na minha alma foram aumentando em número. E um dia, quando já tinha milhares de cicatrizes por toda minha alma, todas elas se juntaram, formando um grande buraco.

Esse buraco muitas vezes se fechava, quando eu estava na compania dos meus amigos e do meu namorado, Eli. Ou Falcão, como ele gosta de ser chamado.

Mas está saindo de controle. As cicatrizes não param de aumentar com as coisas ruins que acontecem, e cada vez está mais difícil de fechar.

— Tudo bem? — Falcão me tirou dos pensamentos, segurando minha mão forte.

— Tudo. — Respondi com um sorriso forçado. — Acho que me perdi nos meus pensamentos. — Ele sorriu.

— Tem muita coisa passando nessa cabeça. Relaxa um pouco. — Ele me puxou para mais perto e beijou minha testa.

É fácil falar. Sim, muito fácil. Mas eu não fico brava com ele, ou com as pessoas que dizem que isso tudo é frescura. Eles não passaram pelo mesmo que eu. Eles passaram por coisas diferentes, e tem dores e cicatrizes diferentes das minhas.

— O que acham de nos irmos fazer alguma coisa a tarde? — Perguntou Miguel.

— Eu topo. — Falcão e Demitri responderam ao mesmo tempo.

Miguel me encarou, esperando minha resposta.

— Eu topo também. — Ele sorriu.

— Beleza, vai ser legal! — Ele se levantou. — Mas eu tenho que ir agora, mando mensagem com o lugar que vocês tem que ir!

— Mas que horas? — Perguntei quando ele já estava saindo.

— Depois da aula com o Jhonny. — Concordei.

Miguel saiu, Demitri começou a falar coisas que eu não entendia.

— Não é genial? — Demitri perguntou alternando o olhar entre eu e o Falcão. Falcão parou para me encarar também, já sorrindo por que sabia que eu não tinha entendido.

— É... genial. — Falcão riu, Demitri negou com a cabeça.

— Isso era uma pegadinha, S/n. — Encolhi os ombros, envergonhada e sorri. — Mas tudo bem, eu te perdoo.

— Tá, chega dessa baboseira. — Falcão se levantou e estendeu a mão para que eu levantasse. — Nós temos que ir.

— Vocês tem é? — O maior perguntou se levantando também.

— Sim, temos. — Meu namorado respondeu sério, me fazendo rir.

— É, entendi. Coisa de casal. — Ele fez um sinal com as mãos como se tivesse se rendendo. — Tchau para vocês.

— Tchau, Demitri! — Disse ainda rindo.— Não precisava ter praticamente dispensado ele, Eli. — Ele sorriu e me puxou para perto.

— Eu queria ficar a sos com você!

— Queria ficar a sos comigo? — Perguntei sorrindo.

— Sim... — Nós ficamos nos encarando por um tempo, ambos sorrindo como bobos.

Eli aproximou seu rosto do meu, ainda sorrindo e disse:

— Você é a melhor coisa que já aconteceu comigo. — Eu sorri, sentindo o rosto queimar.

E então nossos lábios se encontraram. Na perfeita harmonia de sempre, no mesmo ritmo. Causando os mesmos sentimentos como se borboletas voassem no meu estômago ou como eu gostava de pensar: como se o buraco estivesse fechando.

ʟᴇᴛ ɪᴛ ᴀʟʟ ɢᴏ || ғᴀʟᴄᴀ̃ᴏ.Onde histórias criam vida. Descubra agora