Capítulo 30

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Daphne

Estávamos longe demais da cidade para chegarmos logo ao hospital e saber o que estava acontecendo com Suzi, mais de uma hora de distância do hospital mais próximo, por isso Darla pediu um helicóptero a alguém por telefone e vinte minutos depois estávamos parando em um campo aberto, onde eles colocaram Suzane em uma maca e a levaram enquanto Megan e eu íamos de carro.

Já tinha ouvido falar da prima de Lucca e do quanto ela era influente e poderosa, algumas das suas equipes faziam a segurança de políticos e magnatas, por isso achei estranho que tivéssemos sido pegas quando era o pessoal dela que estava nos protegendo.

Não gostei de ter servido de isca e passado por tudo aquilo, mas se foi para que conseguissem pegar Thomas e fazê-lo sumir para sempre das nossas vidas, principalmente da vida do meu irmão mais velho, então faria isso novamente se necessário.

Por todo o caminho que percorremos para chegar até aquele galpão, fiquei pensando na minha vida e nas minhas decisões. Agora que estávamos indo para longe de lá, voltei a fazer isso.

A coisa que principalmente repensei foi minha paixão por Christopher, que começou depois dos meus quinze anos, quando comecei a achar garotos interessantes, porém depois de algumas pequenas experiências nada boas com alguns, parei para notar os colegas da faculdade dos meus irmãos e percebi que eram mais interessantes, assim como Christopher foi se tornando mais interessante cada vez que prestava atenção nele como homem, e não como meu primo.

Mas eu não poderia ser inteiramente culpada por isso, qual mulher não se interessaria por ele?

Na minha visão, Christopher era o homem perfeito para mim. Era lindo, inteligente, compromissado, carinhoso, leal e romântico, tudo o que uma garota poderia sonhar que alguma fosse, por isso neguei por anos a possibilidade de não ter uma chance e poder estar com ele como queria. Fixei na minha mente por tantos anos a ideia de que ele deveria ser meu par ideal, que não deixei mais ninguém se aproximar.

Isso durou anos, até que conheci aquele mauricinho idiota e as coisas começaram a mudar, tudo com a ajuda das diretas de Suzi e sua maneira de jogar verdades na minha cara.

Primeiro nos tornamos amigos, depois, sem perceber, eu não pensava em mais ninguém quando estava com ele. O dia em que fomos àquela festa e passamos a noite juntos, me apavorei ao perceber que não me arrependi de nada e aquilo parecia mais certo do que deveria, mesmo que não tivesse sido com quem sonhei por anos.

Minha conversa com Christopher me deixou irritada, talvez por ter ficada muito decepcionada, ou por estarem certos e eu tivesse sido mimada demais por ser a filha mais nova.

Minha família era a melhor que alguém poderia ter e eu agradecia muito por isso. Meus pais, apesar de serem grandes empresários, nunca deixaram de dar atenção aos filhos e eram mais do que dedicados a nos fazer felizes, no entanto sempre dando valor ao que tínhamos e nunca sendo soberbos.

Sendo a única menina para mamãe paparicar, papai proteger e tendo dois irmãos mais velhos, cresci super protegida e sempre gostei disso, de ser amada e ter a atenção deles, sabendo que nunca me abandonariam. Contudo a parte ruim foi ser um pouco mimada demais e acabar fazendo besteira por não conseguir aceitar não ter o que queria.

Viajar foi uma escolha inconsequente e não pensada, assim como aceitar o plano de Leah e sua ajuda. Além de modelo ela era atriz, por isso achou que seu plano teria chances de dar certo se conseguisse convencer o porteiro a deixá-la subir e ainda pegar a chave do apartamento na portaria, o que não sei como, mas ela conseguiu.

No mesmo instante em que disse que já estava lá dentro, eu me arrependi. Pensei no que meus pais pensariam de mim se soubessem com o que compactuei e como ficariam decepcionados, assim como meus irmãos e Christopher, o principal envolvido.

Viagem Especial - Livro 3 Série: Paixão e AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora