O restaurante

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Aquela noite na festa eu prometi a mim mesmo que daria o espaço e tempo que Victória precisava. Que faria tudo sem pressa, como não fiz antes. Eu sabia que para ela era difícil confiar e se entregar para alguém, só não sabia o motivo. Talvez um dia ela me contasse, talvez não, mas eu respeitaria isso. 

Ela me deu seu número pessoal e agora eu não precisava mais ligar no escritório e implorar para a secretária me deixar falar com ela. Eu consegui que ela aceitasse jantar comigo em um restaurante que gostava muito, eu faria daquela noite a melhor.

Sexta, 20h, chegamos ao restaurante reservado. Ela estava linda, como sempre. Estávamos olhando o cardápio e esperando o vinho que havia pedido, quando percebi alguém se aproximando. 

- Vic! Não acredito! – Disse um rapaz parando junto à mesa. 

- Gu!? Que surpresa te encontrar por aqui. - Ela falou se levantando e abraçando o homem. - Deixa eu apresentar vocês. Gustavo, este é Ethan.

- Um prazer! - falei levantando e estendendo a mão ao cara que atrapalhava minha noite perfeita.

- Eu fui namorado dela. E ainda seria se ela permitisse... - Gustavo falou largando minha mão e abraçando ela de novo.

- Não fomos namorados, Gustavo, deixa de coisa. - Ela falou olhando para ele e dando risada. 

- Para mim fomos, 5 incríveis anos. - O cara queria me provocar, e não largava ela.

- Hoje eu tenho esse privilégio de tê-la como namorada. - Falei mordido de ciúmes e sem nem pensar.

- Não, também não somos namorados, Ethan. - Ela falou olhando para mim.

- Bem-vindo ao clube, amigo. Vou deixar vocês jantarem. Te procuro depois para conversar como antigamente, agora que voltei para a cidade. - Ele colocou a mão na cintura dela e deu um beijo quase em sua boca. E eu quase o arranquei dali com minhas próprias mãos, miserável!

Victória fez questão de mudar de assunto assim que ele saiu, me fazendo engolir qualquer pergunta que eu tivesse sobre Gustavo e o passado deles. Apesar do intruso, nosso jantar foi maravilhoso. 

- Está tudo bem, Victória? - perguntei percebendo que ela estava meio inquieta.

- Está sim, só tive a impressão de estar sendo observada, parecia ter alguém me olhando ali a frente. 

Olhei na direção que ela apontou, mas não vi nada estranho.

- Não vi ninguém, deve ser impressão. Ainda tenho planos para esta noite, aceita ir a outro lugar comigo? - perguntei segurando sua mão que estava sobre a mesa. 

Ela olhou por alguns segundos para minha mão sobre a dela, não sei o que se passava em sua mente.

- Aceito... - Ela falou após um leve suspiro. 

Eu tinha reservado um quarto no terraço de um hotel que gosto. Chegamos ao hotel por volta das 23 horas. A noite estava linda, e eu bem sabia que ela amava olhar o céu. 

- Deixa te mostrar a melhor parte! - Falei conduzindo-a até o terraço onde poderíamos admirar o céu. 

- Oi, lua! - Ela falou olhando para o céu. 

- Quero que essa noite seja perfeita. Mas se decidir ir embora a qualquer momento, basta falar. Combinado? - Falei segurando suas mãos.

- Combinado! - Ela falou olhando nos meus olhos e apertando minhas mãos.

Por um breve momento ficamos em silêncio, segurando as mãos, até que ela soltou e encarou a piscina como se tivesse algum segredo nela que precisava ser desvendado. 

- O que vai fazer? - perguntei ao ver ela correr na direção da piscina. 

- Advin… - Ela se jogou na piscina de salto e roupa, nem deu tempo de terminar a frase. Ela era dessas, se permitia ser séria, ser moleca, ser ela mesma. E eu amava quem ela era em toda sua plenitude. 

- Você é maluca! - Falei rindo.

- Vai ficar aí bancando o "Senhor não faço essas coisas"? A água está uma delícia.  - Falou fazendo careta.

- Se prepara para a performance. - Respondi saltando na piscina. 

Nadei até ela, que já tinha tirado o salto e jogado para fora da piscina. Coloquei meus braços em sua cintura, e ela colocou os braços em meus ombros. Ela sorriu e começou a me dar beijos suaves pela bochecha, até pousar em meus lábios e começar um beijo bem lento, calmo, terno. Então parou. 

- Talvez eu não esteja pronta, mas eu quero tentar... - Ela falou me olhando, e eu podia perceber que não era fácil para ela. 

- Eu estarei contigo, e vou respeitar seu tempo. - Falei passando o polegar em seu rosto molhado. 

Ficamos um pouco mais na piscina curtindo o céu estrelado. Até que decidimos sair e pedir uns drinks. Ela pediu um bloody mary, que confesso não ter tido ainda a coragem de saborear por ser, sei lá, muito exótico para meu paladar. Eu pedi um Dry Martini como sempre. 

Coloquei uma playlist que gosto e a convidei para dançar. Ela se ajeitou no meu corpo e dançamos agarradinhos como mandava a canção.  Eu a beijei e fui soltando o nó de seu roupão devagar, deixando-o cair. Ela desamarrou o meu e passou a mão em meus ombros até segurar minha mão e caminhar me levando até a cama.
 
Deitei-me sobre ela e comecei a beijar sua barriga, dando pequenas mordidas em suas costelas, subi até seu seio. Ela mordia a boca delicadamente, inclinando um pouco a cabeça para trás. Subi pelo seu pescoço e mordi a pontinha de sua orelha direita enquanto minha mão acariciava seu sexo molhado. Coloquei meus braços paralelos ao seu corpo e minhas mãos embaixo de seus ombros e fui me movimentando devagar sobre ela, que movimentava o corpo em vai e vem junto com o meu. Nos amamos intensamente.  

Após o banho ela se deitou em meu braço. Eu podia sentir seu coração pulsar agitado. Ficamos deitados em silêncio por algum momento.

- Dorme bem! - Ela falou passando a mão em meu peito e levantando o rosto para me olhar.

- Você também.  - Falei acariciando seus cabelos e pousando um beijo leve em seus lábios.  

Ela ia ficar…

Quando AcordarOnde histórias criam vida. Descubra agora