Minha!?

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Na metade da jornada rumo ao chalé, tanto a chuva quanto a noite caíram. Quando finalmente chegaram ao chalé, as janelas estavam escuras. Ninguém saiu para recebê-los. Horário do campo, ele ponderou.

Primeiro precisava desamarrar e descarregar todos os baús de Penelope antes que ficassem totalmente ensopados. Após levar a bagagem para dentro do chalé, correu de volta para a carruagem.

– Coloque suas mãos em volta do meu pescoço! – ele gritou em meio à chuva. – Vou te carregar.

– Posso andar.

Colin não tinha tempo para isso. Ele a pegou no colo e a retirou da carruagem sem mais delongas e, aninhando-a contra o peito, carregou-a para o chalé.

– Você não precisava ter feito isso – ela protestou assim que foi colocada no chão.

– O chão estava muito molhado e enlameado.

Ela deu um sorriso irônico.

– Tudo bem se sujar a barra do meu vestido. Não tenho planos de usá-lo novamente.

– É nossa noite de núpcias – ele respondeu. – Na noite de núpcias, o noivo carrega a noiva no colo pelo limiar da porta.

Colin apoiou no chão e fechou a porta. Penelope achou um fósforo e o utilizou para acender uma vela, permitindo que eles tivessem uma visão apropriada do chalé.

– Há quanto tempo você não visita este lugar? – Penelope perguntou.

– Anos.

– Pelo menos não estamos na chuva.

Penelope segurando um candelabro subiu até o quarto enquanto carregava uma de suas malas.  Enquanto Colin Colocava mais madeira na lareira que aquecia o ambiente.

– A cama está pronta – ouviu Penelope dizer às suas costas.

Colin acrescentou mais algumas toras ao fogo, colocou-se de pé e se virou.

Penelope estava diante dele, vestindo um mero robe de renda branco-neve.

Ele não conseguia nem falar. O gato não tinha comido só a sua língua, mas toda e qualquer outra parte de seu corpo que não fosse olhos, coração, sangue e um membro duro.

Onze anos, quatro mil dias. Em quantos desses quatro mil dias ele a imaginara nua? Mais do que jamais admitiria. E ali estava ela, diante de si, vestindo o equivalente em seda dos trajes de Eva, apenas raminho e uma folha de figueira.
Mais bonita do que em seus mais loucos devaneios.

Penelope havia soltado os cabelos e escovado os cachos castanho avermelhados que agora cascateavam sobre seus ombros. Seus lábios estavam rubros do vinho.

E seus mamilos eram de um cor-de-rosa intenso. Sempre imaginara que seriam rosados. E que teriam o sabor de tortinhas de creme, o que só agora ele percebia que era bizarramente específico.

– O que... – ele finalmente conseguiu gaguejar – ...é isso?

– É... uma camisola.

– É uma teia de aranha. Tem mais buraco que tecido! Você já está tremendo.

Para não mencionar os mamilos rosados mais duros que dardos.

– Você não tem nada mais simples e prático para vestir?

Penelope envolveu os braços em torno de si mesma.

– São todas assim...

Claro que eram todas assim. Ela se preparara para uma lua de mel. Com outro homem.

Ele era um monstro. Ela devia estar com frio, exausta e tomada por emoções conf
itantes. Mesmo que seu coração não estivesse partido, seu orgulho estava ferido. E, considerando aquele robe, ela devia ter criado expectativas pela noite de núpcias com David. Em vez disso, ali estava ela em um buraco Com ele. Que ainda por cima estava pegando no pé dela por conta de seus trajes de dormir.

Mas você está mesmo de parabéns, Colin.

Penelope cruzou a sala e foi até ele.

– Agora, anda! Tire já essas roupas.

Ela puxou a bainha da camisa de Colin para fora da calça.

– Penelope! – Ele deu um passo para trás. – Eu não... Nós não... Hoje não.

Ela inclinou a cabeça e o encarou.

– Você está molhado até a alma e todo melecado de lama. Não estou sendo fogosa ou assanhada, estou apenas protegendo meus bordados. Trabalhei duro nessa roupa de cama, como você bem sabe. Portanto, tire suas roupas e deixe-as junto ao fogo para secar.

– Eu vou dormir no chão.

– Não seja ridículo. Não vou deixar você dormir no chão.

– Não tem nada de mais.

– Nós somos marido e mulher – ela provocou. – Foi o que o padre disse.

– Sei que sua intenção era cuidar de mim, mas agora que estamos casados, também vou cuidar de você. E você não vai dormir no chão. – Ela o puxou pelo pulso. – Além disso está frio e eu não quero ficar sozinha.

– Vá para a cama, eu já vou – ele cedeu

Colin esperou até ouvir Penelope subir as escadas então abriu uma garrafa de vinho e sentou em frente à lareira ficando ali por algumas horas.

O ruído de uma chave deslizando na fechadura fez com que Penelope mergulhasse na cama ,deitou de costas, fechando os olhos quando a porta se abriu.

Mesmo de olhos bem fechados, sentia o olhar de Colin sobre si como um toque físico. Ele se demorou, pairando sobre a pessoa esparramada no centro da cama.

Ela deixou os lábios tensos ficarem um pouco frouxos, forçando os músculos do rosto a relaxar. Sozinhos, Eles estavam sozinhos.

No silêncio absoluto do quarto, Penelope entreabriu levemente um olho.
De costas para ela, Colin estava de pé ao lado do banco de carvalho. Ele virou os ombros para trás, relaxando os músculos que marcavam o tecido de seu casaco de montaria. Levou as mãos ao peito, enquanto Penelope observava, incapaz de desviar o olhar, fascinada, enquanto ele abria os botões.

Colin desvestiu a peça e a colocou com cuidado sobre o encosto do banco e ali estava ele, apenas em mangas de camisa, calças e botas.

Ficou difícil respirar. Respire. Respire.Devagar. Inspirações profundas.

É isso que pessoas adormecidas fazem.
Foram tentativas vãs. Estava enfeitiçada ao vê-lo em sua intimidade. Havia algo tão proibido em espiar Colin sem ele saber e ainda mais tirando a roupa.

Ele puxou a barra da camisa branca de dentro da calça.

Suas costas largas eram uma demonstração de força bruta e masculinidade, músculos vigorosos, com uma coluna orgulhosamente ereta. Ele era um modelo talhado com tamanha perfeição que um artista arderia de vontade de memorizá-lo em pedra.

- Você é uma péssima atriz senhorita Featherigton

- Hmm? - Ela tentou sussurrar sonolenta

- Olhe pra mim - Ele sussurrou- quero que me veja

A irmã do meu melhor amigo Onde histórias criam vida. Descubra agora