I'm killing someone, maybe you're killing someone

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— "É muito bom estar nesse plano novamente." — Ouviu Tom (só que era a sua voz falando), que deu um suspiro satisfeito logo depois. Os dedos dele (meus) deslizaram pela sua (minha) pele, como um teste para ver se era real.

— "Eu não posso ouvir você, Harry, então nem gaste o seu fôlego. Você está preso no seu próprio subconsciente e só pode ver o que acontece aqui fora porque você é o dono do corpo, se fosse um intruso como eu, nem isso teria. Mas, não se preocupe, eu não irei fazer nada que você não faria." — Isso não deixou Harry nem um pouco despreocupado.

Ouviu os miados da sua princesa, que chamou a atenção de Tom. Ela estava arisca, quase como se soubesse que não era seu dono.

— "Gatinha esperta." — Ele elogiou, se abaixando e estendendo a mão para ela, mas Ollie não queria saber de amizades agora. — "Bem, Harry, você deveria me agradecer, já que não irei fazer você atrair e negociar com Pettigrew, um homem que você odeia, não é?"

Claro que odiava! Ele quase o matou! E, no fim... era realmente algo para o poupar ou para o plano não falhar?

... Talvez os dois, do jeito que Tom era ardiloso, não seria surpresa ele considerar todos os pontos de uma tomada de decisão (e de corpo) como essa.

— "Você nunca me explicou a estrutura da sua casa, então isso vai ser um pouco complicado... hm... vamos ver... eu preciso de alguns ingredientes para podermos trazer Pettigrew até nós, espero que aquele rato fujão não seja pego no processo." — Tom foi direto colocar as mãozinhas em seu malão, onde o kit de poções estava.

Ele revirou entre seus livros, uniforme, tudo, até achar.

— "Isso é ruim... faltam alguns ingredientes." — E, quando ele ia alcançar a porta para ir Merlin sabe onde a procura dos ingredientes restantes, a porta foi aberta pelo seu pai. Eles se encararam, sem dizer nada.

James foi o primeiro a quebrar aquele impasse, pigarreando e quebrando o contato visual.

— "Você estava muito quieto, então vim ver se estava tudo em ordem." — Agora ele era um prisioneiro? Bem, só iria ficar pior.

— "E está tudo em ordem para o senhor, pai?" — Tom falava com um sarcasmo que Harry nem sabia que poderia simular em sua voz. James estranhou, mas sem saber exatamente o que havia de errado, deixou passar.

— "... Está." — Mas ele não saiu, pelo contrário. Ainda havia algo mais.

Tom não era do tipo que cedia, mesmo ocupando outro corpo além do dele, então, ele esperou. Encarando James como se ele fosse um cervo na mira de seu rifle. Quase podia ouvir os pensamentos de Tom: ele nunca iria saber o que lhe atingiu...

Entretanto, ao invés de palavras, seu pai tomou uma ação dessa vez. Ultrapassou seu filho, indo em direção aos fundos do quarto. Ollie miava, tentando o avisar do perigo iminente.

James sacou sua varinha quando estava perto da janela, lançando um feitiço desconhecido a Harry sobre ela. Seja o que for, não era bom. Harry pode ouvir sua própria respiração pesar.

Definitivamente não era bom se Tom estava preocupado.

— "Eu não queria fazer isso com meu próprio filho, mas espero que entenda que é para o seu próprio bem." — Invisível aos olhos, como se fosse vidro, uma barreira mágica impedia sua passagem para o exterior da janela.

Harry viu isso poucos minutos após seu pai sair quando Tom foi testar a mesma hipótese que teve.

— "Sujeitinho medíocre." — Resmungou quando teve certeza que seu pai não iria voltar. Tom respirou fundo, relaxando um pouco. — "Vamos torcer para o seu irmão ter os ingredientes que precisamos."

We all pretend to be the heroes on the good sideOnde histórias criam vida. Descubra agora