amor paterno

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Tô cheia de fic pra escrever, mas quem disse que eu tenho tempo?


O rosto de Regulus está pressionado infantilmente contra o vidro, como uma criança admirando seu brinquedo favorito pela vitrine da loja, adorando algo que está fora de seu alcance. Mas Regulus não pode evitar, ele esperou tanto por esse momento, mais especificamente um ano e dois meses. Todo o tempo que levou para ele e James conversarem sobre começar sua família, conversar com Lily, começar todo o processo de inseminação até o sucesso iminente e mais os nove meses de gestação. 

Mas valeu cada segundo, Regulus pensa ao admirar a coroa de cabelos negros e espetados. Harry está no berçário, tirando uma soneca depois de vir ao mundo em berros, provavelmente muito cansado de chorar e ainda ter que ouvir o choro de seus dois pais babões e sua madrinha muito emocionada. 

Regulus ainda pode sentir a palpitação no peito, aquela sensação de puro amor quando o choro cessou e Harry o agraciou com a visão de seus lindos olhos verdes, tão brilhantes e perfeitos quanto os de Lily. Com um suspiro feliz, ele não pode deixar de permitir que lágrimas quentes e grossas corram livres pelo seu rosto quando Harry solta o resmungo mais fofo do mundo durante seu sono, seus pequenos e rechonchudos punhos cerrados firmemente. 

Sirius provavelmente iria rir dele se o visse nessa situação. Essa foi a grande piada de toda a gravidez, o fato de que mesmo que fosse Lily quem estivesse carregando o bebê, isso não impediu Regulus de estranhamente ter sintomas de gravidez, como enjoos matinais, desejos estranhos e um pequeno ganho de peso, mesmo que fosse biologicamente impossível. 

Mesmo que isso fosse algo sobre o que eles brincassem muito, isso ainda não deixou de preocupar Regulus, o fazendo ir até a médica que acompanhava a gestação de Lily. E se houvesse algo de errado com ele? Aquilo não poderia ser normal, era muito melhor saber logo o que estava acontecendo com ele, ele poderia estar morrendo! 

Ok, talvez houvesse um pouco de drama naquilo, mas Regulus era um homem e estava se sentindo como se estivesse carregando seu filho ele mesmo. Desde quando um homem cis engravida? Ele estava literalmente subindo pelas paredes. 

Mas para o bem da sua saúde mental, a médica, Doutora Prince, o tranquilizou. Ela disse que aquilo era comum e que se chamava síndrome de couvade, algo que acontecia quando o pai estava muito envolvido psicologicamente e emocionalmente com a gravidez, e que ele poderia chegar até mesmo a sentir dores durante o trabalho de parto de Lily - o que ele obviamente ignorou, ninguém precisava saber que as dores abdominais que ele sentiu enquanto Lily estava na sala de parto não eram apenas por causa da ansiedade e do nervosismo - mas que era uma boa coisa, que isso só significava que ele já era um ótimo pai e que seu bebê seria uma criança muito amada. 

Isso só o fez se sentir ainda mais emocional e patético na época por chorar tanto ao ouvir que ele era um ótimo pai. Porém, olhando seu pequeno e perfeito filho, sentindo a mão quente e reconfortante de James em suas costas quando seu marido se aproxima dele e ouvindo seu coração bater amorosamente em seu peito, ele sabe que valeu a pena cada madrugada cuidando de Lily, cada um dos ultrassons que cobriram a porta de sua geladeira, cada briga para decidir a cor do berçário e cada um daqueles malditos oito quilos que ele inevitavelmente engordou. 

Tudo valeu a pena para ter seu garotinho aqui e agora, com eles. 

— Tudo bem, lindo? — a voz de James era doce quando ele questionou suavemente, sua voz abafada pelos cachos negros de Regulus quando Potter beijou o topo de sua cabeça e logo em seguida sua têmpora. 

— Nada poderia estar melhor, meu amor. 



Um pouco gay demais pro meu gosto, Regulus Black teria sim síndrome de couvate e nada tira isso da minha cabeça.

 Sublime EpiphanyOnde histórias criam vida. Descubra agora