Fevereiro de 1979:
Alisei mais uma vez o vestido verde em meu corpo, secando meus olhos com o lencinho que estava nas mãos do homem sentado ao meu lado.
O seu sorriso não parava de crescer, porém, no fundo dos seus olhos tinha um pouco preocupação, tentando não me fazer ficar desconfortável com toda a atenção exagerada.
Mas dessa vez não tinha mais um peito suado ou manchas de lama para me fazer pensar em certas cenas pecaminosas...
Não que agora não esteja pensando nesses braços grandes e ágeis, me agarrando novamente e tomando meus lábios com a possessividade que sei que continha.
_ Você está um pouco melhor? A ponta do seu nariz está ficando vermelha novamente. - E de quem é a culpa?
_ Estou. - Arrumei-me no sofá e balancei meus pés.
_ Coma, sei que está com fome e o bebê precisa que a mãe esteja bem alimentada. - Acho que não existia ninguém como Rabastan.
E mesmo se existisse, ninguém poderia ser comparado com ele, ele era único e talvez pudesse ser apenas meu.
Peguei um dos biscoitos e o quebrei na boca, o observando enquanto a felicidade em meu peito nublava os meus pensamentos negativos.
Acho que ele aceitou mais rápido a minha gravidez do que eu.
_ Ainda não perguntei. - O observei. _ Você pensou sobre o que fará? Com o bebê e com sua acomodação? - Certo, tinha essas coisas.
_ Terei o bebê. - Concordou. _ Mas o aborto passou pela minha cabeça.
_ É normal, você sofreu um abuso e seria difícil organizar os pensamentos a tempo para aceitar. - Tão prestativo. _ E no final você aceitou a gravidez, isso que importa. - Sorriu e prestou atenção na minha barriga.
Engoli em seco e um pensamento traiçoeiro passou pela minha cabeça, mas talvez fosse repentino demais.
Mas e se...
_ Ainda não sei onde vou ficar, mas vou pegar uma casa em...
_ Quer ficar aqui? - Falou mais rápido e fiquei assustada. _ Aqui tem tudo que você pode precisar, e podemos ir ao médico... - Lembrou-se de algo. _ Foi ao médico?
_ Não, queria resolver o divórcio e contar sobre os meus sentimentos primeiro, fui negligente, eu sei. - Discordou e me viu pegar mais um biscoito.
_ Você quer ir? Posso ir com você, não tenho nenhuma missão e se tivesse, falaria ao Lorde que não poderia ir. - Fiquei estática com o biscoito na boca.
O que ele disse? Pisquei algumas vezes tentando saber se o que escutei estava certo.
Não, isso estava indo rápido demais, mas esperamos anos para que isso acontecesse.
Contudo, não somos mais adolescentes que ficavam corados por misérias carícias, não éramos mais crianças que precisavam de meses para saber de algo que já sabíamos.
Somos adultos, e já demos o primeiro passo de nos confessar, então, por que não?
_ Senhor Lestrange, o senhor está me propondo em casamento? - Comi o biscoito e o vejo corar.
_ Não. - Gritou e tossiu. _ Não, ainda não. - Tive que rir. _ Não ria, estou nervoso. - Um homem desse tamanho está nervoso por algumas palavrinhas.
Fofo, incrivelmente fofo.
_ Preciso propor com um anel e... - Coçou a barba. _ Sei que é cedo e você acabou de sair de um relacionamento conturbado, mas não quero perdê-la novamente, não quero mais guardar minhas palavras, quero dizê-las e demonstrá-las.
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Destino ~Rabastan Lestrange~
FanfictionE se a sua vida fosse uma narrativa cuidadosamente manipulada? Destiny descobre que suas emoções foram controladas, e sua realidade se desfaz em uma teia de enganos. Seu casamento com Antonin Dolohov, que parecia perfeito, é abalado por um caso proi...