Açúcar e Anéis de Cebola | Yoonmin

Obs.: em caso de briga, resolver no diálogo

Escrito por: scarisvancci  

Notas Iniciais: Vamos ver o que deu aquela sequência de pensamentos do nosso protagonista? 🤭🤭

Boa leitura!

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"Só há um princípio motor: a faculdade de desejar."

— Aristóteles

Meu coração batia acelerado, a percepção daquele fato me invadia e me assombrava, porque nunca antes havia pensado na mínima possibilidade de aquilo acontecer.

Estou apaixonado por ele.

Minha cabeça estava deitada em seu ombro, e meus olhos encaravam o absoluto nada, porque não sabia o que seria de mim se tivesse que voltar a olhá-lo e fingir que era a mesma pessoa de cinco minutos antes.

A música tocando já era outra, igualmente calma, mas sequer conseguia identificá-la.

E quando essa acabou, afastei-me dele, caminhando a passos rápidos aos corredores que davam para os bastidores sem lhe dizer nada.

Eu estava me sufocando naquele lugar, não havia ali espaço para meus pensamentos, precisava estar em um que estivesse vazio, ou quase isso.

Parei no meio do corredor, iluminado apenas pelas luzes coloridas vindas da pista de dança, e me encostei na parede, abaixando a cabeça e pondo as mãos nos joelhos, respirando fundo.

— Você está bem? — Assustei-me de súbito e levantei o rosto, constatando que Yoongi havia me seguido.

Fiquei em pé novamente e neguei com a cabeça, meneando-a positivamente em seguida.

Nem eu sabia como me sentir.

O pianista se aproximou mais de mim, pegando-me de surpresa ao pôr suas duas mãos em minhas bochechas quentes, afastando os fios descoloridos do meu rosto, colocando-os atrás da minha orelha. Como eu não estava completamente reto, ele estava praticamente entre minhas pernas.

Vi quando ele começou a avaliar meu rosto e tive que desviá-lo, com medo que lesse meus pensamentos.

— O que foi?

Prendi a respiração quando ele pôs a mão em meu queixo, obrigando-me a encará-lo.

Nossos rostos estavam tão próximos que respirávamos do mesmo ar.

— Acho que — olhei em seus olhos, contemplando os orbes que eram escuros na mesma proporção que brilhavam, como o vasto céu de uma noite estrelada, ou como imergir em água e olhar para cima, deparando-se com a enorme lua acima de sua cabeça — ... tenho um novo segredo.

— Eu posso saber o que é? — Franziu o cenho, preocupado.

Meu olhar vagou por todo seu rosto e levantei minha mão, tocando meus dedos em sua bochecha, arrumando o machucado falso feito com maquiagem, que borrara quando dançamos. Olhei para cima e ri soprado, ajeitando a peruca que, por baixo do chapéu, estava torta.

Neguei, triste, abaixando o rosto.

— É melhor irmos para casa.

Afastei seu toque, e sua expressão confusa partiu meu coração, mas antes que eu conseguisse sair dali, Yoongi segurou em minha cintura e me manteve no lugar.

— Jimin, o que foi?

Ele me encarou, sério dessa vez, e engoli em seco.

— Você não vai querer saber — falei, cabisbaixo, só para ele levantar meu rosto outra vez.