capítulo 7

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-Caio pov-

Estava tomando banho quando de repente um som de notificação de chamadas saiu do meu celular, fazendo assim minha música ser interrompida.

- O que é agora? (resmunguei irritado)

Peguei o celular com as mãos molhadas e li o nome na tela: Gustavo

- O que você quer? (disse assim que atendi)

- Oi Caio! Eu estou muito bem sim, e você? (ele disse ironico)

- Cara, eu estava tomando banho e você me atrapalhou.

- Ok, ok. Vou direto ao ponto: Você já tem um bom estoque de material escondido na sua casa, e você já devia ter começado a vender.

- Foi mal, cara. Eu estou tentando achar usuários que podem se interessar na escola, mas é difícil, eu não falo com quase ninguém.

- Que tal você tentar aquela clássica tática de "Anjos da lei"?

- Qual delas?

- Você lembra que no primeiro filme o traficante da escola deixava uns adesivos com o número dele para que os alunos soubessem onde comprar? (disse ele citando nosso filme favorito)

- Claro que lembro, mas se você tá pensando que eu vou fazer isso pode esquecer, nunca vai dar certo. Não estamos em um filme.

- Cara, pensa bem: Você arruma um celular que não seja o seu, começa a espalhar adesivos com o número dele pela escola, e depois espalha um boato de que tem alguém vendendo drogas por ele.

Eu gargalhei ao telefone.

- E por que eu simplesmente não espalho um boato sem precisar desses adesivos?

- Porque isso não ia dar certo. Você ia falar que tem alguém vendendo drogas e quando as pessoas forem comprar vão ver que essa pessoa é você mesmo! E mesmo que você tentasse esconder o rosto com uma máscara você não ia conseguir mudar tanto a voz ao ponto de não reconhecerem.

- É... você tem um ponto.

- Claro que tenho. E outra coisa: Com os adesivos ninguém vai precisar falar com você antes de ir comprar, ou seja: ninguém vai saber como é seu rosto ou sua voz, aí sim você vai poder se disfarçar.

Pensei por uns segundos em sua proposta.

- Ainda acho isso uma péssima ideia.

- Ah! E você também pode colocar um logotipo nos adesivos, tipo... sei lá, uma folhinha de maconha, talvez?

- Já disse que nada disso vai dar certo. Tudo que os próprios traficantes do filme fazem dá errado no final.

- Mas a diferença é que a gente tá no Brasil, você sabe como as coisas são aqui. (ele diz em tom malicioso)

- Não sei não Gustavo... talvez dê merda.

- Você nunca vai saber se não tentar.

- Vou pensar no seu caso.

Ele riu.

- Ok, boa sorte.

- Tchau. (eu disse e finalizei a chamada)

Será que isso pode mesmo dar certo?

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Durante o fim de semana eu fiz e imprimi os adesivos com o número de um novo chip que eu comprei para colocar em um celular antigo que eu não uso mais.
Agora tenho que torcer para esse plano ridículo do Gustavo dar certo.

Meu novo padrasto (boyxboy) [EM PAUSA]Onde histórias criam vida. Descubra agora