Ao mudar-se para a Escócia com seu marido, Florence, achou estar dando o ponto crucial para sua nova vida feliz. Entretanto, mal sabia que aquilo seria o início do seu próprio inferno pessoal. Um dia, ao ir a um baile da aristocracia, se pegou sendo...
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Eu não conseguia parar de martelar as palavras de William em minha cabeça. Ele estava realmente disposto a se casar comigo? Penso que o que eu sentia era medo. De algum modo eu tinha em mente que se não nos casássemos nada do que ocorrera com Phillip poderia voltar a acontecer. Mas não podia negar que a ideia de me casar com William me agradava.
Eu sabia que ele era diferente, que com ele seria diferente. Duas batidas leves foram deferidas contra a porta, fazendo minha atenção se voltar para lá rapidamente. Como quando escutamos alguém chamar nosso nome e procuramos rapidamente a direção de onde vem o som.
— Posso entrar? — Era a voz de Elouise. Ela entrou de cabeça baixa com uma bandeja na mão e passou alguns minutos calada, como se tomasse coragem para falar. — Trouxe seu café da manhã.
— Não precisava se incomodar. — Falei ríspida com uma certa ironia na voz. Eu não estava mais com raiva, só não achava precisar me aproximar novamente naquele instante. Eu precisava pensar seriamente sobre muitas coisas.
Ela caminhou até perto e colocou a bandeja na cama, se afastando um passo. Finalmente tirei os olhos do bordado que eu fazia e olhei fixamente para ela, em seus olhos. Eu não era das mais fãs da arte da costura, mas naquele momento eu estava a procura de qualquer coisa que distraísse minha mente. Nem que por alguns minutos.
— Eu queria pedir desculpas por ontem, sei que não deveria me meter na sua vida daquele jeito e... Fiquei tão preocupada... — Lágrimas se soltaram dos seus olhos e meu coração se amoleceu de imediato.
— Não chore. — Caminhei até ela. — Eu sei que a sua intenção não era ruim.
— Mas eu não precisava falar daquele jeito com você...
— Tudo bem, Elouise. Eu a desculpo, mas me prometa que irá pensar muito bem antes de falar aquele tipo de coisa para mim novamente. Você é a pessoa em que eu mais confio no mundo, a única que sabe exatamente tudo por que passei.
— Eu sei, Florence. Eu sei.
A abracei e ela logo se acalmou. Também não demorei muito tempo para fazer as pazes com Aurora, eu sabia que grande parte do motivo de tudo era preocupação. Não que o fim justificasse os meios, mas eu sabia que ela me amava e se fosse eu em seu lugar também me preocuparia. Papai e mamãe conversaram comigo a respeito do que lhes foi dito por carta. Não que eu tenha ligado para o que me disseram, no momento eu não estava muito a fim de escutar discursos sobre minhas atitudes. Eu já não era mais criança.
Resolvi dar um passeio, eu estava ficando sufocada dentro daquela casa. Apesar de estar repleta de pessoas a casa parecia vazia.
Levantei-me disposta a sair o mais rápido possível, e claro, sem ser notada. Não queria dar explicações de para onde eu estava indo. Mas é claro que a vida tinha que me pregar uma peça, mamãe me pegou no flagra já perto da porta, andando na ponta do pé.