24 Toda historia tem mais de uma versão.

27 10 31
                                    

2930 words

Ouvir nossas mães em um papo tão homofóbico doeu em todos nós

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Ouvir nossas mães em um papo tão homofóbico doeu em todos nós.

Ficamos na calçada em silêncio ate o pai dele chegar, cada um com seu próprio pensamento.

― Valeu velho. ― Ele diz ao entrar no carro. ― Tudo bem levar eles comigo?

― Claro, mas que caras são essas? ― O pai dele corresponde ao sair com o carro.

Parecia ser muito mais jovem que o meu pai. Bem... pelo menos estava muito mais em forma que o meu pai.

Ele tinha uma pele tão escura... a mais escura que já vi na minha vida. Chegava a brilhar, eu nunca tinha visto alguém assim de verdade, só em revistas e na internet; fiquei encantado como se ele fosse um ser mágico na minha frente. O contraste com sua blusa social branca ou o estofamento interno em tom de creme parecia proposital para que seu tom de pele se destacasse ainda mais; e os seus dentes perfeitamente alinhados deixava bem evidente de onde Dylan puxou o sorriso devastador que tinha.

De fato era um homem lindo e me fazia imaginar como Dylan seria quando tivesse a mesma idade que ele. Os cabelos curtos ate era esperado, pois o meu pai também usava assim, mas o desenho na nuca seguindo para a lateral foi impressionante. Nunca imaginei que um contador usaria algo assim. Ele parecia mais despojado que seu filho.

― Ouvimos um papo nada legal da mãe com as amigas. ― Ele diz olhando o nada, e o pai dele parece bem preocupado. ― Elas disseram o que realmente pensam sobre gays.

― Filho. Calma. Sua mãe não é homofóbica esta bem. ― Sua voz soou como um trovão de tão firme e por um segundo Dylan o olhou e voltou a ficar o nada. ― Ela lida com gays todos os dias, tem grandes amigos e já foi ate em paradas. ― Ele pontua serio afim de defender a ex e eu fico apenas ouvindo a conversa.

Era a primeira vez que eu via o pai do Dylan. E todos falavam tão bem dele. Não conseguia imaginar ele agredindo uma mulher como falam que ocorreu de ele tentar bater na Pompom, isso era tão estranho...

― Mas ela disse...! ― Dylan se exalta. Acho que foi a primeira vez que vi ele assim. Tão abalado e vulnerável.

― O que ela realmente disse e o que você entendeu? Tenta diferenciar. ― Mas aquele homem responde serio. Ele tinha uma voz forte e aveludada; era mesmo uma voz muito bonita, parecia de um locutor ou cantor.

― Ela... disse que não saberia como agir se tivesse um filho gay.

― Sim. Eu também não sei. ― Pontua serio e o Dylan gela, ate o Harye se ajeita no banco sentando direito. ― Sabe o medo que eu sinto? Por você? Pelo que podem fazer e dizer contra você? ― Ele completa, mas não conclui o raciocínio. ― Isso não é homofobia filho. É ter noção. É te amar e ter medo por você. ― Fiquei pensando se não é isso que minha mãe sente. Mas Harye apenas virou de lado e pude ver uma lagrima escorrer de seus olhos.

Beijo Triplo (Hiato)Onde histórias criam vida. Descubra agora