Sublime Epiphany

andando por si

Pedido de Prongslzs, espero que goste!

— Mantém um pé no chão e outro você coloca no pedal, isso é pra pegar impulso na
hora de pedalar. Isso mesmo, muito bem — James parabenizou Harry com um grande sorriso no rosto, seus olhos brilhando para o rosto animado do filho. 

Harry tinha completado cinco anos fazia poucas semanas e havia ganhado uma bicicleta trouxa de Sirius, a bicicleta era vermelha e decorada de acordo com o super-herói favorito do garotinho, o Homem-Aranha. Dizer que Harry tinha ficado animado com o presente seria um eufemismo, o Prongsy-Boy ficou eufórico e um tanto obcecado pelo presente. James julgou ser normal um menino de cinco anos querer dormir abraçado com sua primeira e novíssima bicicleta.

E agora aqui estava James, em uma rua sem saída e meio deserta perto da casa onde moravam em um bairro trouxa, ensinando seu filho a andar de bicicleta e ignorando um Regulus muito nervoso que roía as unhas ansiosamente  ao seu lado.  

— Tem certeza de que é seguro?  Ele não vai cair? Sei lá, quebrar um braço? E se ele tiver uma concussão?

— Regulus! 

— Papai! 

— Eu só estou apontando possibilidades!  

— Nada vai acontecer, Reg! É fácil, Harry vai pegar o jeito. Você não deveria ficar assustado, aposto que quando você estava aprendendo nem mesmo Sirius ficou tão paranóico  — James olhou para Regulus com facilidade,  segurando firmemente Harry em cima da bicicleta, ignorando os impulsos que o menino tentava pegar para se soltar das garras do pai e andar livremente. 

— Mas eu não aprendi… — Regulus sussurrou baixo, mas não suficiente para que James não percebesse. Suas sobrancelhas foram franzidas com o olhar questionador do marido. 

— Você não o quê?  

— Eu não aprendi a andar de bicicleta — Regulus deu de ombros, como se fosse a coisa mais normal do mundo enquanto James e Harry olharam para ele como se ele fosse algum ser de outro planeta — Eu não sei andar de bicicleta. 

— Como assim?! — Harry e James perguntaram em uníssono, suas vozes  gritando indignação. 

— Bom, eu obviamente não confiava no meu irmão louco para me ensinar a fazer isso sem ter a certeza de que ele não me faria ter uma fratura  craniana. E eu nem preciso falar sobre meus pais. 

Quando Regulus voltou seu olhar do chão para seu marido e filho, os dois Potter já tinham sorrisos marotos idênticos em seus rostos. 

— Você pensou o mesmo que eu, Prongsy-Boy? 

— Com toda certeza, papai Prongs. 

xXx

— Isso é uma péssima ideia — Regulus resmungou, enquanto colocava o capacete vermelho com detalhes de teia de aranha em sua cabeça - por insistência de Harry - e ajustava  seus pés como James tinha ensinado — Eu vou morrer. Onde vocês conseguiram essa bicicleta, aliás? 

— Tia Molly emprestou, ela disse que comprou pro Tio Arthur um tempo atrás, mas que ele era um porco preguiçoso que não podia nem mesmo pedalar algumas quadras até a padaria.  Foi ela quem disse — Harry adicionou a última parte rapidamente, olhando sem graça para o olhar repreendedor  de Regulus por causa da  sua linguagem. 

— Paro com o papo, vamos fazer isso logo — James bateu palmas para chamar a atenção dos dois, parando ao lado de Regulus para segurar a parte de trás do selim com uma mão e com a outra segurar o lado esquerdo do guidão, apoiando Regulus perfeitamente até que ele pudesse andar sozinho — Pronto? 

— Jamie, você sabe que se eu morrer, você nunca mais vai me ver nu, certo? Tem certeza de que quer viver sem isso? 

James gargalhou alto, desviando brevemente do tapa do ex-Black e ignorando suas reclamações. 

— A dica é: não pare — Potter olhou com um sorriso brincalhão para ele, sua covinhas aparentes acalmando aos poucos o coração nervoso de Regulus — Eu vou te segurar até que você pegue impulso o suficiente, quando eu perceber que você não vai cair, eu te solto e você pedala até o fim da rua, sem parar, e quando chegar lá, freie. Você não precisa dar a volta ainda, eu só quero que você vá até o final, tudo bem? 

— Tudo bem — Regulus respondeu com um suspiro, fechando os olhos brevemente antes de abri-los novamente e fixar seus olhos no fim da rua sem saída, ajustando seus pés novamente e segurando firme o guidão — Eu estou pronto. 

Ele fez exatamente como James disse para fazer; pegou o primeiro impulso com o pé que estava no pedal e rapidamente tirou o outro do chão, fazendo-o trabalhar com o outro. Ele mal percebeu quando James o soltou, muito menos percebeu os gritos de felicidade de Harry. Concentrado demais na brisa de fim de tarde que varria seus cabelos e na coloração alaranjada do céu com poucas nuvens. Quando o final da rua se aproximou, ele freou levemente e aos poucos foi parando, apoiando os pés no chão para não se desequilibrar quando parou totalmente. 

Quando ele olhou para trás, esperando ver o marido e seu filho andando em sua direção, a imagem que encontrou o deixou com um sorriso afetuoso e bobo em seus lábios; Harry pedalava com facilidade, seu rosto rasgado em um grande sorriso banguela enquanto controlava a pequena bicicleta com maestria e andava rapidamente até seu pai. Ele parou a poucos centímetros de Regulus, espelhando os movimentos do homem e descendo do veículo, ele apoiou a bicicleta no pé de apoio e correu até seu pai, pulando nos braços do homem mais velho. 

— Você andou tão bem, papai! 

— E você foi melhor ainda! Estou tão orgulhoso de você — Regulus abraçou o corpo do pequeno em seus braços, adorando sentir o coraçãozinho de Harry batendo rapidamente com a animação iminente. 

— E eu estou orgulhoso de vocês dois — James anunciou eufórico, indo até os dois e se juntando ao abraço apertado  — Meu meninos, eu amo vocês. 

— Papai, não chore.

— Mas eu estou tão feliz. 

Regulus gargalhou da voz chorosa do marido, beijando o cabelo espetado de Harry e deixando um selar carinhoso nos lábios de James. 

— Meus dois meninos bobos.