O Chalé [ Concluida]

O CHALÉ | CAPITULO 8: Reencontro

A velha Vila parecia vazia, mas não abandonada, de alguma forma ela não era o que se espera de uma vila perdida no meio do nada. As ruas não eram cheias de lixo, as casas não estavam desabando por má conservação. Tudo ali lembrava uma pequena cidade de filme construída em um estilo arquitetônico antigo e sóbrio. A casa indicada pelo garoto era a maior edificação e mesmo quando estavam em nível mais baixo que as casas ela podia ser vista por eles. As ruas eram largas e quase sempre martelada por casas com pequenas cercas vivas, mesmo que algumas não demonstrasse estar tão vivas assim. Era extremamente agradável caminhar por aquelas ruas, até mesmo para eles que tinham o coração ainda muito apertado. Afinal Tummin tinha admitido que ele é seus parceiros tinham realmente sequestrado Emily e apesar dos argumentos que tinha sido por um bom motivo, eles ainda desconheciam quais eram estes motivos e pelo que saibam ele ainda poderiam estar levando eles para uma enorme furada. No entanto eles não tinham a mínima ideia porque alguém iria querer sequestra-los, afinal a maioria deles não eram ricos, seus pais não tinham qualquer coisa que fizessem eles se sobressaírem na vizinhança classe média. O único dentre eles que vinha de família afortunada era Caio, seria por causa dele que aquilo estava acontecendo? Tinham pego Emily porque não tinham tido a chance de surpreender Caio sozinho? Não, isso era impossível a sorte da família do garoto tinham mudado a pouco tempo, mas não tinham mudado o estilo de vida deles tão radicalmente a ponto de estranhos notarem. Aquilo não devia ter nada a ver com o amigo. A cada passo estavam mais próximos do sobrado e de qualquer forma respostas seriam dadas e talvez até entendessem tudo isso.

Faltando um pouco menos de um quarteirão para chegarem no lugar inicialmente indicado por Tummin ele parou de repente, e os garotos pararam junto.

- É aqui... Chegamos!

- Aqui? Mas você falou que ela estava lá - Ricardo estava desconfiado.

- Era só um indicativo, eles escolheram o mercadinho para ficarem.

- Então posso entrar ai é vou encontrar minha namorada?

- Esta é a ideia Ricardo - Tummin disse sorrindo - Posso ir na frente?

- Esta é a ideia Tummin - Ricardo ainda estava desconfiado

O rapaz abriu a porta sem qualquer dificuldade. É entrou deixando a porta aberta como um convite para ser seguido pelos novos companheiros. O lugar tinha muitas prateleiras e dois freezers de bebidas bem antigos. Tudo ali parecia bem funcional, apesar das gôndolas vazias e dos garotos terem certeza que a caixa registradora não era ligada a muito tempo. Atrás do balcão estava a porta que deduziram acertadamente que fosse a entrada para a casa anexa ao comércio. Tummin estava encostado no balcão olhando os outros enquanto eles variam o lugar com os olhos.

- Tummin, que lugar é este? Esta vila e tal?

- Henry, logo você saberá. Não me faça adiantar a história. A Emily está logo aqui - ele indicou pra porta- Ai todos vão entender

- Então vamos de uma vez - Ricardo não estava se aguentando mais - Quero ver a Emily agora!

- Então me sigam, por favor.

Ao passarem pela porta eles ficaram em um curto e escuro corredor, que só ficou claro quando Tummin abriu a porta na outra extremidade, deixando vozes invadirem o lugar. Eram risos que seguiam palavras ditas por meio eletrônico, uma televisão, havia pelo que podiam distinguir dali três pessoas sorriam do que se passava na TV. Tummin fez sinal para eles o seguirem. Ricardo chegou até ele a tempo de ver uma pequena garota se jogar em seus braços. Aparentemente as outras duas pessoas não tinham notado a chegada deles até que a menina gritou de alegria.

- Tummin você chegou!

- Estava morrendo de saudades, mas vim com calma. Não podíamos perder eles novamente né maladrinha.

- Não foi minha...

- Depois Maika...

Alguém passou como um raio por eles.

- Meu amor... Meu amor... Que bom que o Ian e a Maika não mentiram. Vocês vieram mesmo! - Emily estava eufórica.

- Eles nunca deviam ter te sequestrado. Eu... - O garoto caiu no choro - Eu fiquei tão preocupado contigo minha princesa.

- Não pense mais em coisas ruins. Eles me tratou muito bem. É dizem que te uma boa explicação.

- Pra mim o que importa é que te encontrei e que podemos ir embora deste lugar agora mesmo.

- Ricardo, nós já estamos aqui... Estamos cansados e meio que não consigo mais dar um passo sem desmaiar. Podemos ouvir o que eles tem a dizer. A Emily disse que trataram ela bem e tudo mais. Aposto que tem algo pra comer por aqui. - Alice disse quase suplicando ao amigo.

- É claro que eles tem amiga. E também quero ouvir a explicação. Afinal a sequestrada fui eu né.

- Tummy, vocês podem nos dar algo para comer? - Ricardo pediu

- Claro, Tudo que é nosso é de vocês também. Deixe eu apresentar vocês aos meus irmãos. Esta pequena maladrinha que alguns de vocês viram no chalé é a Maika. E este é meu irmão mais velho Ian.

- Muito prazer Maika e Ian - Todos foram repetindo.

- Vocês podem se alimentar e tomar banho de quiserem. A Emily já está familiarizada com a casa pode mostrar onde fica o banheiro. Eu e o Tummy vamos preparar algo delicioso para vocês.

- E a explicação?

- Jônatas, ela virá depois da alimentação. - fique calmo.

A possibilidade de tomar banho, comer e descansar fez com que os medos e a curiosidade dele se aplacassem um pouco e Emily pode mostrar para eles a casa e alguns até ajudaram os garotos na preparação da comida enquanto aguardavam suas vezes de usar o banheiro. As garotas iam tomando banho juntas então não demorou muito para todos estarem na mesa se deliciando com os pratos preparados pelos irmãos. A fome deles era tanta que nem mesmo os legumes cozidos sobraram nas panelas.

Ian parecia ser o líder dos irmãos, assim como Jônatas o dos amigos, e era muito bonito ver como ele cuidava dos menores com gentileza e carinho. Maika era a princesinha dos irmãos e sempre estava próximo de um deles. O que levou Ricardo a pensar que na noite que ela aparecerá no chalé ela não estava sozinha, um dos irmãos devia estar a vigiando de muito próximo. Tummin era o típico irmão do meio, sempre fazendo brincadeiras com os outros dois e irritando um pouco Maika. E eles pareciam muito próximos e eram uma linda família reduzida.

Após a refeição os novos amigos foram para a sala e se espalharam sentando no chão e no sofá. Maika desligou o televisor que ainda transmitia um desenho animado japonês. E Ian se dirigiu aos garotos:

- Amigos, eu sei que a mente de vocês está cheia de perguntas e dúvidas. Prometo que a maioria serão respondidas e que muitas outras vão surgir, algumas das quais eu e meus irmão não temos as respostas. Mas em primeiro lugar peço paciência, porque para entender o porque pegamos a Emily vocês terão que entender como isso começou para nós. E está é uma história que precisa de tempo para ser contada.

- Tudo bem Ian, nós queremos ouvir - Jônatas se apressou em dizer.

- Pois bem! Então foi assim que começou: