Capítulo 113

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Domingo

Rebeka narrando

Faltava praticamente mais uma semana pro fim do acampamento e hoje o dia não poderia ser pior, agora são exatas 4:00h da manhã e já era a terceira vez que eu acordava.

Não estava conseguindo pegar no sono de jeito nenhum, toda vez que fechava os olhos só vinha a imagem do meu tio mas logo ela desaparecia e uma silhueta masculina assumia seu lugar, via uma versão minha criança correndo pra esse homem mas ele se afastava cada vez mais de mim, sumindo também.

Coloquei minha blusa de frio, peguei meu celular e sai do quarto, andei pelo acampamento até chegar na beira do lago onde me sentei abraçando as minhas pernas pelo frio e olhando a paisagem que quase não dava pra ver pela pouca luz.

Respirei fundo tentando conter as lágrimas mas foi em vão, era uma mistura de raiva, saudade e mágoa. Sinto muito a falta do meu tio, ele foi o pai que eu nunca tive, ficou no lugar de alguém covarde que não teve responsabilidade nenhuma de me assumir ou pelo menos dar algum tipo de auxilio pra minha mãe.

Eu:Ele me desprezou sem ao menos me conhecer!

Comecei a lembrar de todos os meus aniversário que eu chorava por não ter um pai, de quando a professora pediu pra desenhar a família e eu corri pro banheiro triste.

Na maior parte da minha ida estudei em escola particular já que minha família sempre quis a melhor educação possível, e foi em uma dessas escolas que conheci uma certa loira me humilhou diante da escola inteira e me bateu com outras meninas na hora da saída por simplesmente não ser rica e não ter a família perfeita como elas.

Essa loira era a Katerine, que provavelmente nem lembra dessa história.

Ouvi passos e nem me dei ao trabalho de me virar para olhar quem é. Pelo canto do olho consegui ver a pessoa se sentando do meu lado, ela não disse nada, apenas passou o braço pelo meus ombros e colocou minha cabeça em seu peito me abraçando.

Erick:Tá tudo bem, eu tô com você -acariciou meu cabelo. -O que aconteceu?

Olhei pra ele pensando no que responder, minha primeira reação seria inventar qualquer motivo e colocar a culpa na TPM, mas era o purpurina na minha frente me olhando com uma carinha de preocupado.

Abrilina: Não quer mentir pra ele né bichinha...😶

Eu:Minha mãe tem uma irmã gêmea, a Regina, ela é um amor -desencostei de seu peito. -Casou com o Sérgio que mano, não tenho nem palavras -limpei algumas lágrimas do rosto. -Eu cresci com eles sabe e ele acabou se tornando um pai pra mim, mas ele morreu a alguns anos...

Erick:Sinto muito... -acariciou minha coxa. -Você nunca me contou sobre seu pai

Eu:Por que eu não tenho um -olhei pro lago novamente. -O cara abandonou a minha mãe quando tava grávida e eu fui criada só por ela, meus tios, e meus padrinhos

Erick:Nossa... -ficou em silêncio. -Ele é um completo idiota por perder a chance de te conhecer, não sabe o que tá perdendo -ri fraco negando com a cabeça

Ele delicadamente colocou a mão no meu queixo virando meu rosto em sua direção, me deu um beijo na testa e me puxou pra um abraço novamente.

Ficamos assim por um tempo, ambos em silêncio mas não foi nenhum pouco desconfortável. Ele do nada se levantou estendendo a mão pra mim, arqueei a sobrancelha olhando aquilo morrendo de preguiça de levantar.

Erick:Bora lá preguiçosa, vamos assaltar a geladeira da cozinha -sorri pegando sua mão

Abrilina:Quem vê pensa que passa fome🤦🏽‍♀️

Corremos até o refeitório que não tinha uma alma viva igual o caminho até lá, vi as horas no relógio e já eram quase 05:30h, hora que costumam começar a fazer o café da manhã.

Abrimos a janela da cozinha que estava destrancada, pulei com a facilidade de sempre e ajudei a princesa purpurina a entrar, fomos até a geladeira pegando duas garrafinhas de suco que era a melhor coisa que tinha ali.

Fui até os armários pegando dois pacotes de bolacha, pulamos de volta a janela e corremos até a uma árvore grande que tinha um balanço.

Eu:Não acredito que você me fez roubar comida da cozinha

Abrilina:Como se já não tivesse feito isso né🙄

Erick:Ah como se eu tivesse te obrigado né -rimos. -Palhaça

Eu:Não me deu outra opção -abri o pacote

Erick:Se manca Rebeka -bateu na minha testa

Comemos a bolacha toda enquanto conversámos, quando acabamos deitei minha cabeça em seu ombro olhando o sol nascer, ele não disse nenhuma palavra e eu também não fazia questão, tava bom assim.

Ambos estavam aproveitando o momento e não queríamos correr o risco de estragar com palavras, senti o coração dele acelerar e olhei pra ele vendo o mesmo sorrir negando com a cabeça me puxado pro seu peito.

Erick:É cachinhos... acho que você conseguiu o que eu achava que era impossível -respirou fundo. -Eu...
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💌Recadinho:Desculpa a demora gente, estava com preguiça e meio bloqueada pra escrever capítulos, mas aquí está, finalmente saiu! Estou escrevendo mais capítulos pra postar com mais frequência então não desistam dessa fic que tem muita coisa pra acontecer.

Inclusive a primeira vez da Rebeka e Erick que está muito perto.

27k✨💜

~Beijos de golfinho🐬💋

A Filha da Empregada Onde histórias criam vida. Descubra agora