Maybe I'm killing you, maybe you're killing me, maybe

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No outro dia de manhã, ninguém notou nada em especial.

O papel de parede foi reparado ainda na noite anterior, Alexander estava dormindo quando retornou, o medalhão e a marca continuavam escondidos. A única coisa especial aconteceu dentro da mente de Harry: no momento que Tom colocou o medalhão, Harry sentiu uma picada em seu calcanhar.

E, quando se virou para olhar o que foi, ele gritou.

Trancado no banheiro mais afastado da casa, enquanto tinha certeza que Alexander estava ocupado fazendo outras coisas, Tom pressionou a varinha de Harry contra a marca negra, pensando especificamente em Peter Pettigrew.

"Venha ao Grimmauld Place, número 12. Seja visto, mas não seja pego. Quando os Potters fugirem para Hogwarts, vá também. Não tente me contatar novamente e nem conte a ninguém que seu senhor vive."

Estava tudo indo perfeitamente bem.

Passaria apenas mais uma manhã no corpo de Harry antes de devolvê-lo. Não sabia quando Pettigrew iria chegar, queria até mesmo fazer uma gracinha pra brincar com a mente dos Potters e fazer com que fugissem mais rápido, mas era arriscado demais.

Então, bastava que se mantivesse atento, a segunda possessão por esse método seria mais fácil que a primeira.

Poderia se livrar de uma pedra no sapato, que estava o incomodando desde a noite anterior.

James não estava para o café.

Se olhasse pelas janelas, veria aurores disfarçados no meio dos trouxas. O disfarce deles era bom, mas Tom via além de suas roupas perfeitamente escolhidas e seus jornais com imagens estáticas. Ninguém conseguia disfarçar o olhar.

Olhos que sabiam demais, que já viram o inferno congelar e homens virarem fumaça.

Será que eles eram jovens demais para terem participado da guerra bruxa? Provavelmente. Mas, as crianças têm memórias também. Afinal, todos se lembravam do terror, não importa qual guerra fosse, o terror era o mesmo.

Será que Pettigrew, aquele rato medroso, conseguiria escapar dos olhos daqueles aurores?

Bem, iriam colocar isso à prova agora.

Se recolheu no quarto novamente após garantir que Alexander não estava lá, deitou na cama e cair no sono foi fácil quando não tinha pregado o olho durante a noite.

Afinal, quando o corpo repousava, o subconsciente assumia o lugar da consciência. Era o momento mais frágil de qualquer existência, mais suscetível a qualquer tipo de ataque, inclusive os mentais. Até mesmo ele não poderia evitar se Harry decidisse retomar seu corpo quando dormisse.

Porém, quando retornou a cabana do espaço mental de Harry, teve uma surpresa desagradável.

"É burrice atacar sua âncora, eu esperaria mais de uma parte de mim." — Harry estava caído no chão, inconsciente. No seu calcanhar, dois furos profundos deixavam escapar o sangue vermelho e, ao redor do seu pescoço, uma cobra se enrolava para o sufocar. — "Se ele morrer, será pior para nós dois."

Como se Tom nem estivesse ali, a serpente continuou a sufocar o seu Harry. Tom ficou possesso. Apenas ele decidia quando e como Harry iria morrer, mesmo que ali fosse parte de sua alma, ela não tinha esse direito.

"Seu animal estúpido." — E, quase de forma instintiva, Tom a agarrou pela cabeça. — "Eu que mando aqui, eu que tomo as decisões, então quando eu digo pra você largar, você larga, ou então eu vou esmagar a porra da sua cabeça."

We all pretend to be the heroes on the good sideOnde histórias criam vida. Descubra agora