Bônus

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— Logan! Logan... Logan! -Ouço minha esposa me chamar desesperada, me levanto rapidamente e a encontro sentada na cama chorando horrores, abraçada ao travesseiro.

— Calma, May, o que aconteceu? -Pergunto desesperado a puxando pata meu colo.

— Pe... pesadelo. Não... consigo res... pirar. -Fala ofegante, com as unhas cravadas na mão. Separo suas unhas pintadas de amarelo de sua palma e beijo o local machucado.

— Fica calma, okay? Vai ficar tudo bem. Shiiu... eu estou aqui, amor. Vai passar. Você quer me contar como foi o pesadelo? -Pergunto em um tom de voz calma, numa tentativa de acalmá-la. Maymay me abraça escondendo o rosto no meu peito e começa a contar sobre o sonho ruim.

— Foi... Aquela vez... que... que você jogou a minha mochila no vaso sanitário, lembra? -Pergunta, assinto sentindo meu peito apertar quando lembro das coisas que eu fazia com ela. — Naquele mesmo dia você disse que eu tinha problemas mentais e tinha que me tratar, eu acho que... acho que era porque...

— Eu falei que você tinha problemas mentais porque você começou a chorar de repente no dormitório do Dyl. -Murmuro, ela assente parecendo lembrar claramente do dia. Percebo seus pelos se arrepiarem e seu pequeno corpo tremer.

Tudo por minha culpa.

— É... Falando disso, aquele dia eu tinha meio que explodido por causa da pressão. Matéria da faculdade nova, a insistência da Wendy para eu começar a me tratar, a... insegurança, sabe... os remédios que me deixavam esgotada... Era muita coisa e, quando você começou a me provocar, eu não aguentei. Ah... lembra daquele dia que eu dormi no seu colo, quando estávamos jogando? Um pouco antes da gente começar a se relacionar? -Questiona me observando, assinto deixando-a prosseguir. — Aconteceu a mesma coisa. Eu amei dormir ali, foi a noite mais confortável daquele mês... mas quando eu acordei, eu, hum... lembrei... das coisas que você falava, das brincadeiras e tudo em geral. Eu fiquei insegura, com medo de você espalhar isso pras pessoas como se eu fosse uma puta, ou... enfim. Você realmente me perdoa?

— Meu anjo, você não tem a mínima culpa. Eu devia ter imaginado que você não se sentiria segura ao perceber o que tinha acontecido. E mesmo assim, eu deixei que dormisse comigo. E... me desculpa por tudo que eu te fiz, May. Eu era um adolescente tão idiota. Quem faz bullying com a pessoa que mais ama no mundo?!

— Shiu, está tudo bem... -Sussurra, dou risada ao perceber que é a mesma frase que eu digo sempre que a mesma fica mal. — Voltando ao pesadelo... Quando eu tirei a mochila lá de dentro, ao invés de abrir e ver tinta, tinha sangue... e depois eu via meus exames que diziam sobre minhas doenças, e então você e a Soso me chamavam de aberração, problemática, e... foi horrível.

E ela volta a soluçar.

— Amor... foi só um pesadelo. Eu estou aqui com você, e eu e a Soph te amamos. Muito. Você nunca foi e nunca vai ser uma aberração, e você sabe disso.

— Mas eu sou um fardo tão grande...

— Não! -Interrompo ela e a beijo, deitando sobre a mesma. — Nunca, nunquinha, jamais, repita isto, ok? Você não é um fardo. É o amor da minha vida. Eu não viveria sem você. É o meu amor. Minha querida coalinha.

Vejo um sorriso pequeno nascer em seu rosto molhado pelas lágrimas  vermelho.

— Eu te amo, Parker.

— E eu te amo, Lauren. Eu sempre te amei.

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Acolho minha esposa deixando-a no meu colo enquanto a mesma morde a ponta das unhas nervosa. Mas nada se compara à Soph.

Lorena respira fundo, dá um sorriso, acena pra gente e sobe no palco, começando sua apresentação de dança.

E ela arrasa. Completamente. Nunca vi alguém dessa idade dançar tão bem como ela.

— Ah não... -Aisha murmura paralisando o corpo ao ver algo.

— Que foi? -Pergunto ao ver o corpo de Soph paralisar também.

— O pote de óleo.

— Que pote, Aisha?

— O pote de óleo! Pra ela deslizar com mais facilidade no palco. -Ela aponta para um pote vazio em cima da mesa.

— O que é que tem ele? -Maya pergunta saindo do meu colo e se levantando.

— Está vazio. Ele estava cheio, ela comprou essa semana! -Fala, ouço um baque forte no palco e desvio meu olhar para ele, encontrando Lorena no chão tocando o tornozelo com uma cara de choro.

Puta que pariu.

— LÔ! -A ruiva e minha irmã gritam juntas correndo para o palco, junto da assistência médica. Puxo Maya para o canto quando passam com a loira no colo.

— Pressão está ok. Motivo da queda? -Um homem pergunta para uma mulher baixa de cabelo platinado.

— Não identificado.

— Ela usou mais da metade do pote de óleo. -Aisha responde com o potinho na mão.

— Não usei, não! Foi a minha treinadora que preparou para mim. -Lorena responde chorando, ela faz que vai tocar o tornozelo porém o médico não deixa.

— Se algum osso estiver quebrado pode perfurar o músculo ou a pele, e isso vai doer mais ainda. -Ele fala para ela, deixando-a na maca.

— Como assim foi a treinadora? O pote está completamente vazio. -Soph diz, Lo choraminga negando com a cabeça.

— Eu não sei o que aconteceu. Eu não usei, minha treinadora garantiu que ia cuidar de tudo.

— LORENA SANTORO! O que você fez?! A nossa equipe vai perder por sua culpa. Você me disse que se garantia, garota. -A mulher entra na sala irada.

— Abaixa o tom de voz para falar com a minha filha, vadia! -Gabriela entra na sala batendo a porta, indo para cima de Marina, a treinadora.

Vixi, deu merda.

Wendy entra na sala e Maya corre até ela para pegar Emma, que estava com a loira.

— Vem com a mamãe, filha. -Sussurra abraçando o corpo da nossa filha.

— Quem você acha que é para me chamar assim, garota? -Pergunta a treinadora cruzando os braços.

— Alguém que vai foder com a sua vida, babaca. -Diz encarando-a de cima a baixo. Lorena observa a prima com lágrimas nos olhos enquanto o enfermeiro enfaixa seu pé ignorando todos em sua volta. Minha esposa se aproxima de mim com Emma abraçada ao seu pescoço.

— Não me chama assim! -Grita a mulher e em seguida dá um tapa na bochecha da minha amiga.

— NÃO TOCA NELA! -Wendy grita e joga algo no rosto da mulher.

Ai ai, Wendy adora jogar coisas.

— Sabe que vai dar merda, né? Muita merda. -Maya fala me abraçando. Assinto rindo da situação.

Eu sei que a Gabi vai dar um jeito de destruir essa mulher, desde o corpo até a alma.

______

— Vem cá, amor. -Maya me chama abaixando a camisa. Deito com a cabeça em seu peito, começando a mamar. Emma resmunga alguma coisa e faz o mesmo com o outro seio da minha esposa.

— Own, dois bezerrinhos. Um já velho e a outra com um aninho. Meus amorzinhos. -Maya choraminga nos abraçando. Solto uma risada acariciando o ombro de Maymay e os cabelos loiros da minha filha, que é idêntica a mim. — Eu amo vocês.

— E nós te amamos. -Murmuro com o seio dela na boca, que ri beijando minha testa.

Deus, como eu amo essa mulher.

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(Fiz um bônus porque estava com saudade do meu casalzinho, eu não ia postar, porém agora deu vontade e aí está.)

•Meu querido menino insuportável•Onde histórias criam vida. Descubra agora