🌷 Capítulo 03

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Oi denguinhos.
Voltei com mais um capítulo.
Boa leitura

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   Eu sei que eu fui muito burra e idiota por ter saído de casa de cabeça quente, ainda mais aquela hora da noite, foi mais do que burro na verdade. Por pura sorte ou sei lá o que, alguém estava passando na hora em que alguns garotos ainda mais idiotas e babacas me barraram por terem sido expulsos da lanchonete dos meus pais por terem sido os maiores transfóbicos que eu já vi no meu lugar de trabalho. E melhor, o moço, homem, ainda era um policial, e ok que não foi muito legal ele achar que eu era um garoto, não foi culpa dele, e eu também não o culpo, tanto que os outros usaram pronomes masculinos e meu nome de batismo para se referir a mim, além de eu estar com um moletom três vezes maior do que eu, eu relevei.

Além disso, ele também foi fogo, e também atencioso ao me acompanhar e saber o que havia de errado comigo, se eu tinha me machucado (sim porque os idiotas me acertaram com a droga de uma lata de cerveja bem no rosto) etc…
Eu sei que é o trabalho dele cuidar de uma pessoa quando vê que ela está machucada, pois ele é um oficial do governo, mas é que, argh, ele foi fofo, além disso ele me acompanhou pra casa, e disse que queria me ver de novo, dá pra ter noção? Mesmo sabendo que eu sou eu, ele quer me ver de novo.

— Você por acaso sabe que horas são Yoo-na? E quem é aquele homem que estava com você? — eu suspirei pesadamente já dentro de casa, e recebi seus olhares escanear meu corpo — Que roupa é essa?

— Eu só estava caminhando.

— Porque está com esse curativo no rosto? Você se machucou? Ele bateu em você Yoo-na? — eu resmunguei, me esquecendo do detalhe.

— Não, não foi ele que me machucou, e ele é um policial, um oficial. Ele me ajudou quando alguns garotos idiotas me barraram na praça, e mandou eles embora, depois ele me acompanhou até um posto de saúde aqui perto e é isso, ele me trouxe pra casa e por aí vai, ele não fez nada além de, sei lá, ser legal — eu disse vendo os dois faltando arrancar os cabelos — Eu vou pro meu quarto ok? Vou descansar um pouco.

— Yoo-na. Jeon Yoo-na — eu não parei e muito menos esperei para ouvir o que eles tinham a me dizer sobre o que havia acontecido depois que eu saí de casa. Bom, eu saí de casa para esfriar um pouco a cabeça, mas não estava nos meus planos os dois acontecimentos seguidos.

Acontece que meus pais não estão mais me apoiando a achar algum lugar fora ou, no país para que eu consiga fazer a cirurgia de redesignação sexual, que meio que consiste em reconstruir uma parte do meu corpo, cirurgia que eu preciso fazer para deixar de ser considerada um homem pela sociedade, porque sim, eu ainda tenho genitais masculinos e isso é uma droga.

Eles falaram que ainda é muito cedo para pensarmos na minha cirurgia. Sério? Cedo? Eu passei toda a minha vida me odiando, odiando o meu corpo, e eles falando que eu deveria esperar um pouco mais, esperar fazer dezoito, esperar os dezenove, vinte, e agora que eu tenho vinte e três anos eles simplesmente falam que ainda está cedo demais? Eu realmente não consigo entender e acho que eles também não entendem que eu só quero ser um pouco mais livre, aceita nos lugares, que eu não precise explicar porque meu nome é masculino, porque minha foto está tão diferente.

Foi por isso que coloquei uma das minhas roupas antigas e sai, e sinceramente, eu me senti horrível, é horrível, e eu só quis chorar, mas então eles apareceram e tudo piorou dez vezes mais.
Agora cá estou eu jogada na cama tentando dormir, porém lembrando de um certo homem loiro que me salvou a algumas horas atrás.

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Eram mais ou menos 5:00 da manhã quando os pais da garota bateram na porta do seu quarto na tentativa de acordá-la para uma nova manhã de trabalho na lanchonete da família, mas ela apenas rolou na cama e se enfiou ainda mais debaixo do edredom quentinho, se esquecendo totalmente do compromisso que havia firmado. Estava com zero vontade de sair de casa. Até lembrar.

Ela! Sempre fui ela🌷{ T do LGBTQIA+ }Onde histórias criam vida. Descubra agora