Capítulo três

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Fevereiro de 1979:

Minhas memórias voltaram, mas com elas me trouxeram arrependimento além do imaginável, aquelas coisas que passei em 72, foi o que me fez trancar neste banheiro.

Precisava me recompor e o único lugar dessa casa era o banheiro, o único lugar privado que ainda não foi tomado por olhares de elfos ou dele.

72 foi um ano agitado, um ano que só me lembrava o básico, mas que agora ecoava uma voz agitada com palavras estranhas.

Gritando suas ofensas e ameaças, mas naquela época eu era apenas uma garota que acreditava que poderia ser uma Lufana, mas que não precisava de ninguém para me apoiar.

Na verdade, continuei pensando assim, até aquele dia e pensei ter mudado, meus pensamentos estavam centrados em acabar com tudo, mas acho que não posso mudar imediatamente.

Pensei que era suficiente para me salvar de todos os meus medos e possíveis traumas, infelizmente não consegui.

Não era a Lufana que escreveu em um livro que estava cansada de ser salva o tempo todo.

Acho que cansei, não, vi que estou sem saída, os meus planos deveriam ser mudados.

Precisava de ajuda, de qualquer pessoa, até mesmo do Lorde. Apenas precisava sair daqui para não me lembrar das memórias, ou de...

"Se você não se casar comigo, irei matar seus pais."

Bati meus punhos no balcão da pia, tentando não me lembrar de como sua voz era ardilosa, como uma verdadeira serpente.

Deveria ter corrido e não ficado parada em choque com suas palavras, afinal, ele tinha poder para matar os meus pais e fez isso.

Matou meus pais e aceitei isso, apenas por uma poção.

Achei que poderia me apoiar neles como sempre fiz, lembro que mesmo temendo que o governo descobrisse sobre a minha magia, eles continuaram comigo.

Mas não pude estar presente no funeral, apenas meu corpo estava lá, sendo uma boneca sem emoções.

Ele os matou bem na minha frente, e apenas sorri como uma desgraçada sem alma!

Agora não posso nem mesmo chorar para desfazer esse nó em meu peito, tenho que continuar sorrindo até que ele me dê a ordem.

Respirei fundo, fechando os olhos com força para esquecer as novas memórias, mas elas vieram como a água que saia da torneira.

Lembro que sentia raiva e queria saber o motivo de tudo aquilo estar acontecendo.

Apenas faltavam poucos passos para confessar com sinceridade os meus sentimentos para Rabastan, mas nunca consegui.

Dolohov não me deixou nada, amigos, família, vida e amor, nada. Foi tudo tão rápido que ninguém sabia o que estava acontecendo, nem mesmo eu.

Talvez o tempo que continuei nesta casa me fez parar de pensar em meu egoísmo e de como não queria ser nenhuma pobre coitada.

Agora sei que com as minhas forças e saúde mental, não poderia sair das garras de Antonin sozinha.

Poderia ter dinheiro, mas sabia que poderia me encontrar, afinal, lembro de tudo que passei.

"Por que você está fazendo isso quando finalmente criei coragem para revelar os meus sentimentos para Rabastan? Por quê?"

Minha voz soou em minha mente, odiando essa sensação estranha em meu corpo. Queria arrancar essa pele e colocar outra, para tirar esse desejo repugnante do meu âmago.

Destino ~Rabastan Lestrange~Onde histórias criam vida. Descubra agora