Na manhã seguinte, Falcão acordou com seu celular tocando, ele sentia uma dor de cabeça insuportável.
Quando ele foi olhar, viu que o mesmo número desconhecido tinha ligado muitas vezes.
"São sete e meia da manhã, que ótario está me ligando a esse horário?" O garoto se perguntou.
Quando o número ligou novamente, Eli atendeu.
— Eli? — Disse a voz de dona Jessica, mãe de S/n. Sua voz estava meio descontrolada. Ele soube na hora que ela estava chorando e que alguma coisa tinha acontecido.
Ele se levantou em um pulo antes de perguntar:
— O que aconteceu? A S/n está bem? — Do outro lado da linha a mais velha começou a chorar mais. — Quer que eu vá até aí?
— Eli...
— Dona Jessica, quer que eu vá aí? — Ele repetiu. — Fala comigo, pelo amor!
— A S/n se matou, Eli.
Naquele momento, foi como se o mundo parasse totalmente. Ele ouviu a moça do outro lado da linha o chamando, mas ele não tinha forças para responder.
Eli, ou Falcão, sentiu seu coração quebrar. Aquelas quatro palavras: "A S/n se matou" acertaram o coração do adolescente como um martelo. E foram batendo e batendo até o coração de Eli estar todo estragado.
Quando o martelo acabou de destruir o coração do garoto, ele sentiu suas pernas bambearem, seus olhos ficarem embaçados.
Ele caiu no chão e começou a chorar. E a gritar.
Sua mãe fui até o quarto dele para saber o que estava acontecendo.
Encontrou seu filho no chão chorando e gritando, ver aquilo quebrou o coração dela e da mãe de S/n, que ainda estava na chamada.
A mais velha foi até lá e abraçou o menino, mesmo sem saber o que estava acontecendo.
— A S/n — O garoto disse, com muita dificuldade.
— Se acalma, Eli... Se acalma. — A mãe dele disse.
Mas ele não conseguia se acalmar. Como ele poderia?
Na verdade, como ele poderia deixar isso acontecer? Ele não deveria ter deixado ela ir.
Ele passou a mão no rosto, e seu cérebro dizia: "É tudo culpa sua! É tudo culpa sua!"
Ele não estava aguentando. Ele mal podia respirar, não conseguia enchergar direito pela quantidade de lágrimas, já estava rouco por gritar, sua dor de cabeça só aumentou e como se a dor física já não fosse suficiente, sua mente começou a culpa-lo por aquilo.
— Me diz que é mentira mãe, que eu tive um pesadelo... — A mãe dele agora estava no telefone com a mãe da garota.— Por favor! Fala que é tudo mentira!
Ele se levantou e começou a chutar e socar as coisas. Agora ele estava com raiva. Ele só queria que tudo aquilo fosse mentira.
Ele só parou e respirou fundo quando sem querer ele jogou uma camiseta de S/n no chão.
Ela tinha esquecido lá.
O garoto caiu de joelhos e segurou a camiseta, sentindo cheiro que ele conhecia tão bem.
E as lágrimas incontroláveis voltaram.
Ele pegou a camiseta e se dirigiu em direção a porta.
— Eli? — A mãe dele chamou.
— Eu vou lá, mãe. — Ele olhou mais uma vez para camiseta, voltou e guardou no guarda-roupa, junto com outras roupas.
No caminho, Falcão tentou se acalmar o máximo que podia, antes de descobrir o que teria acontecido na noite anterior.

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ʟᴇᴛ ɪᴛ ᴀʟʟ ɢᴏ || ғᴀʟᴄᴀ̃ᴏ.
Fanfiction》Shortfic《 S/n e Falcão tinham tudo, mas uma coisa atrapalhou o que seria o relacionamento perfeito. (Aviso: pode conter gatilhos de: suicídio; depressão.) [4.512 palavras]