A LUA QUE ENCANTA

CAPÍTULO 8 - A teoria de tudo .

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As palavras fluíram para fora do papel e viraram música.

A poesia feita sem intenção foi apresentada para o público silencioso.

Sua mão criava a escultura que foi vista em sua imaginação.

O som rítmico feito com o entrelaçar do lápis e do papel era viciante, produzia um som apaixonante e festivo, os dois amantes dançavam na penumbra do pequeno salão.

Existia apenas um maestro, talvez ele fosse uma ilusão já que não existia orquestra.

Porém uma ilusão é real, pois uma ilusão existe. Ela existe não como algo concreto, mas como ilusão!

O que é real?
O que é ilusão?
O que é sonho? o que é realidade?

O maestro começa a pensar profundamente nessas questões.

Olhando para seus dedos brancos e finos, ele vê pele e unha, também vê pincel, vê lápis, vê vida e vê amor.

Quando pequeno dizia para sua primeira mãe que era famoso, que era um cantor de sucesso, poderia comprar tudo que ela quisesse, mas tudo era mentira. Ele contou para seus pais essa mentira incontáveis vezes, mas um dia, essa mentira virou verdade.

Foi através desses dedos que ele tornou seu sonho em realidade.

Posso fazer isso de novo nessa vida? -pensou

Um sentimento de ansiedade emergiu de seu coração, ele respirou fundo e tentou acalmar suas emoções turbulentas.

Seu diário agora pesava, ele sempre considerou escrever uma forma de terapia. Sua ansiedade e saúde mental nunca foram das melhores, e criar música era o meio que tinha para dar asas ao seu corpo. Cantar lavava sua alma, permitindo que ele não se afogasse nesse mar de pensamentos.

Escrever era sua melhor chance de se conhecer melhor.

Então, mais uma vez rabiscou o papel...

" Ao renascer duvidei da minha existência, das pessoas e do mundo ao meu redor."

" Para minhas perguntas, acredito que o real será tudo que existe, seja concreto ou abstrato.

Mas afirmo que não me relaciono com o concreto, mas com a realidade.

A realidade que criei em minha mente. E que na maioria das vezes é diferente do real concreto. "

Após escrever, fechou o caderno e soltou um suspiro demorado. Estava se sentindo cansado, então guardou com cuidado embaixo do travesseiro seu lápis e caderno, pois foram presentes de seu pai.

Deitando na cama, podia ouvir o som do vento e de sua própria respiração.

Fechou os olhos e tentou adormecer.

Após alguns minutos, abriu novamente seus olhos.

Seus pensamentos o deixaram incapaz de dormir. Lembrou de quando veio a esse mundo.

Apesar da memória borrada, ainda conseguia compreender certos significados do seu renascimento.

O corredor e as portas onde as almas entravam não saiam de sua cabeça. Provavelmente foi por causa disso. Talvez se ele não tivesse caminhado até o final do corredor, ele até poderia ter reencarnado no mesmo ano em que morreu.

A única coisa que ele se arrepende, é por ter deixado seu gato para trás.
Afinal, nesta vida ele tem os tesouros mais preciosos, seus pais.

Quando era recém-nascido soube pelo seus pais que passou misteriosamente um mês dormindo. Nas muitas teorias que ele criou, talvez a sobrecarga da alma fosse a mais fácil de compreender.