𝘕𝘦𝘷𝘦𝘳 𝘨𝘰𝘪𝘯𝘨 𝘣𝘢𝘤𝘬- 𝘖𝘶𝘵𝘦𝘳 𝘉𝘢𝘯𝘬𝘴

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1 semana desde a festa de verão, é incrível como em 1 semana tantas coisas podem mudar, eu achei que depois daquela noite ia tudo voltar ao normal e eu não iria mais beber, que piada, eu tenho passado metade do meu dia apagada e não consigo mais lembrar as coisas que eu faço, nem mesmo de madrugada quando eu fico acordada tentando juntar as peças do quebra-cabeça que é a minha mente, todo dia tenho tentado lembrar um pouco do que eu fiz e anotar em um caderno, mas a maioria das páginas está preenchida com "Eu não me lembro". São 18:00 e Sarah está batendo na porta incessantemente, abri com tanta força que a loira se assustou.

- Você se esqueceu da festa? De novo Lizzie?- Disse entrando na casa e subindo para o meu quarto.- Vamos, vai tomar banho que eu vou escolher uma roupa para você, rápido.- Continuou escolhendo uma saia e uma blusinha que ficava por baixo da minha jaqueta de couro e para completar, meu coturno.

Depois do banho me vesti e fiz uma maquiagem enquanto ela secava meu cabelo. Logo estávamos no carro, e eu ainda não sei que festa nós estamos indo, mas assim que chegamos lá Rafe estava nos esperando.

- Por onde andou, Lizzie?- Perguntou o loiro assim que nos viu.
- Não sei, se você descobrir pode me contar?- Respondi e ele ficou confuso, e eu também.
- Ela tem bebido e pelo visto não lembra muita coisa.- Explicou Sarah.
- Falando em bebida, essa é a hora que eu saio daqui e vou pegar um shot de vodka, vocês querem?- Disse me distanciando.
- Você não vai beber, Lizzie.- Disse o Cameron mais velho me segurando pelo braço.
- Ei, me solta.- Eu murmurei tentando me soltar.- Eu sei que tá tudo errado, mas me solta e eu vou resolver.
- Você não vai resolver nada se não se lembrar o que precisa resolver, vamos.- Disse me puxando para a praia.- O que tá acontecendo?
- Nada, não tem nada acontecendo, agora deixa eu ir.- Eu resmunguei.
- Eu quero te ajudar, mas você precisa me falar o que tá acontecendo.- Falou se abaixando um pouco para ficar da minha altura e olhou nos meus olhos.
- Eu não preciso de ajuda, eu não sou um brinquedo quebrado que você pode concertar, e não tem nada acontecendo, esse é o problema.- Respondi enfurecida.
- Que? Eu não acho que você precisa de concerto, mas acho que precisa de ajuda.- Afirmou e eu senti meu rosto quente e minha garganta cheia de espinhos, os meus olhos ardendo e ficando cada vez mais úmidos até que eu não consegui mais impedir as lágrimas.
- Não tem problema nenhum para eu precisar de ajuda, Rafe, que inferno, me deixa ir embora.- Eu disse me soltando e saindo sem olhar para trás, mas eu sei que ele estava me chamando.

Dessa vez a mentira foi maior do que eu consigo aguentar, mas eu não podia voltar para a festa e pegar algumas bebidas, então apenas saí andando por aí sem rumo nenhum, mas de alguma forma eu cheguei na casa de John B, bati na porta algumas vezes e o mesmo abriu, JJ não estava lá, nem Kiara, então eu simplesmente me sentei com o moreno e ficamos ali em silêncio enquanto eu chorava baixinho, cansada, muito cansada, apenas esperando essa onda de tristeza passar e eu poder seguir minha vida. Algumas horas depois JJ chegou, minha maquiagem estava toda borrada, mas eu não fiz questão de limpar. Quando me viu perguntou o que tinha acontecido para John B mas o garoto simplesmente não tinha o que responder então apenas deu de ombros. JJ me envolveu em seus braços mas eu não fiz nada, não tinha muita reação então ele ficou ali acariciando meus cabelos enquanto eu fiquei apenas respirando com dificuldade e esperou até eu me tranquilizar. Quanta hipocrisia, eu recusei a ajuda de Rafe dizendo que não tinha nada de errado mas logo que fui embora vim parar aqui esperando JJ para poder receber seu conforto.

- Preciso ir, Sarah deve estar doida de preocupação.- Disse pegando minha jaqueta e correndo para a porta.
- Fique.- Pediu o loiro e eu parei.- John B avisou Sarah que você estava aqui.
- Não posso, eu preciso de ar.- Respondi seguindo para a porta.
- Talvez não seja o momento certo, mas por que você vai sair daqui para mergulhar se você precisa de ar?- Perguntou e eu virei uma estátua, não estava mais respirando.- Todos já perceberam o seu fascínio por mergulho, você não acha que depois de tudo não teríamos percebido que você vive saindo escondida para mergulhar? Acha? Meu Deus você acha.- Disse se aproximando mais.- Por que?
- Porque quando eu estou lutando pelo ar significa que eu ainda estou viva.- Assim que eu disse isso saí correndo e bati a porta.