Someone that I love unconditionally is treated like a dog somewhere else

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Harry teve a certeza que ficou louco e estava alucinando quando não viu Tom pelo dia seguinte inteiro.

Era sábado, passou quase o dia inteiro no salão para assistir as pessoas depositando seus nomes, mas Tom não apareceu em momento algum. Bem, ele teve o infeliz azar de sair poucos minutos antes que a delegação de Beauxbatons apareceu para depositar seus nomes. Quando começou a escurecer, a espera se tornou uma aflição enquanto esperava pelo banquete, balançando a perna impaciente na mesa da grifinória.

Quando o viu novamente, sentando no meio dos corvinos, Harry não sabia se relaxava ou ficava ainda mais inquieto. Os olhos azuis cintilantes de Dumbledore caíram sobre Tom também, com certa curiosidade, mas Tom pareceu nem mesmo ter notado, continuando a sussurrar algo em francês para a garota perto dele. Ela era loira, bonita, corriam boatos nos corredores que era ela uma veela e todas as cabeças se viravam em sua direção quando ela andava por aí (Harry ainda não entendia porque tanta comoção com uma simples mulher), e agora estava rindo das piadinhas de Tom.

Será que ele caiu no charme dela? Ou então foi o contrário?

Harry apertou com força o seu garfo, nunca desejando tanto ser um corvino apenas para sentar perto de Tom. Queria que ele fosse o alvo de sua atenção, não uma francesa metida, queria que ele fosse quem escutava seus sussurros, que ria de suas piadas, que recebia todos os seus olhares. Ninguém mais deveria ter esse direito, ninguém além dele era digno.

Finalmente, Dumbledore se levantou e anunciou que o cálice de fogo estava pronto para decidir. Todas as velas se apagaram e apenas o cálice brilhava, uma chama branca azulada que doía os olhos, mas que ninguém conseguia desviar o olhar. Todos prenderam a respiração quando as chamas avermelharam, saindo faíscas até uma língua de fogo se erguer no ar e cuspir um pedaço de pergaminho chamuscado.

— "O campeão de Durmstrang é..." — Todos os alunos ficaram nas pontas de seus lugares, e, mesmo que o clima não estivesse quente, alguns até mesmo estavam suando pelo nervosismo. O diretor, Karkaroff, aguardava ansiosamente que Dumbledore parasse de fazer mistério: "Viktor Krum!"

Bem, era o que a maioria esperava, mas ainda assim não deixaram de comemorar enquanto Krum saia da mesa da sonserina para seguir até a câmara após a mesa dos professores.

A comemoração morreu enquanto esperavam o cálice se avermelhar novamente, o que não demorou a acontecer.

— "O campeão de Beauxbatons é... Thomas Bouvier!" — Harry esqueceu-se de bater palmas quando Tom se levantou da mesa da corvinal. Ele olhava diretamente em sua direção e sorriu antes de fazer seu caminho. Encarou Dumbledore por meio segundo, que ajeitou seus óculos de meia-lua enquanto o garoto sumia após a porta da câmara.

Agora, todos estavam esperando, na ponta de seus lugares, dedos cruzados, o campeão de Hogwarts.

— "O campeão de Hogwarts é Cedric Diggory!" — Harry quase ficou surdo com a comemoração na mesa da Lufa-Lufa, que durou ainda uns bons minutos após Cedric sair. Alguns grifinórios reclamaram, querendo que fosse um deles, e Harry não entendia porque alguém em sã consciência se jogaria em um torneio mortal.

Dumbledore estava dando seu discurso final antes de dispensá-los, mas foi interrompido quando as chamas do cálice se avermelharam mais uma vez. Mais um pergaminho saiu do fogo, tinham um quarto campeão.

Até mesmo ele parecia chocado, não acreditando no nome que estava escrito, mas, ainda sim, chamou, após alguns segundos em silêncio:

— "Alexander Potter!" — Todas as cabeças viraram-se na direção da mesa da Lufa-Lufa, todos com foco em seu irmão. Ele estava atordoado, estático, parecia um cervo sob os faróis. Não houveram aplausos, não houveram comemorações, não houve nada além do silêncio profundo até Dumbledore o chamar novamente e Alex se levantar após levar uma cotovelada de um dos lufanos.

We all pretend to be the heroes on the good sideOnde histórias criam vida. Descubra agora