Não estamos apaixonados

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- Só estou com frio- falei me cobrindo

Então Colin se enfiou debaixo da coberta e tentou ao máximo tomar uma certa distância de Penelope.

– Me abrace. Você está tão quente, e eu não consigo parar de tremer.

Com um suspiro pesado, ele passou um braço ao redor dos ombros de Penelope, tomando cuidado para manter seus corpos afastados da cintura para baixo.

– Não quero te esmagar.

– Como poderia me esmagar? Você está do meu lado. Não em cima de mim.

Ele soltou um gemido.

– Você está recuando de novo – ela acusou. – Por acaso sou tão detestável assim?

– Longe disso.

– Qual é o problema então?

Muito bem. Não diga que você não pediu.

Ele rolou de lado, para ficar de frente para Penelope, puxou-a para junto de si e projetou sua ereção contra a barriga dela.

– Pronto.

Espero que isso responda à sua questão.

– Oh... – ela engoliu em seco. – Você estava querendo...

– Dedicar-me a edificantes atividades comunicativas? Não! – ele a soltou. – De jeito nenhum.

– Você também não precisa ser tão fervoroso.

– O corpo de um homem tem vontade própria. Especialmente quando o homem em questão está na cama, nu, ao lado de uma bela mulher. Uma mulher trajando nada mais que um fio de renda, que não para de roçar seu corpo no dele – Ele deu um suspiro pesado. – Mas não quero que ?que ansiosa. Vamos esperar até que você esteja pronta. Ainda que isso signifique semanas, meses, até mesmo anos. Não vou te apressar.

Penelope permaneceu em silêncio por um momento, então desatou a rir.

– O quê?

– Você não quer me apressar? – A cama chacoalhou com a vibração da risada. – Logo o homem que me sequestrou de manhã, casou-se comigo de tarde e me instalou nesse chalé remoto à beira-mar à noite. Mas você não quer me apressar. Oh, Colin. Assim também já é demais.

Ele não sabia o que dizer.

– Mas que cenho franzido é esse? – Ela alisou a pele entre as sobrancelhas dele. – Não fique tão carrancudo. Estou só te provocando.Mas talvez você não esteja preparado para ser provocado. Não vou te apressar.

Sem pensar, ele levou a mão aos cabelos dela e os acariciou.

Penelope aconchegou-se em seu peito.

– Eu me preocupei tanto contigo ano passado. Você é teimoso demais para admitir, mas sei que estava magoado. Seja por causa de Henry ou da guerra ou por algum motivo que não sei... Mas mesmo quando estávamos no mesmo cômodo, você parecia tão fora de alcance.

Colin não sabia como responder. Era verdade que estava de luto.

Não só por Henry, No entanto, não sabia como trazer o assunto à tona e não podia lamentar-se com Penelope, que perdera o único irmão. Depois que os pais faleceram, Henry era a única família que lhe restava.

Ela estava sozinha. Ou melhor, estivera sozinha. Agora ela estava com ele.

– Vamos dormir – disse-lhe enfim. – Ao raiar do dia, vou te tirar daqui

Penelope ergueu levemente a cabeça para olhar para ele.

– Beijo de boa-noite?

Colin hesitou.

– É nossa noite de núpcias. Creio que nos devemos, no mínimo, um beijo. Nem que seja apenas para honrar a tradição.

– Está bem – ele encostou os lábios nos dela, dando um beijo puro e casto.

Mas então o diabo tomou conta de seu corpo e o beijo pegou fogo.

A princípio sentiu a doçura , Passou a língua pelos lábios dela, explorando, demandando. Deslizou a mão até sua nuca e mergulhou os dedos nos cabelos, inclinando a cabeça de Penelope para aprofundar o beijo.

Ela pressionou seu corpo no dele e aquela maravilhosa maciez fez toda a pele dele se enrijecer e seu sangue latejar.

Colin sentia a chama do desejo se alastrando como um incêndio.
Natural. Selvagem. Descontrolada.
Era para ser um beijo de boa-noite. Um roçar terno de lábios antes de serem embalados pelo sono. Em vez disso, todas as suas fantasias foram despertadas e estavam acordando após tanto tempo enterradas. Rugindo ao serem reavivadas com uma ferocidade que o assustava.
Ele ansiava por explorar cada parte dela com as mãos. Aninhar seus seios em suas palmas, correr seus dedos em seu doce e sensual decote.

Queria ela embaixo de seu corpo. De pernas abertas para ele. Pressionada contra a parede. Inclinada sobre a mesa, com toda aquela renda levantada até sua cintura.

Queria ouvi-la gritando seu nome, segurando-o com força. Queria adormecer com seu corpo enroscado no dela, e acordar com Penelope em seus braços.
Queria tudo que ela tinha para lhe dar e mais.

- Desculpe, Não era pra ter chegado a tanto

- Bem, perdoe-me por tentar tornar o nossa lua de mel minimamente romântico.

– Não é para ser romântico! Você foi abandonada pelo seu noivo. Eu me casei com você por lealdade ao seu irmão. Não nos demos as mãos e fugimos em direção ao pôr do sol. – Ele a encarou com o mais frio dos olhares. – Não estamos apaixonados.

Tais palavras a acertaram Penelope em cheio, com tanta força que não conseguia nem respirar.

E não havia nenhuma razão lógica para ela se sentir magoada, afinal ele estava apenas falando a verdade. Só que até aquele momento ela simplesmente não se dera conta do quanto gostaria que a verdade fosse diferente.

– Eu... – Penelope piscou rapidamente, forçando-se a segurar uma lágrima quente.

Ele passou a mão pelos cabelos, xingando.

– Penelope, não me dê ouvidos. Nós dois estamos exaustos e...

– Está tudo bem, Colin. Você não precisa se explicar. – Penelope recuou até a porta, precisava sair daquele quarto. As paredes pareciam diminuir em cima dela, apertando seu coração. – Podemos partir para a casa de Seu Irmã  quando você quiser.

Ela o olhou mais uma vez enquanto passava pela porta

- Boa noite Colin, durma bem.

- Boa noite Pen.. - Ele sussurrou após a garota bater a porta depois de sair 

A irmã do meu melhor amigo Onde histórias criam vida. Descubra agora