Se for ao auditório, não conte aos amigos

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Escrito por: scarisvancci 

Notas Iniciais: Oi, pessoal! Mais um capítulo de aac para vocês, será que o Jimin tá bem? 🤨 

Aproveitem a leitura!

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"Devagar! Quem mais corre, mais tropeça!"

— William Shakespeare

— Olhe para a esquerda. — Fiz o que a enfermeira pediu, ao passo em que ela apontava uma lanterna para o meu olho direito e pressionava gazes na minha testa.

Havia acordado há poucos instantes e ainda me sentia tonto, mas ao olhar superficialmente para a sala em que eu estava, identifiquei a enfermaria da escola.

Após checar meus olhos ela guardou a lanterna, jogou as gazes no lixo e pegou um frasco com uma ponta engraçada cujo rótulo indicava ser soro fisiológico.

— A Bibi está bem? — perguntei, sentindo minha garganta seca.

— Quem? — devolveu a pergunta, enquanto limpava o machucado na minha testa que, apesar de eu não poder ver, deduzia estar feio.

— Minha bicicleta. — Sibilei ao senti-la aplicar um spray ardido na região e passar outra gaze, enxugando.

— Eu não sei, mas deveria estar mais preocupado com o seu estado do que com o da "Bibi" — respondeu com um riso soprado, repetindo o mesmo processo que tinha feito em minha testa no meu braço dessa vez.

Falar é fácil, não é você que vai ter que torrar as economias se o estrago tiver sido grande.

Passei os próximos minutos em silêncio enquanto a enfermeira terminava de limpar os ferimentos e fazia os curativos.

Ela me ajudou a levantar assim que terminou e indicou que eu me sentasse em uma cadeira à frente de sua mesa, onde ela sentou atrás e me perguntou como o acidente aconteceu.

— Tinha uma pedra e eu não estava prestando atenção. — Dei de ombros, não era mesmo nada demais, acidentes assim aconteciam o tempo todo.

— E por acaso essa falta de atenção não teria a ver com o fato de não estar usando o uniforme? — Olhei para baixo, notando que ainda estava com a mesma roupa do dia anterior e revirei os olhos. Saí de casa tão apressadamente que sequer lembrei de tomar banho. — Como foi sua noite de sono?

Por que os enfermeiros sempre tinham que perguntar sobre tudo?

— Não sei, foi boa? Eu peguei no sono no fim da tarde, acordei, comi, dormi e acordei atrasado. Nada mirabolante.

A senhora Choi me olhou séria por alguns momentos, cerrando os olhos, como se tentasse extrair algum tipo de informação dos meus e então suspirou, levantou-se e foi em direção à porta do consultório.

— Park, vou lhe dizer uma coisa — começou, segurando a maçaneta da porta aberta —, eu já trabalho com adolescentes há muito tempo e, pode parecer chocante, mas também já fui uma. — Riu. — Por isso sei que tem algo que você não quer contar, e não é meu lugar te fazer falar, mas — ela fez uma pausa, parecendo escolher suas próximas palavras —, tome cuidado e, bem, caso precise falar com alguém uma hora dessas, minha porta estará sempre destrancada. — Sorriu calorosamente.

Não soube o que lhe dizer, apenas assenti e levantei também, indo em sua direção quando ela pegou minha mochila e a estendeu para mim. Joguei uma das alças pelo braço que não estava machucado e passei por ela.

Açúcar e Anéis de Cebola | YoonminOnde histórias criam vida. Descubra agora