A festa VIP

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Sábado chegou com uma preguiça daquelas, mas a balada promete. Chegamos ao local às 23 horas, uma hora depois que a festa começou. Uma mansão muito bem iluminada, cheia de detalhes e pessoas animadas. Nos identificamos e entramos. A pista de dança estava cheia, o DJ tocando seguido por holofotes e jogos de luzes colorindo o ambiente. Pegamos um drink e nos juntamos à pista.

Duas horas da manhã, e eu já tinha tomado mais drinks do que era capaz de contar. A música estava animando a pista inteira quando a preguiça chegou me dando um soco na cara ao estilo Maguila. Certo, não sei se era a preguiça ou o álcool, mas me acertou em cheio. 

-Ethan, não inventa, ainda tem muita festa pela frente, não vamos sair daqui tão cedo. Pega mais um drink. - Guillermo falou apontando para o bar.

A luz diminuiu um pouco mais e o DJ começou a tocar On & On do Alok ("Body to body with you in the dark''), eu me virei para buscar mais um drink quando avistei no balcão do bar o mesmo cabelo preto, silhueta e ar de mistério da mulher do Skybar. Passei rápido entre as pessoas que dançavam, me dirigindo ao balcão, buscando alcançá-la. Eu precisava saber se era ela.  Não desviei o olhar com medo de perdê-la de vista de novo.

-Oi, posso sentar-me aqui? - falei apontando para o banco alto ao lado dela. Era ela, tenho certeza. Eu reconheceria aquela mulher em qualquer lugar.

Ela se virou um pouco para me responder e pude ver seus olhos e boca iluminados pelas luzes do bar, entre mechas de cabelo que caiam em seu rosto.

-Está livre. - Pude vê-la arqueando um pouco a sobrancelha ao falar.

-Posso te pagar uma bebida? - Falei encarando-a e ela me olhou com um sorriso enigmático. 

-Eu já te paguei uma... - ela falou olhando para o garçom com dois copos a nossa frente.

Essa mulher é linda e, pelo visto, mais rápida do que eu. Pegamos os nossos copos e ela sorriu levantando o copo em um brinde. Que sorriso mais provocante aquele. 

-Como você sabia o que eu estava bebendo? - Perguntei depois do primeiro gole. 

-Você pegou a mesma bebida em todas as vezes que veio ao bar. 

-Eu sou o… - antes que eu terminasse a frase e me apresentasse, ela me interrompeu colocando o dedo indicador na minha boca e me fazendo parar.

-Sem nomes verdadeiros ou sobrenomes ou qualquer informação sobre quem é... Eu sou a Erika. - Ela falou me estendendo a mão, que estava antes na minha boca. 

-Hummm é… Guillermo.  Eu sou o Guillermo.

-É um prazer, Guillermo. - Ela falou "Guillermo" compassadamente, ainda apertando minha mão, e se virou um pouco mais para mim.

-Você falou que eu peguei a mesma bebida todas as vezes, estava me observando? De onde, que eu não a vi? - Perguntei animado por saber que ela me observou, tenho chance.

-Você aparentemente gosta muito de Dry Martini, muito mais que qualquer um que eu conheça. - Ela falou tomando um gole do seu Mojito sem me encarar diretamente.

-Você estava no Skybar ontem, não estava? Eu tentei pegar alguma informação sua, mas o garçom não ajudou. 

-Talvez estive. - Ela falou, degustando seu drink.

Ficamos algum tempo conversando sobre bebidas, sobre assuntos aleatórios e ela estava radiante. Aquele vestido preto acinturado, costas cobertas apenas pelos cabelos, um corte na lateral que chegava quase à coxa, e aquele ar de mistério que me deixava mais fascinado ainda. Quem seria de verdade aquela mulher? 

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