Seu olhar tá diferente!

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Regina sorriu com a boca fechada, e disse: — Somos apenas fantoches nas mão da Cora e do Gold, os dois usaram de toda artimanha possível para conseguir o que queriam, minha mãe me tornar rainha e o Gold, vir para este reino aqui…e olha só os dois conseguiram!— mais uma vez sua voz saiu carregada de mágoa. Percebendo que Emma parecia um pouco confusa perguntou— Conhece os efeitos da poção, pra recordar ? — 

— Não muito, ela serve só pra fazer você lembrar não? — 

— Sim, mas eu acredito que presente do Gold, lembrei de partes da minha vida, a qual não imaginava que aconteceu, e que graças a Cora essas lembranças foram totalmente apagadas. — disse triste. 

— A sua mãe, ela foi…foi…— 

— Foi terrível— disse interrompendo a loira— Ela tinha poder,dinheiro, e podia ter o reino que quisesse— suspirou cansada— e ela nunca me amou, desde do dia que descobriu que tava grávida, tirou seu coração, colocando só aquela vez aqui, fui amada por ela por dez segundos, e isso pra mim já foi incrível— olhou nos olhos de Emma, mas logo desviou para baixo— por isso que acho que deva participar de tudo relacionado ao Henry, ele merece todo o amor possível, sei que ama ele. — 

Emma vendo que finalmente a prefeita tinha baixado a guarda disse: — Então por que não faz isso? — 

— O que ? — perguntou confusa. 

— Se ele merece todo amor possível, faça isso, dê todo amor que ele merece.— 

— Mas eu dou, Henry tem tudo de mim, sempre. — disse nervosa. 

— Você acabou de dizer que sua mãe te amou por 10 segundos, e isso foi maravilhoso, faça o mesmo pelo nosso filho. —disse o mais calma o possível, mas com um pouco de receio. 

— Eu amo o Henry, desde o dia que ele entrou nessa casa, eu nunca deixei de amar aquele menino,mesmo quando ele me rejeitava, mesmo— engoliu em seco— quando amar ele era difícil, porque dizia que não era sua mãe verdadeira…duvide de mim em tudo Emma, mas não do meu amor pelo meu filho. — disse com a voz embargada. 

Emma respirou fundo e disse: — Não duvido do seu amor pelo Henry, o que eu quero dizer é, que tudo que sente agora, é reduzido, até seu amor por ele.— 

— Não vou fazer isso Emma, o Henry entendi meus motivos.— 

Emma caminhou pela cozinha, dando a volta no balcão pegando uma xícara de café, ainda de pé disse: — Tem mais de um mês que a gente não tem uma conversa decente, todas as vezes que tentei me aproximar, desaparecia na minha frente, ou usava magia pra me calar, hoje foi a única vez que estamos no mesmo ambiente, sem lançar seu olhar de morte sobre mim— Emma soltou uma lufada de ar, demonstrando seu cansaço, continuou— Fiz coisas incríveis com nosso filho, com sua irmã, que tem demonstrado ser uma pessoa muito boa. O que eu quero dizer, é que poderia ser todos nós juntos, mas eu errei sei que sim, mas estou cansada Regina, coloque seu coração de volta, ame seu filho por completo, me odeie por completo também, até me machuque se isso te faz sentir melhor, mas para com isso, fora dessa casa é outra pessoa, alguém que não se importa de verdade com ninguém, aprenda a lidar com suas emoções em relação ao seus poderes, assim como tô aprendido, não foi fácil mas consegui, tenho controle de quase 100%, posso estar sendo, rude, grossa, ou o que esteja pensando de mim nesse momento,mas sabe que tenho razão, isso de ficar sem o coração já foi longe demais, daqui a pouco não vai mais saber reconhecer o que é o amor, ou qualquer outra emoção não vai sentir nada. — Emma disse olhando para Regina, a qual tinha a cabeça baixa e, os olho marejados,sorriu de canto e, disse— Mentiu pra mim não foi? — 

— E você já sabia? — disse baixo. 

— Sim. Seu olhar tá diferente, e sabe que sempre sei quando tá mentindo. —Emma disse com um sorriso enorme no rosto e, uma dúvida na cabeça— Mas uma coisa, desculpe tocar no assunto, mas você ainda me odeia e quer me matar? — 

— Aaah Emma— disse soltando o ar— não quero matar você,não mais.— 

— O que fez você mudar de ideia?—

Regina,sorriu triste e disse:— Henry!—lembrou da noite anterior, onde escutou seu filho chorar e conversar com alguém. Ela em qualquer outro momento da vida do filho, ao ver ele triste e chorando, tentaria acalentar o garoto,mas não naquela noite, Regina sentou no topo da escada e escutou seu filho chorar,ficou ali por alguns minutos,pensando que qualquer outra mãe ao menos perguntaria ao filho o motivo do choro, mas Regina sabia muito bem o porquê das lágrimas.

— O que ouve? Ontem você ainda estava sem ele. — Emma perguntou curiosa.

— Escutei ele chorando a noite. — disse envergonhada.

— Isso fez você colocar o coração de volta?— 

— Não!— 

— Não?— disse perplexa. 

— Não foi o choro em si, ou o motivo dele,mas a minha total falta de reação ao ouvir ele chorar, sentei ali—apontou para o alto da escada— e não fui ver se ele estava bem…claro que não estava,mas que tipo de mãe não se preocupa com o bem estar emocional do filho?—abaixou a cabeça segurando o choro e, disse com a voz embargada— Percebi que estava vazia, logo seria o retrato perfeito da minha mãe.— 

Emma quis tocar a mulher que demonstrava toda sua vulnerabilidade na sua frente, mas não fez, colocou sua mão atrás no bolso da calça, e disse:— Claro que não Regina, olha só você sentiu até devolveu ele pro seu peito.— 

— Não Emma, não senti…mas mesmo sem um coração, eu ainda possuía um cérebro, e percebi que faltava pouco para acabar fria,vazia,calculista, e tudo de ruim que você pensar, não seria uma rainha má como no passado, acabaria me tornando algo ainda pior,e ser ruim é muito cansativo, sentir raiva, ódio, é péssimo, mas não sentir nada é pior ainda.— 

Emma analisou a prefeita na sua frente, ficou calada por alguns segundos, percebeu que não importava o que ela falasse, Regina poderia parecer que estava com a guarda baixa,mas ela a conhecia muito bem, sabia que não responderia com sinceridade, ela podia sentir na sua voz e nos seus gestos, que Regina Mills, estava terrivelmente triste e magoada,mas Emma não seria a pessoa a quem ela confiaria suas angústias, mas a prefeita já estava com o coração, e ela sabia como tirar um sorriso fácil do seus lábios,então com um sorriso de canto, Emma perguntou:— Por isso o Henry tava tão feliz hoje?—

Regina assim como Emma previu, levantou a cabeça com os olhos brilhando e largo sorriso no rosto disse:— Você achou?— 

—Sim,com toda certeza, já fazia meses que não via ele sorri daquele jeito. Ele sabe não sabe?— 

—Sim, acordei ele hoje, com beijos e café da manhã que ele mais gosta. Engraçado assim que ele me viu sorrindo, já sabia que estava completa. — Sorriu ao se lembrar— Vocês são bem parecidos!— disse olhando para Emma.   

Emma estava feliz, em ver um sorriso verdadeiro no rosto de Regina, e ver a mulher que ela amava e seu filho feliz, era maravilhoso tanto que nem percebia que olhava feito uma boba para a prefeita, a qual já estava com as bochechas ruborizadas .  

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