I say "Fuck it" || Markhyuck

Dia 6 antes do caos

⚠️TW: ESSE CAPÍTULO CONTÉM CENAS QUE PODEM CAUSAR GATILHO, SE NÃO SE SENTIR CONFORTÁVEL, RECOMENDO QUE NÃO LEIA⚠️

P.O.V DONGHYUCK

Eu era o cara mais idiota que já havia existido no mundo.

Sério, no dia em que eu conhecesse alguém mais imbecil do que eu, teria que agradecer a pessoa por não me deixar com esse título.

Como foi que acabei vacilando daquele jeito?

Agora Mark devia pensar que éramos amigos ou coisa do tipo.

E quando fazia o que não deveria e não sabia para onde correr, só tinha uma coisa a ser feita.

– Alô, Hyuck? – Me atendeu com voz sonolenta.

– Surtei, chutei o pau da barraca, chutei o balde e enfiei o pé na jaca. – Resumi a história toda, porque não estava com paciência para enrolar até chegar onde queria.

E Renjun respirou fundo do outro lado da linha.

Jurei que em seguida viria um comentário meio sarcástico, mas ele só me perguntou o que eu tinha feito daquela vez.

E contei tudo. Tudo mesmo.

Minha cabeça estava cheia e Renjun sempre foi o único que me escutou sem me julgar.

Ele era minha luz no fundo do túnel.

– Não entendi exatamente onde foi que você errou. – Respondeu assim que terminei de contar cada detalhe do dia anterior.

– Renjun, ele deve achar que agora estamos de boa e que não o odeio mais.

Às vezes achava que teria de desenhar certas coisas para que ele entendesse.

– Ah, Donghyuck, tenha santa paciência. – Já começou a ficar irritado. – Presta bem atenção no que acabou de me contar, não condiz com ódio. Isso não é o tipo de coisa que se faz com quem odeia.

Não. Não era. E era ali onde o problema morava.

– Jun, eu sinto que acabei enganando o Mark. – Expliquei. – Não fui tolerante com ele por razão específica, é que o momento estava bom, só isso, amanhã estará tudo normal outra vez e a gente vai continuar brigando.

– Donghyuck, a única pessoa que está enganando, é você mesmo.

🪐

Levantei da cama sem energia alguma.

Nem dormi direito, fiquei acordando de minuto a minuto.

Mas como tinha uma imagem para manter, estava fora de cogitação faltar às aulas.

Enfiei o uniforme no corpo, escovei os dentes e olhei bem para meu reflexo no espelho.

Às vezes eu gostaria de poder trocar de lugar com meu próprio reflexo e ficar apenas dentro do espelho. Imagina, um dia eu vou para o colégio e no próximo, troco de lugar com meu outro eu.

Talvez desse modo eu pudesse me responsabilizar menos por tudo.

Mas não era eu quem ditava as regras de funcionamento da minha realidade, infelizmente.

Fui até a cozinha, sem emitir nenhum ruído.

Era impressionante como tinha a capacidade de migrar de um lugar para outro sem fazer um só barulho. Talvez eu tivesse um talento ou um super poder, sei lá.

Peguei um iogurte na geladeira e me sentei na mesa.

Sozinho.

Observei as cadeiras vazias. O relógio na parede, a torneira pingando e o barulho da geladeira, cujo som era o único que corrompia o silêncio daquele apartamento.