right where you left me

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Faziam meses que S/n tinha ido embora. Todos voltavam as suas vidas normais.

Até Falcão estava tentando. Ele continuava treinando, saia com os amigos, ria... Mas não era suficiente. Um pedaço dele sempre o puxava de volta para S/n.

Todo dia, depois de sair da escola, Falcão ia até o cemitério onde S/n estava enterrada. As vezes com uma flor, as vezes não...

E ele contava tudo. Tudo que ele nunca contaria para mais ninguém. Ele conversava com ela.

— Você acredita nisso? O Demitri com aquela garota super popular... É muito estranho. — O garoto riu sozinho. — Quando eu vejo eles juntos, eu meio que lembro da gente. Quando a gente se conheceu e você foi super legal comigo, nem ligou para minha cicatriz, como todo mundo fazia. E você, nossa, você era tipo, a menina mais incrível da escola toda. Todo mundo queria ser seu amigo.

As memórias faziam os olhos dele se encherem de lágrimas. Mas ao mesmo tempo, a essa altura, ele já conseguia se controlar e sorrir com as boas memórias, ao invés de vê-las com tristeza.

— Quando eu virei um babaca por causa do Cobra Kai, foi você que me fez acordar e perceber que eu não era daquele jeito. — Ele olhava para rosa em sua mão. — Eu aposto que se você ainda estivesse aqui— O garoto se forçou a para de falar. — Quer dizer, acho que você acharia a situação engraçada. É como uma daquelas histórias de romance clichê que você gostava, né? Um popular o outro nerd...

O sol queimava o rosto do garoto, que continuava ali.

— Tem uma garota na escola, a Moon. Nós começamos a conversar... Quem sabe não acontece alguma coisa, né? — Ele concordou sozinho — Já é um grande progresso! Mal consigo acreditar que estou conseguindo falar com outra garota sem chorar.

Ele riu fraco. E depois fechou os olhos com força.

— Eu... te amo. Sempre vou te amar. — Ele fixou seus olhos no céu. — E eu me sinto mal por... Ficar desejando que tudo fosse diferente. Eu não... Não faço a mínima ideia do que você passava. — Agora era impossível que ele conseguisse segurar as lágrimas. — Eu deveria te dar mais uma última chance, né? Ler aquela carta. A sua carta. A que você escreveu especialmente e somente para mim. Antes de... ir.

O garoto suspirou, deixou a flor e se levantou.

— Acho que agora eu estou entendendo... — Ele disse, lembrando de quando prometeu a garota que diria quando entendesse o porque de ela se afastar.

Ele não podia mais adiar aquilo. S/n deixou a ele uma carta, na qual ela provavelmente tiraria muitas das dúvidas do garoto. Mas ele não teve coragem. Não conseguia nem olhar para carta, então guardou em um lugar bem escondido em seu guarda-roupa.

Assim que chegou em casa, foi direto a seu quarto e procurou pela carta. Assim que a encontrou, sentou-se na cama e ficou encarando a letra de S/n no papel, criando coragem para abrir e ler.

Era mais difícil do que ele pensava. Ele tinha medo de abrir e voltar ao zero, voltar a dor que ele sentiu quando a mãe da garota ligou dizendo que tinha a encontrado morta no banheiro.

Mas ele não podia simplesmente ignorar aquilo. Seria como se ele estivesse ignorando totalmente o que ela sentia e pensava sobre aquilo, então ele abriu a carta.

ʟᴇᴛ ɪᴛ ᴀʟʟ ɢᴏ || ғᴀʟᴄᴀ̃ᴏ.Onde histórias criam vida. Descubra agora