CAPÍTULO 22

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6 MESES DEPOIS

Ao longo dos meses, fui me adaptando cada vez mais ao ambiente de trabalho. As garotas aos poucos foram se acostumando comigo, mas continuavam me detestando. Laís continuava sendo implicante e irritante com todo mundo, já Raquel e eu acabamos nos tornando amigas.

Minha relação com o senhor Depp deu uma melhorada. Fui aprendendo a lhe dar com seu mal humor e acabei descobrindo algumas qualidades nele, como por exemplo, daquela vez que trabalhamos até tarde e ele ofereceu seu motorista pra me levar pra casa e se mostrou atencioso comigo. Foi muito gentil da parte dele.

E da vez também que tive cólicas menstruais horríveis que nem os remédios estavam dando jeito. Eu cheguei até pensar que ele ficaria irritado por eu não conseguir trabalhar, mas para a minha surpresa, ele se mostrou compreensível e me deixou voltar pra casa. Tive até impressão de que ele estava preocupado comigo mas tentava mostrar indiferença.

Acho que ele é uma boa pessoa, só que ele precisa ser rude por causa do trabalho, principalmente por causa das garotas que são preguiçosas pra trabalhar. É como eu digo as vezes pra Raquel: "O senhor Depp é como um sargento com uma pequena dose de paternidade." É muito mandão, arrogante, seco, mas por vezes ele tentava nos ensinar as coisas na intensão da gente melhorar como profissionais e assim crescer na empresa. Eu acho isso muito legal da parte dele.

Com o convívio diário com o meu gerente, acabei por ter uma simpatia por ele. As vezes achava graça de seus ataques e berros, eu também adorava o seu senso de humor negro, eu sempre acabava rindo, escondida, é claro.

Como eu fui o conhecendo um pouquinho melhor, fui descobrindo seus momentos de tristezas também. E a maioria das vezes era por causa de sua esposa. Ele tentava não demonstar, mas eu sempre percebia que ele não estava bem. Eu tentava animá-lo lhe servindo café com croissant, já que as vezes ele me pedia.

Por eu ser gentil com ele nesses momentos, a Raquel ficava me encarnando dizendo que eu estava gostando dele. Eu ficava tão irritada quando ela começava a dizer essas coisas! Eu me arrependi de ter lhe contado dos sonhos estranhos que tive com ele. Eu devia ter guardado isso a sete chaves!

Enfim... minha relação com ele era só profissional. Oras eu o admirava pelo seu profissionalismo, oras eu me preocupava em vê-lo triste e oras que eu tinha vontade de matá-lo por ser tão rancoroso e chato!

Um dia tive a infelicidade de comhecer a esposa do senhor Depp. Ela era pior do que eu imaginava! Era como se fosse 10 Laís em uma única pessoa! Chegou na loja pagando geral se achando a dona da Dior. Mandava em nós o tempo inteiro, nos humilhando, nos xingando. Naquele momento percebi em quem a Laís se espelhava e como ela puxava o saco daquela bruxa. Chegava a dar nojo!

Num determinado momento ela fez Raquel e eu lhe servir um champanhe, que é para os clientes e não pra ela. Na copa, quando eu separava a taça e Raquel abria a garrafa, tive uma brilhante idéia de acrescentar algo especial misturado em sua bebida.

Colocamos o champanhe na taça e cuspi na bebida. Sim! Eu cuspi! Raquel amou a idéia e ela cuspiu também. Fomos lhe servir o champanhe batizado, Raquel e eu nos entreolhávamos com um sorriso maldoso nos lábios. Ela bebia o seu champanhe se achando a própria Angelina Jolie ou a Cleópatra e nem imaginava o que a Raquel e eu tínhamos feito com a sua bebida. Foi prazeroso vê-la saboreando da nossa saliva.

Eu ficava pasma como o senhor Depp é submisso a ela. Ele só sabia assumir a liderança no trabalho, porque com a esposa, ele é um escravo! Sinceramente eu não sei o que ele viu nela! Chega a ser doentio! Mas enfim...

A mais ou menos duas semanas, o gerente não aparece no trabalho. Desconfiávamos que ele estava com problemas com a esposa novamente. Era muito ruim quando ele não vinha trabalhar, pois as garotas ficavam de preguiça, além de quererem mandar uma nas outras. A Raquel sabia liderar bem, era justa e correta com a gente, mas garotas eram muito abusadas. Nunca pensei que a arrogância do gerente faria tanta falta. Só ele pra colocar rédias nessas meninas folgadas.

Iniciavamos mais um dia de trabalho e, como sempre, Laís ainda não tinha chegado, sempre chegava atrasada. Mesmo tomando advertências, ela continuava com essa mania. Quando faltava cinco minutos pra loja abrir, ouvimos uma voz masculina alta e animada se ecoando pela loja nos dando susto.

- BOM DIA GATINHAS!

Olhei pra direção da porta e não acreditei quando vi quem era. Era o senhor Downey!

"O que ele tá fazendo aqui logo cedo?!"

Ele parou no meio da loja nos encarando.

- Poxa! Ninguém vai me responder?! É dessa forma que me dão boas-vindas?

- Bom dia. - respondemos meio confusas

- Mas que animação. - resmungou em sussurro

Segurando a sua maleta, ele se aproximou da Raquel que achava graça da reação das meninas.

- É que elas ainda não sabem que o senhor vai subistituir o senhor Depp por um tempo.

- O que?! - perguntamos surpresas e ainda mais confusas

- Mas porquê?! - Patrícia quis saber - O Johnny não vai mais trabalhar aqui?

- Vai sim, Patrícia. - Raquel caminhou até o caixa - Johnny adiantou as férias dele. O senhor Downey só ficará por esse tempo, igual da outra vez que ele veio no ano retrasado.

- Ainda bem! Porque ano passado veio aquela bruxa da Mônica.

- Bom saber que sou querido aqui. - Downey falou com ironia - Tô até agora esperando as minhas "Boas-vindas".

As meninas riram e finalmente demos boas-vindas pra ele.

Raquel lhe informou que Sandra já estava no escritório e que ele podia ir para lá e assim ele fez. Saiu da loja nos desejando um bom dia de trabalho e boas vendas.

Parecia que iria ser legal ter ele trabalhando conosco. Ao contrário do senhor Depp, ele é bem humorado e brincalhão. Mas confesso que essas férias repentinas do senhor Depp me preocupou. Algo me dizia que as coisas deviam estar bem complicadas em sua vida pessoal e foi preciso adiantar suas férias.

Meu Novo Gerente / Johnny Depp Onde histórias criam vida. Descubra agora