Eu tava lá!

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Enquanto Regina ajudava Emma na cozinha, em nenhum momento ela se sentiu triste, a xerife e suas brincadeiras faziam Regina esquecer um pouco do que tinha acontecido naquela tarde. Após o jantar, Emma percebeu a morena um pouco inquieta,e perguntou: — Tá pensando nele?—

Regina que se ajeitava no sofá disse:— Às vezes é inevitável,mas eu estava pensando em você. —

Emma sorriu largo, com a cabeça de lado, ela disse: — Em mim…em que especificamente?—

— Naquela cena hoje lá na prefeitura, você me beijou…—

— Desculpa…foi mais forte que eu!— disse interrompendo.

— Por que?—

— Por que eu te beijei?— Regina consente— bom…porque— suspirou— eu viajei no tempo, e lá nós duas, bom a gente se entendeu…se é que me entende?—

— A gente— Regina fez sinal juntando os indicadores,batendo um contra o outro. Emma consente— aí meu Deus Emma, eu pensei que eu queria te matar, você disse que eu queria te matar, e não ficar agarrando você…meu Deus não…eu não fiz isso!— Levantou e ficou andando em círculos pela sala, resmungando.

Emma cansando de ver Regina andando de um lado para o outro, se levanta e segura seus ombros, com o semblante triste pergunta: — Seria tão horrível assim, a gente ter alguma relação mais íntima?—

Regina olhou nos os olhos tristes de Emma, mordeu a língua, e  apertou os lábios,disse: — Não Emma, é que você é a Emma né... você é a filha a Branca de Neve,com um encantado...filha da mulher que eu odiei por anos, você é o bebê que foi deixado na beira da estrada, e… — Abaixou a cabeça, sentindo vergonha— e, isso tudo causado por mim. —

Emma levanta sua cabeça com a mão, e alisando seu rosto com o polegar, ela disse: — Ninguém tá te cobrando nada, passado é passado. —

Regina deita seu rosto, sobre a palma da mão de Emma, fechou os olhos e disse triste, com a voz baixa: — Ninguém precisa me cobrar. —

Emma respira fundo, e com um sorriso de canto pede: — Pode fazer, o que fez, na floresta ? —

Regina abre os olhos, com um semblante confuso pergunta? — O que eu fiz na floresta? —

Emma estica seu braço, passa as pontas do dedo sobre o mesmo, bem onde era sua tatuagem e disse: — Fez minha tatuagem aparecer, só com seus dedos, e  magia é claro. —

Regina sorriu, e pegou o pulso de Emma, e como no passado, dançou com as pontas do seu dedo, delicadamente sobre o pulso de Emma, fazendo uma tatuagem ir se formando em seu braço, quando Regina viu o desenho, foi com os dedos até ele, e olhou para Emma confusa, com o cenho franzido,e a voz falha, disse: — É...um...um leão? —

Emma foi com a mão até o  rosto de Regina, colocando uma mexa de seu cabelo atrás da orelha, ela suspirou, e aproximou mais da prefeita, fazendo seus corpos se encostarem ela disse, com um sorriso de lado: — Eu estava lá!— puxou o rosto de Regina com a mão, encostando suas testa, repetiu— eu estava lá!— aproximou seus narizes e sentiu a respiração ofegante, da prefeita, exatamente como a sua, viu o movimento de subir e descer do peito de Regina, sua respiração pesada. Emma fechou os olhos, e tomou seus lábios para si. A princípio Regina não retribuiu o beijo, mas ela não resistiu, acabou cedendo, a um beijo que ela não queria, por achar errado estar beijando tão apaixonada uma pessoa que ela tanto fez sofrer, por mais que Emma falasse que ninguém estava cobrando nada dela, Regina entendia o sentimento de quando alguém faz mal para você, e ela ainda não tinha se perdoado. Em algum momento daquele beijo tão delicado e ao mesmo tempo apaixonado, Regina se deixou levar, sentindo cada músculo do seu corpo, e o frio das pontas dos dedos da loira tocando sua pele, puxando seu corpo para mais perto, quase transformando elas em uma só pessoa. Emma sentia uma alegria que não podia descrever, ela finalmente beijava a sua Regina, sem a  culpa de ter que ir embora. A prefeita que tinha seus braços soltos, sem saber onde colocar, foi com as mãos até a cintura da loira, apertando seu corpo com as mãos, puxando ela para mais perto, como se fosse possível. Emma quando sentiu as mãos da morena na sua cintura, e a tentativa de puxar para mais perto, ela aprofundou seu beijo, sentindo cada centímetros de sua boca, como uma explosão de felicidade, ela sentia a língua de Regina passeando pela sua boca, ela soltou um riso baixo dentro da boca da prefeita, que parou de beijá la, aquele pequeno barulho de riso, parece que a trouxe de volta a realidade, ela se afastou desgrudando seus lábios, ainda de olhos fechados, abaixou a cabeça devagar, encostando sua testa no ombro da loira, ficando em total silêncio, a única coisa que se ouvia era a respiração ofegante da morena, parecia que estava tentando segurar o choro. Emma foi com a mão sobre sua costas, alisando disse preocupada: — Regina? — esperou resposta— Regina tá tudo bem! — suspirou fundo— o que foi? —

Regina com as mãos ainda na cintura de Emma, afastou se um pouco dela, com a cabeça ainda baixa disse, com a voz embargada: — Emma por favor...por favor vai embora. —  

— Não!— Regina levantou a cabeça, olhando em seus olhos, Emma pode ver tristeza ali, mais até do que ela tinha visto naquela tarde— Regina o que foi? — Balançou a cabeça em negação, ao ter uma resposta— qual o seu problema?— perguntou tentando tocar o rosto da morena,mas não foi possível, a única coisa que sua mão tocou foi o rastro de fumaça roxa deixada para trás. Emma deu um passo para frente, sentido o perfume de Regina que ainda pairava o ar, suspirando fundo se jogando no sofá ela pensou: “ Tô vendo que vai ser difícil essa mulher me aceitar, ou aceitar que me ama…ela me ama!” — Ela me ama!— disse baixo encostando a cabeça no braço do sofá e se deixando ser levada pelo cansaço, adormecendo rapidamente.




Na manhã seguinte, Emma acorda com a luz forte do sol, que entra por uma fresta aberta na cortina da sala, ela se remexe no sofá, sentindo um desconforto no seu corpo por ter passado toda a noite em uma posição só, e no xique sofá branco da prefeita. Se levantou estralando as costas, e o pescoço,bocejando, olhando ao redor para ver se via algum sinal da Regina, mas ela não estava ali,e Emma sabia que aquela mulher não falaria com ela tão cedo,sabendo disso,pegou sua jaqueta,calçou suas botas,subiu até o quarto de Regina,ergueu sua mão fechada, na intenção de bater na porta, mas recolhe seu braço ao escutar a voz abafada da prefeita, mandando ela ir embora,parecia que estava cansada. Emma percebeu que por mais que ela quisesse estar ali, sua presença não parecia estar fazendo bem a Regina, e ela de maneira alguma queria fazer mal a mulher que  ama, por isso não bateu na porta, apenas se virou descendo as escadas indo embora. Regina ao perceber a casa toda em silêncio, saiu do quarto, andou até a sala, e respirou aliviada ao ver que Emma não estava mais ali. Ao contrário da xerife Regina não acreditava que as duas eram o amor verdadeiro uma da outra. Amores verdadeiros eram extremamente raros, e o destino seria cruel demais, se fizesse Emma seu verdadeiro amor. A salvadora, que nasceu apenas para quebrar sua maldição das trevas e trazer o final feliz de toda a cidade. A cabeça de Regina doía ao pensar essas coisas, ela não conseguia desligar seu cérebro, tudo que ela queria era esquecer tudo que tinha acontecido aquela noite,mas Regina sem perceber, sorriu ao se lembrar do beijo e involuntariamente, seus dedos tocava seus lábios, e ela suspirava,com as lembranças que o beijo de Emma trazia ao seu corpo.   


     

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