Capítulo 25

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— Mãe, me escuta! -Maya pede no telefone e revira os olhos. — Eu também estou com saudade, mamãe, mas eu preciso que a senhora me escute. -Ela diz andando de um lado para outro pelo quarto. Choramingo a puxando para perto, quero ela pertinho de mim hoje. Muitas coisas estão acontecendo e eu estou confuso.

Maya me contou que Wendy foi estuprada, Enzo ficou sabendo e agora está lá no corredor gritando e xingando, o homem já foi para algum lugar, não sei qual, vieram buscar ele mas não era da polícia. Eu senti um ódio enorme quando descobri o que aconteceu com a loira.

Ouço mais gritos, uns vindo de Enzo, uns de Gabriela, alguns resmungos e gritos rápidos de Maya, e a briga interna na minha mente.

Suspiro sentindo lágrimas caírem de meus olhos, minha pequena se aproxima tocando meu rosto e beijando minha testa.

— Vai ficar tudo bem... -Murmura acariciando minha bochecha e secando minhas lágrimas. — Mãe, a senhora namorou alguém quando eu tinha dez ou onze anos? -Pergunta no telefone.

— Como não? Isso é impossível... -Murmura cansada. — MÃE! -Ela grita de repente. O olho assustado. — Não, mãe, eu não tenho alzheimer, eu sei que estávamos de luto. -Murmura impaciente.

— Maya. -Chamo baixinho, ela me olha afastando o celular do ouvido. — Pergunta se você tem alguma tia.

— Não, ela nunca falou disso, por que iria esconder? -Pergunta confusa.

— Pergunta para ela. -Mando e ela assente.

— Mãe, a senhora tem alguma irmã? -Pergunta, Maya para de se mexer bruscamente. — Por que está falando assim? O que está acontecendo? Foi só uma pergunta. Espera... Eu tenho uma tia? Por que nunca me contou? -Ela pergunta nervosa, a puxo para meu colo acariciando sua cintura.

— Gêmea?! Thalita? Acidente? Não, mãe, que acidente? Briga... O que a vovó tem haver com isso? Não, não, não, eu não sou lerda, a senhora quem está me confundindo.

Abraço minha menina ao perceber que ela está prestes a chorar, ela coloca o celular no viva voz.

— Maya, eu e a Thalita brigamos cinco meses antes de você nascer, ela era mimada, disse que não queria viver como a gente vivia. Disse que ia arrumar um homem rico para sustentar ela, então mandei ela ir embora, achando que era só birra e ela ia voltar. Mas ela nunca voltou... Não sei como ela está agora, deve estar rica sendo sustentada pelo marido. -A mãe dela diz.

— Ela está morta. -Maya diz, ouço sua mãe engasgar.

— Maya, não brinca com isso. Você nem a conhece. -Thais, a mãe dela, fala nervosa.

— Ela morreu faz uma semana, deixou uma filha de oito anos. -Explica, sua mãe fica quieta por um tempo e logo soluça.

— Como...? Como você sabe?

— O pai do meu... hm... -Maya praqueja com o rosto vermelho. O olho tocando seu rosto.

— Namorado, se você quiser. -Sussurro, ela me olha surpresa.

— Isso foi um pedido? -Pergunta assustada.

— Poderia ter sido numa situação melhor e de um jeito mais romântico, mas... Quer namorar comigo? -Murmuro sendo surpreendido pela risada de Maya, ela me beija tocando meu rosto.

— Ahn... Filha?

— Eu aceito. -Maya diz baixinho.

— Que bom, se não aceitasse seria constrangedor. -Digo e ela gargalha beijando meu rosto todo.

— MAYA?! A minha irmã morreu?!

Maya solta um gritinho e se levanta, pegando o celular de volta.

— Sim, mãe. Eu sinto muito. O "pai" do meu namorado traiu a mãe dele com a Thalita, ela engravidou e teve a Sophia, uma garota IDÊNTICA a mim. -Explica.

•Meu querido menino insuportável•Onde histórias criam vida. Descubra agora