Cap 45 {Prisioneira da minha própria mente}

106 3 0
                                    

Matias:E aí, como você está?

Adriana: Querendo me curar da depressão

Matias: Sente-se  (Adriana senta)

Adriana: Desde ontem, eu me sinto um pouquinho melhor, nunca pensei que em apenas uma consulta, eu ia melhorar drasticamente, me sentir tão leve, sinto que estou me curando da depressão (Suspira)

Matias: Mas ainda tem muita coisa para acontecer. Você precisa se libertar por completo! até que não haja mais dor, e esse processo é lento e as vezes muito doloroso

Adriana: Então quer dizer que, essa leveza que eu estou sentindo não é uma melhora?

Matias: Não, não é isso

Adriana: Então é oque?

Matias: Adriana, isso que você sente, não é necessariamente uma melhora

Adriana: Como não?, é sim, eu já não me sinto mais culpada e isso quer dizer que eu estou me curando da depressão

Matias: Deixa eu te explicar, Olha, você nunca desabafou dessa forma, com ninguém, estou certo?

Adriana: Sim

Matias: E você também nunca tirou o peso da culpa de cima de você antes, correto?

Adriana: Sim correto, mas oque você está querendo dizer?

Matias: Estou dizendo que, no seu caso a sensação de "Culpa e a depressão" são distintas

Adriana: Então quer dizer que, a minha depressão não tem nada haver com a culpa que eu sentia? (Diz tentando entender)

Matias: Isso! Exatamente isso, o peso da culpa não tem nada haver com a sua depressão!

Adriana: Que?, como não?, a culpa que me fez entrar em processo de depressão!

Matias: A culpa não fez você entrar em processo de depressão. Oque fez você entrar em de depressão foi a "perda"

Adriana: Até que faz sentindo

Matias: Vamos lá,  me responda uma coisa

Adriana: Pode falar!

Matias: Se você não estivesse naquele volante, você acha que ainda assim, entraria em  depressão?

Adriana: Eu acho que... (Matias a interrompe)

Matias: Antes de responder, pesso que lembre de como foi a sua vida antes do acidente, bem antes; quando você se sentia rejeitada pela sua mãe, quando seu pai morreu no seus braços e etcetera
(fala devagar, fazendo Adriana refletir). Agora sim, você acha que entraria em depressão mesmo assim?

Adriana: Sim (Deixa uma lágrima cair) por mais que não fosse a intenção da minha mãe, as vezes eu me sentia rejeitada e a rejeição doía muito, eu me achava um peso as vezes

Matias: Mesmo não sendo!, está vendo Adriana?
É como se você tivesse caído nas armadilhas da sua propria mente, você pensava em coisas improváveis, você se tornou prisioneira da sua própria mente

Adriana: É verdade, e depois da morte do meu pai, eu só piorei, vê ele morrendo nos meus braços foi horrível (Chora)

Matias: E depois de tudo, Veio o seu relacionamento, onde você finalmente achou que suas feridas seriam curadas, mas não foi bem assim né?

Adriana: Eu me relacionei com um homem que me fazia juras de amor, e ele só queria me usar(Relembra)

Matias: E quando você já estáva completamente envolvida, ele te largou sem mais porquês

Adriana: E isso... (É interrompida por Matias)

Matias: E isso doeu né?

Adriana: Sim

Matias: Te deixou traumatizada?

Adriana: Sim

Matias: A pesar de ter sido só uma desilusão amorosa, você permitiu que isso entrasse no teu subconsciente e a traumatizace

Adriana: É verdade, eu não tive controle sobre o meu emocional

Matias: Agora você percebe que não foi só a perda que te fez entrar em depressão?

Adriana: Sim é verdade, eu me traumatizei com Uma desilusão, e só depois de muito tempo eu consegui me abrir de novo para o amor

Matias: Amor esse, que você criou uma dependência emocional sem saber

Adriana: Era o meu marido, é óbvio que eu me apeguei

Matias: Uma coisa é se "apegar" de forma saudável, outra bem diferente é ter dependência emocional, a ponto de a pessoa ser o ar que você respira

Adriana: Mas ele me amava, eu podia ver nos olhos dele

Matias: Não duvido, mas ainda assim, você não podia ter criado uma dependência emocional

Adriana: E quanto a minha filha?

Matias: Não posso garantir que um dia essa dor vai passar, mas ela pode amenizar

Adriana: Você tem toda razão, eu tenho que me libertar, eu tenho que cicatrizar essa ferida (Diz quebrando uma barreira a mais)

Matias: Isso, é assim que se fala

Adriana: Mas me explica só mais uma coisa

Matias: Oque você quiser

Adriana: No fim de tudo, oque me causou depressão?

Matias: Um pouco de tudo, você tinha a família perfeita e derrepente tudo acabou, a sua família era sua talba de salvação, e derrepente essa talba se quebrou, a oportunidade perfeita para depressão invadir

Adriana fica alguns minutos em silêncio, só pensando no que Matias disse, logo depois ela quebra o silêncio e diz...

Adriana: Você tem alguma paciente depois de mim?

Matias: Não, você é a ultima

Adriana: Então será que você pode...

Matias: Já sei, prolongar o tempo da consulta
Mais do que o normal né

Adriana: Sim, você poderia?

Matias: Vou abrir, uma seção para você (Sorri)

Adriana: Eu estou gostando muito da terapia, está abrindo meus olhos, está fazendo eu voltar a confiar em  mim

Matias: Agora sim, isso é sinal de melhora (Sorri)

Enquanto isso...

                         Na lactos
Cont?

Amanhã é para sempre(A Mudança de Bárbara Greco)Onde histórias criam vida. Descubra agora