Vinte e dois: Anestesia

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— Eu já estou ligando para o responsável dela. Isso é inadmissível. Chame imediatamente alguém para interditar a quadra e olhar cada centímetro daquele chão. Se algum aluno importante se machucar... — era a diretora do colégio Warren na enfermaria, olhando Maya desacordada. A garota começou a recobrar a consciência, mas seus olhos pareciam pesados.

— Ainda bem que ela é bolsista, não vai dar trabalho. — disse o coordenador, olhando Maya com inferioridade. — Enrole o pai dela, ele é aquele mecânico da cidade, não tem estudo, vai ser fácil.

— Pode deixar. Ei, Madison, que remédio é esse? — disse a diretora, arqueando as sobrancelhas para a enfermeira.

— Dê o mais barato. — era o coordenador.

— Mas senhor, ela vai ganhar alguns pontos, precisa de anestesia e de um remédio melhor para não sentir dor...

— Negros tem mais resistência, e não é ela que paga o seu salário.

— Sim senhor. — Madison engoliu uma saliva, e fingiu pegar o remédio mais barato. Quando os dois saíram, ela colocou na seringa a melhor anestesia que tinha. Não importava se ela fosse perder o emprego. Era apenas uma menina! — Você irá ficar bem, princesa.

Nicholas matou a aula de francês e foi direto para a enfermaria ver como Maya estava

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Nicholas matou a aula de francês e foi direto para a enfermaria ver como Maya estava. Scoot havia passado todo o intervalo com ela e seria estranho se ele tivesse ido no mesmo momento também. Quando ele entrou, viu Rebecca ao lado da amiga, segurando a mão dela. Ele se virou para sair.

— Não vai, espera. — Bec se levantou e sorriu.
— Pode ficar com ela um pouco, eu preciso mesmo tomar uma água.

— Eu só passei para ver como ela estava... o Scoot perguntou...

— Pode parar com isso. — ela sorriu e parou em frente a ele. — Não tem problema você gostar dela Campbell, o problema é você não fazer nada a respeito.

Assim, Bec saiu, deixando Nicholas de boca aberta sem saber o que responder. Ele olhou para Maya deitada na maca e se aproximou, tocando a sua mão.

O cabelo dela estava espalhado pelo travesseiro, e não havia sequer um único resquício de maquiagem em seu rosto. Ela era linda, sem precisar de absolutamente nada.

O coração dele acelerou, e ele percebeu, naquele exato momento, que estava completamente apaixonado por ela.

Maya sentiu o toque de dedos mornos em sua mão e conseguiu abrir os olhos, vendo Nicholas. De forma instantânea, ele soltou a mão dela e deu um passo para trás. Ele tentou procurar a enfermeira, mas ela não estava ali.

— Nick? — ela olhou pra ele e sorriu. Na visão dela, tudo estava colorido e girando.

— Estou aqui. Você está bem? — ele se aproximou novamente preocupado. Maya sorriu ainda mais.

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