Vinte e quatro: Rose

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Maya estava extasiada. Entrar em um observatório, para ela, era como visitar o seu futuro local de trabalho, o local de pesquisa em que ela descobriria fenômenos do universo que ninguém jamais conheceu, e isso não era tudo.

Nicholas havia conseguido que o guia deles fosse o grande professor Tahir, um astrônomo de verdade que mostrava a eles cada parte do observatório que visitantes comuns não poderiam entrar.

Ela e Nicholas haviam visto meteoritos de verdade, réplicas de foguetes com direito a efeitos sonoros, simulações de caminhada na lua, um módulo lunar e trajes espaciais de astronauta. Maya estava se sentindo em um parque de diversões. Nick se sentiu um nerd.

— E aqui temos a cúpula. — disse Tahir, abrindo o grande teto hemisférico e dando uma visão perfeita para o céu repleto de estrelas e
iluminado pela lua cheia. — Ela serve para...

— Proteger o telescópio do vento, sol, chuva, ou qualquer outro elemento climático. — Maya completou com um sorriso gigante no rosto. Ela estava tão feliz que quase chorava. Tahir sorriu.

— Exatamente. Você será uma grande astrônoma, Maya.

— Obrigada, eu não acredito que estou ouvindo isso do senhor. — ela disse emocionada, olhando para o homem de traços indianos que a lembrava do Raj, da série The big bang theory. — Ai meu Deus, um telescópio newtoniano!

— Gostaria de ver? — o professor sorriu, feliz por ver a empolgação da garota que o lembrava dele mesmo na mesma idade dela.

— Eu posso? — os olhos dela brilharam. Nicholas a olhou sorrindo.

— Pode, mas não conte a ninguém que eu te deixei mexer aqui. Venha, vou te ensinar.

— Saturno! Nick, vem ver Saturno em alta definição! — ela quase gritou. Nicholas sorriu vendo a alegria dela e se aproximou, ponderando o quão bonita era realmente a visão daquele telescópio.

— Não é lindo? — ela disse, com o rosto a centímetros do dele.

— É sim.

— Bom, só está faltando uma coisa para vocês dois verem. O planetário. — disse Tahir, os guiando para o auditório que também havia uma cúpula, só que essa não se abria.

Quando Nicholas e Maya se sentaram nas cadeiras, ele ligou o projetor e disse que precisava sair para resolver uma coisa. Era claro para ele que os dois jovens estavam apaixonados e precisavam de um tempo sozinhos.

A apresentação começou.

A tela ficava ao redor dos dois, em um processo chamado de imersão. Uma imagem do céu a luz do dia apareceu, e um som ambiente ocupou o fundo. Aos poucos a imagem do dia foi escurecendo, e pequenas estrelas começaram a aparecer.

Maya sentiu como se tivessem aberto a cúpula e o céu estivesse sendo real acima dela. Ela levantou os braços e sentiu como se pudesse realmente tocar uma estrela.

Nicholas a olhou sentindo seu peito se aquecer. Ele queria dizer tanta coisa. O céu pareceu estar se movendo e as inúmeras estrelas foram formando constelações. Nenhum dos dois haviam visto algo tão bonito antes.

— Nele eu sei quem eu sou, de onde eu vim e para onde eu vou.

— O que? — Nick perguntou ao ouvir Maya sussurrar. Ela sorriu.

— Foi só uma coisa da qual me lembrei. Essa foi a primeira frase que eu escrevi na bíblia quando eu aceitei a Cristo, com 12 anos. Eu olhei para o céu no dia e estava dessa forma, cheio de estrelas. Naquele dia eu soube que ele era o criador do universo que nos cerca, e também o criador do universo dentro de nós. Eu descobri quem eu era quando eu o conheci. Nele eu sei quem eu sou, de onde eu vim e para onde eu vou.

Entre cifras e constelações Onde histórias criam vida. Descubra agora