capítulo 3

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-Caio pov-

As aulas voltam hoje, e mesmo que a escola fique perto de casa eu ainda não sei onde fica.
Por esse motivo terei que ir de carro com o meu padrasto hoje pra poder aprender o caminho. Só espero que não seja tão constrangedor quanto eu imagino.

(...)

Ficamos em silêncio durante a viagem inteira até chegarmos na escola.

- Aprendeu o caminho? (ele me pergunta enquanto para o carro na frente do colégio)

- Sim. (abri a porta e sai do carro) Valeu! (disse a ele, em seguida adentrando os portões dessa instituição de ensino)

Parece muito chique, pelo visto é um colégio particular.
O maldito Gabriel deve ter sugerido isso pra minha mãe. Depois vou ter que falar com ela sobre essa babaquice!

Enquanto caminhava até a diretoria eu aproveitei pra olhar se tinha câmeras em algum lugar daqui, e acabei achando algumas.
Depois de uns minutos analisando percebi que no ângulo certo dá pra se "esconder" da filmagem, digamos assim.
Mas é melhor não arriscar vender drogas pra ninguém aqui dentro, é melhor entregar do lado de fora.

(...)

Depois que descobri a minha turma na diretoria o dia correu normalmente.
Chegou a hora do intervalo e eu sai da sala com rapidez, até que esbarrei em alguém.
Era um garoto de pele morena e cabelo cacheado estilo anjo.

- Foi mal.

- Tudo bem. (ele disse, sua voz era alta e aguda) Você é novo, né?

- Sou.

- Meu nome é Samuel.

- O meu é Caio.

Ele me observou da cabeça aos pés com um sorrisinho de lado.

- Você é solteiro?

Fiz uma careta e disse:

- Por que você quer saber?

- Porque você é gatinho...

Nesse momento percebi o que ele estava querendo.

- Eu não sou gay, Samuel.

- Nossa, que desperdício.

Dei risada e comecei a andar para o pátio da escola. Ele me seguiu.
Parei e observei as pessoas que estavam no local.

- Todos aqui são... desse jeito?

- Que jeito?

- Todos parecem ser metidos e idiotas.

- Obrigado pelo elogio, Caio.

Sorri e observei as pessoas novamente.

- Mas respondendo sua pergunta: a maioria são filhinhos de papai mimados, pouca gente é legal por aqui. Não é atoa que eu não falo com ninguém. (ele olhou pra mim e sorriu)
Bom... até agora.

Será que tem algum riquinho que pode se interessar em comprar as minhas humildes mercadorias?
Olhei para Samuel e disse:

- Você acha que tem algum drogado por aqui?

Ele gargalhou e disse:

- Que pergunta inusitada...
Inusitada, mas interessante. (colocou a mão no queixo e continuou)
Acho que deve ter alguns maconheiros por aqui. De vez em quando eu vejo uns caras tão mongolóides que só podem estar chapados.

- Entendi.

- Mas por que a pergunta?

- Mera curiosidade.

Meu novo padrasto (boyxboy) [EM PAUSA]Onde histórias criam vida. Descubra agora