never be alone

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Quando chegou na casa de S/n, Falcão chorou novamente. Enquanto via a mãe  da garota com um papel que tinha seu nome escrito.

Ela escreveu uma carta para ele. Ele a pegou e guardou no bolso. Ele definitivamente não estava pronto para ler aquilo.

Um tempo depois, aconteceu o enterro.

Muitas pessoas estavam lá, como Falcão imaginou. A maioria ele nem sabia quem eram, mas aquelas pessoas juraram de pé junto que conheciam ela (alguns até tinham a cara de pau de dizer que eram super amigos dela... Mas S/n já tinha contado de todos seus amigos para Falcão.)

Ele novamente sentiu raiva. Aquelas pessoas querendo aparecer em cima da morte da garota mais importante da vida dele.

Se não fossem por seus amigos, que também estavam lá, ele com certeza já teria perdido a cabeça.

— Eu sei é terrível. Mas ela não gostaria que você discutisse com as pessoas aqui. — Demitri disse em um sussuro para o amigo.

— Não liga para eles. A S/n sabia quem realmente ligava para ela. — Miguel completou, sendo mais pacífico.

Falcão cobriu o rosto com as mãos e sentiu vontade de chorar de novo. Será que aquela dor algum dia passaria?

Miguel também tinha os olhos vermelhos. Sam, Aisha e Demitri choraram de desidratar quando descobriram o que tinha acontecido.

— Eli. — Demitri disse sério. — Ela te amava, mais do que tudo.

— Me amava? — O garoto perguntou levantando a cabeça. — Se ela me amava, por que é que ela me deixou?

— Não fala assim Falcão. Não é justo com ela. — Falcão encarou Miguel e negou com a cabeça.

— O que não é justo... — As lágrimas começaram a escorrer pelo seu rosto. — É ela ir embora! E me deixar aqui...

Falcão se levantou e se afastou.

— Me desculpa S/n... Me desculpa. — Ele repetiu enquanto começava a chorar mais. — Por que você fez isso?

Ele olhou para o céu, que estava em um tom de azul muito bonito. Falcão sentia raiva até disso. Como podia fazer um dia tão bonito, considerando o que acabará de acontecer?

É claro, pessoas morrem todos os dias, mas Falcão não estava acostumado com essa dor.

Ele estava acostumado com a dor de socos, chutes, voadoras... Mas não estava acostumado com a dor de um coração partido.

Não com a dor da morte.

Ela deixou uma carta para você? — Sam perguntou, assustando o garoto.

— Deixou. — O garoto respondeu.

— E o que dizia na carta? Quer dizer, tudo bem se forem coisas muito pesso— Falcão a interrompeu.

— Eu não li a carta.

— Não leu?

— Leu o que? — Miguel perguntou enquanto se aproximava com Demitri.

— A carta que a S/n escreveu para ele! — Sam respondeu de maneira acusatória.

— Ela deixou uma carta para você? — Miguel e Demitri perguntaram em uníssono.

— Deixou, ela deixou! — Falcão olhou para o chão.

— E por que você não— Falcão respondeu antes que ele terminasse a pergunta.

— POR QUE EU NÃO ESTOU PRONTO! NÃO ESTOU PRONTO PARA TER QUE LER A PROVA DE QUE ELA MORREU! DE QUE ELA SE MATOU! EU NÃO PRECISO DISSO AGORA! — Ele gritava, mas sua voz falhava por que ele ainda chorava.

— 'Tá tudo bem... Só seria bom se você lesse a carta. Não precisa ser agora. — Sam disse, calmamente. — Pode ser até bom para você, Falcão.

ʟᴇᴛ ɪᴛ ᴀʟʟ ɢᴏ || ғᴀʟᴄᴀ̃ᴏ.Onde histórias criam vida. Descubra agora