seventeen.

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Quando acordou pela manhã, ficou um tempo na cama apenas refletindo sobre o que havia passado, e o que faria para tentar explicar para o seu tio a situação ocorrida.

Foi quando as memórias "apagadas" te acertaram em cheio. Tudo parecia mais um grande borrão do que realmente lembranças. Gritos desesperados, corpos voando contra os destroços da rua praticamente destruída, Katsuki te olhando completamente aterrorizado, manchas vermelhas por toda parte. Era como se não fosse você.

Parecia mais outra pessoa tomando o controle do que realmente você em sua sã consciência. Isso te trouxe memórias do passado, uma situação extremamente parecida na qual seu tio havia deixado você e Shinsou em uma feira local, após o roxeado ir para a própria casa, você foi abordada por alguns vilões, os momentos seguintes dos quais você conseguia se recordar — e dos quais sua mente não te forçou a apagar — foram corpos largados pela rua, o concreto do chão coberto de vermelho vivo enquanto seu tio gritava o que diabos você havia acabado de fazer.

Sua garganta fechou imediatamente com o baque repentino, uma sensação ruim tomou conta do seu peito, a frustração, a raiva, a decepção consigo mesma. Você se sentia fraca, se sentia tão incapaz, se sentia amaldiçoada.

Respirou fundo se levantando e calçando seu coturno, vestindo seu sobre-tudo novamente que estava dobrado perfeitamente ao canto da cama, olhou para o pequeno relógio em cima da escrivaninha, que marcava 6:00 em ponto. Torceu para que não tivesse ninguém acordado aquela hora para poder sair de fininho.

Abriu a porta descendo as escadas com o maior cuidado do mundo, podendo apreciar o silêncio que pairava por toda a grande casa. Atravessou a cozinha indo em direção a porta. Tentou-a abrir mas estava trancada, que ótimo.

— Merda! — Praguejou num sussurro tentando pensar em algo para ir embora.

— Onde está indo?

Você deu um pulo por não esperar que Bakugou estivesse acordado a essa hora.

— Cacete, que susto, Bakugou! Porra... — O xingou baixo, escutando uma risada nasal vinda do loiro.

— Era só ter pedido que eu iria te levar até sua casa. — Ele disse simples indo até um pequeno armário na sala, pegando uma chave que você deduziu ser a da porta.

— Não queria incomodar você num domingo que manhã. Isso é quase considerado um crime. — Disse dando espaço a ele para que abrisse a porta.

— De fato. — Ele destrancou dando passagem para você — Vamos, eu te levo até lá.

— Certo...

[...]

Vocês caminhavam lado a lado sem dizer uma palavra sequer. Você dissera que ficaria na casa de seu tio, o que foi mais uma sugestão de Bakugou pois ele sabia que as perguntas viriam à tona assim que a garota pisasse os pés dentro da escola. Ele pareceu meio agitado quando vocês pararam em frente à casa meio amarelada.

— Você está bem? Quer entrar? — Perguntou parando em frente a porta.

— Hm? Ah, não... eu tô tranquilo.

Você soltou um breve "ah" e então tudo ficou silêncio. Vocês não sabiam o que fazer, apenas ficaram se encarando e desviando o olhar, até você começar a se incomodar muito com a situação.

— É melhor eu entrar, e você ir. Obrigado por me acompanhar. — Se curvou brevemente a ele que apenas virou o rosto concordando.

𝐂𝐇𝐀𝐎𝐓𝐈𝐂 𝐋𝐎𝐕𝐄 - Bakugou Katsuki [REESCREVENDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora