2193 Words
Foi como se um meteoro tivesse atingido a nossa escola.
Era o que todos sentíamos.
Ninguém falava, mas todos só pensávamos em uma coisa.
Ou melhor... Uma pessoa.
Uma garota seria transferida para a nossa escola. Ela era estrangeira e os pais acabaram de vir morar no país.
Na real ela tinha vindo morar com os tios que estavam vindo pra cá, tudo por causa de uma grande briga na família. Isso porque a garota é trans. Ou seja, ela nasceu homem e quer ser tratada e vista como mulher. Só pra desenhar caso você seja tão leigo nisso como eu sou.
O fato é que a nossa escola "não aceita este tipo de coisa", e todos estavam surtando muito de como ela conseguiu ser aceita e o que isso iria causar.
Me senti como se uma porta trancada a muito tempo simplesmente explodisse de dentro pra fora.
Era como uma barragem rompendo e arrastando tudo a seu caminho.
Sério.
Sempre foi altamente proibido qualquer menção a este "tipo" de coisa dentro daquelas paredes; como se quisesse fingir que nada disso existia, e agora geral só falava de assuntos com temática LGBT, sendo o principal foco os longos debates sobre os direitos dos trans, como tratar etc. Isso tudo porque o assunto não fazia parte do mundo mascarado deles e agora a coisa tinha explodido de uma forma que ninguém tinha o menor controle.
― Eu descobri o acordo. ― Digo ao me sentar à mesa junto dos demais, ou seja, meu grupinho de populares. Fazer o que. ― Ela vai ter de se vestir com o uniforme masculino e usar pronomes masculinos na escola. "Não" mudaram as regras. Ta o maior bate boca na sala dos professores e na diretoria também. ― Explico notando o olhar da loira líder sobre mim.
Ela tinha uma encarada que eu nunca sabia o que estava pensando.
Era uma garota realmente perigosa e que eu evitava a todo custo a irritar.
― Então a escola vai ser transfóbica mesmo? ― O Bruno fala revoltadíssimo.
Lembra dele? Não. Tudo bem eu re apresento: Bruno é nosso quarterback, e seu apelido é Bumbum. Lembrou né? Ninguém chama ele de Bruno.
― O que você esperava? ― Respondo um pouco mais esperançoso no futuro vendo como o assunto repercutia naquelas paredes. ― Essa escola está presa no séc XIV; não percebeu ainda?
― É o que parece. ― Responde ainda revoltado.
Acho que eu sou a única pessoa que sabe que o Bumbum é filho adotivo de um casal homossessual e como ele defende e apoia a causa; por que esse grupinho de amigos de plastico não conversam muito.
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Beijo Triplo (Hiato)
RomancePor que tudo que dizem que é errado parece ainda mais tentador? E por que algumas coisas são ditas como erradas? Até mesmo aquelas que não fazem mal a ninguém. Em muitos romances há dúvidas entre amores, e intrigas por um terceiro. Mas o que ocorre...