Am I good, am I bad?

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PETTIGREW MORTO

Ao contrário do que muitos de nós esperávamos, não foram os aurores que capturaram o maior fugitivo de todos os tempos, e sim o filho de um deles(...)

(...)Seria Harry Potter o novo herói do mundo bruxo, junto ao seu irmão?

— "Então você usou essa faca para matá-lo?" — Um auror mal encarado sentava na cadeira do professor em uma das salas de aula vazias. A sua frente, um menino assustado, cuja as mãos segurando um copo de água com açúcar tremiam.

Nem mesmo pode tomar um banho para livrar-se do sangue que manchava sua pele e cabelo. Conseguia ouvir as vozes dos adultos do lado de fora, era uma briga feia.

Apesar de esperar pacientemente, aquele auror com certeza queria concluir tudo aquilo e ir para casa descansar de uma vez.

— "Si..sim, senhor..." — Sua voz era tão trêmula quanto suas mãos. Tom não gostava de todo aquele teatrinho, mas com certeza era a forma que seu Harry iria se portar aos olhos de todos. Afinal, ele cumpria muito bem o papel de vítima, não é?

Ele estava claramente cético com tudo isso — uma criança conseguiu vencer Pettigrew e ainda deixá-lo mutilado daquele jeito? Porque sentia que estava encarando um lobo vestido em pele de cordeiro? Se a poção polissuco não fosse tão rara, difícil de preparar, e só poderia ser usada em pessoas vivas, pensaria que esse aqui e agora era Pettigrew, enquanto aquele monte de carne que acharam era o pobre Harry.

Após mais algumas perguntas, teve que deixá-lo em paz.

Porque, por mais inacreditável que fosse, aparentemente o menino estava falando a verdade. Com seu relatório escrito, poderia se reportar ao escritório e então aproveitar seu dia de folga. Virou-se para trás uma última vez para ver o menino agora rodeado de sua família. Era um momento complicado, certamente precisaria deles.

Lily o abraçava com toda a força em seu corpo, chorando de alívio em seu ombro por, graças a Merlin, nada ter acontecido consigo. Seu pai parecia prestes a desmaiar de tão exausto, seu irmão não estava tão sorridente, mas ainda sim o abraçou também.

Seus padrinhos — ou melhor, Remus — o deu bronca, mas logo isso foi silenciado por Lily: "as repreensões podem ficar para depois." O que importava era que agora o seu menino está vivo e bem, na medida do possível.

Melodrama a parte, era hora de devolver o corpo ao seu legítimo dono. Foi difícil se livrar de toda comoção e o máximo que conseguiu foi uma visita a madame Pomfrey, que não parecia nem um pouco feliz em o ver lá. Mas, pelo menos, um pouco de paz enfim.

O céu azul e o barulho das ondas se chocando contra a rocha foi o que lhe despertou. Ao abrir os olhos, Harry o esperava, em pé à sua frente, próximo ao toque.

— "Eu estava te esperando..." — Tocou seu rosto, sua mão quentinha contra sua bochecha gelada. Tom colocou a mão sobre a dele, fechando os olhos por um segundo para apreciar a calma.

Sim, era paz.

— "Você não tem medo de mim, Harry?" — Às vezes, pensava que ele era um tolo, cedendo tanto para alguém que ele mal conhecia. — "Não tem medo do que eu posso fazer com você?"

Queria ver até onde iria sua lealdade cega, se seus olhos verdes iriam escurecer com o pavor, com a realização de que tudo não bastava... Será que algum dia Harry iria deixá-lo, quando finalmente percebesse? Tom não iria deixá-lo ir.

— "Eu não tenho." — Ele falou com tanta certeza, tão cheio de si que quem era Tom para duvidar. — "Porque você precisa de mim."

E, novamente, Harry parecia acreditar fielmente no que dizia. Tom suspirou, concordando com ele, e mantendo seus dedos cruzados atrás das costas. Sim, precisava de Harry — por enquanto.

We all pretend to be the heroes on the good sideOnde histórias criam vida. Descubra agora