Didn't realize what an awful little devil I could be, so what?

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Tudo que você precisa fazer, é acreditar em mim.

E Harry, tão esperançoso, acreditou em cada palavra.

Acreditou que ele era o herdeiro, Tom mesmo admitiu isso, mas ele não matou ninguém, não é? Os nascidos trouxas petrificados era só uma forma dele conseguir a energia que precisava para voltar ao plano físico.

Eu apenas possuí seu corpo para levar até a câmara porque era o lugar perfeito para o ritual, eu nunca poderia matar você, Harry.

Seu irmão que decidiu estragar tudo. Ele assumiu precipitadamente que eu era Lord Voldemort, mas esse é meu pai. Ele me prendeu neste diário, com medo de que no futuro eu me tornasse mais poderoso que ele.

Pai? Tom era filho de Voldemort?

— Porque você não me contou antes?

Mesmo que soubesse, Harry nunca iria machucá-lo. Ele sabia muito bem o que era viver à sombra de outra pessoa apenas por serem da mesma família.

— Eu tinha... vergonha. Ele tentou te matar, Harry, como eu poderia apenas dizer que eu sou filho do homem que quase te assassinou?

E a conversa seguiu. Ela foi bem longa.

Tom contou com detalhes sórdidos a sua versão do que aconteceu na câmara secreta, os passos seguintes do ritual que seu irmão interrompeu.

Mas porque Harry não se sentia exatamente convencido? Tanto Alex quanto Tom pareciam estar escondendo detalhes (detalhes muito grandes) dele. Harry não queria ouvir se fossem apenas mentiras, entretanto, nunca iria saber a verdade, não é? Só lhe restava saber qual mentira doeria menos acreditar e a resposta estava óbvia.

Preferiu fechar os olhos ao fato de que Tom era (supostamente) filho de Voldemort do que abri-los para a verdade e perceber que foi enganado pela única pessoa que abriu a porta e se permitiu confiar.

E Harry ainda não sabia que estava entrando um caminho sem volta quando finalmente deixou a tinta escorrer — que parecia mais seu próprio sangue selando um pacto sombrio — pela página do diário para formarem as palavras:

Eu acredito em você.

— A melhor escolha que você poderia fazer, Harry. Obrigado.

Aquilo o abalou novamente.

Será que Tom pensava que era estúpido? Será que ele estava rindo em algum lugar de sua ingenuidade?

Mas o que mais Harry poderia fazer quando Tom foi seu primeiro e único amigo e não queria deixá-lo ir? Poderia cair em suas palavras doces como mel, poderia ser levado por suas pequenas gentilezas, poderia acreditar que ele realmente se importava o suficiente para lembrar os detalhes que contava. Poderia fingir que não foi (é) só uma das suas vítimas.

Porque admitir ser uma vítima era admitir fraqueza e, tudo que Harry menos queria era ser fraco. Admitir ser uma vítima era perder sua singularidade e, tudo que Harry queria era ser único para Tom.

— Vamos continuar sendo amigos então?

— Sempre.

E seu peito pode se aquecer um pouquinho.

Ollie entrou pela janela, se acomodando em seu colo, Harry escondeu as folhas do diário para que ela não pudesse danificá-las de algum modo.

Era tão estranho perceber que segurava a existência inteira de Tom em... folhas de papel. Que, se aplicasse força o suficiente, poderia rasgar e acabar com ele, assim, tão fácil. Então, se Tom lhe perturbasse, poderia apenas pegar uma tesoura e o picotar todo antes de jogar na lareira.

We all pretend to be the heroes on the good sideOnde histórias criam vida. Descubra agora