Viagem Especial - Livro 3 Série: Paixão e Amor

Capítulo 4

Suzane

Meus pensamentos estavam a mil e eu precisava muito me distrair, por isso como Ryan hoje entraria na empresa somente depois do horário do almoço, um milagre proporcionado por Alysson, eu também teria uma pequena folga no período da manhã e resolvi ir para a academia como as vezes fazia para compensar as porcarias que comia durante quase toda a semana. Não que fosse muito necessário, pois como minhas amigas diziam eu era magra de ruim, porque graças a minha genética podia comer muito e engordar pouco.

Se enganava quem pensava que eu tinha esse corpo por fazer dieta ou viver na academia. Ninguém comia mais do que eu nas noites das meninas e mesmo quando me levavam para jantar fora, não me fazia de regada e comia tudo o que tinha direito, na medida em que a despesa cabia no bolso. Uma ou duas vezes na semana me exercitava mais pesado do que minhas corridas no parque no fim de semana, que mais eram para me relaxar, e também porque depois de começar a trabalhar na Tech Zaiker e entender o apelido de Ryan, percebi que não podia ser uma sedentária se queria conseguir acompanhar o ritmo de trabalho daquele homem.

Depois de fazer alguns exercícios que estava acostumada e também dar uma apreciada de leve nos homens que estavam por lá fazendo musculação sem camisa, voltei caminhando para casa e assim saí do elevador que parou no meu andar, não fiquei surpresa ao ver uma loira alta e elegante saindo do apartamento do meu vizinho de porta, Austin.

Toda semana era possível ver alguma mulher saindo do seu apartamento sorridente, mas era um pouco difícil não ir embora feliz sendo que ele era uma perdição de homem com aquele rosto bonito e corpo malhado, além de saber muito bem como satisfazer uma mulher. Austin era professor de artes em uma faculdade e por incrível que parece não era do tipo que pegava alunas ou professoras, mesmo tendo confessado que muitas se atiravam em cima dele, foi por esse motivo que resolvi aceitar ficar com ele no Halloween há alguns anos atrás, mas foi apenas uma noite e nunca mais repetimos por eu saber que ele ainda era do tipo pegador, ainda que futuramente pensasse em casar e ter filhos.

— Oi, vizinha. — Me cumprimentou simpático depois que a loira se afastou e me aproximei da minha porta.

— Oi, vizinho. — Sorri dando um aceno.

Apesar do que rolou no passado, nós dois éramos praticamente amigos, não muito próximos, mas do tipo que eu podia chamar quando o chuveiro queimava ou o açúcar acabava. Ele era uma pessoa muito legal de conversar e nunca mais flertou comigo depois que decidimos não mais repetir o que tivemos, ainda que tenha sido muito bom.

— Austin! — Chamei quando ele estava quase fechando a porta do seu apartamento.

— Do que você precisa agora? — Perguntou divertido cruzando os braços e o olhei inocente.

— Por que acha que vou pedir alguma coisa e não só perguntar como está sendo seu dia?

— Porque você não está interessada em saber como passei minha manhã com Melina e essa sua cara de inocente prova que quer alguma coisa emprestada que talvez no ano que vem lembre de devolver.

Não podia negar que ele estava certo em tudo. Não queria saber como tinha sido sua manhã com a loira chamada Melina e também iria demorar bastante para devolver o que iria pedir, assim como era desde que começamos essa estranha amizade depois que finalmente ele foi parar na minha cama, porque eu não iria parar na dele por onde muitas outras já deveriam ter passado.

— Para a sua informação, eu iria perguntar como foi sua palestra de ontem. Mas como me lembrou de algo, você pode me emprestar um pacote de achocolatado?

Ele riu descruzando os braços e se virou entrando no apartamento e deixando a porta aberta, uma sinal de que voltaria logo, por isso aguardei com um sorriso, sabendo que agora não precisaria mais me deslocar até o superado no outro quarteirão para comprar o achocolatado que acabou ontem à noite. Eu amava tomar leite com chocolate mais do que qualquer outra bebida, por isso era sempre necessário ter isso na minha dispensa, além de me fazer muito feliz, a bebida também me acalmava.