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Em momento algum eu imaginava voltar a sentir algo por alguém depois da morte de meu marido. O casamento que eu imaginava por conveniência, não incluía sentimentos maiores além da amizade. Quem diria que não muito tempo depois eu estaria totalmente perdida por um homem que não me queria?
O som do cantar dos pássaros era uma ótima maneira de acordar. Agora, por algum motivo eu já não odiava viver no campo. A brisa fresca que invadia o quarto pela janela aberta, fez algumas folhas que usei de rascunho voarem para todos os lados. Eu estava escrevendo, ou ao menos tentando escrever, uma carta para Lizzie na noite anterior. Queria mandar notícias boas para a Escócia e avisar-lhe que eu estava bem.
Curvei-me e comecei a juntar o amontoado de folhas que se encontravam espalhadas. Estava nessa posição, cabeça abaixada e com o traseiro para cima quando ouvi um pigarrear vindo da porta. Me virei bruscamente e encontrei William encostado ao batente de madeira com um meio sorriso. Ele não estava mais com raiva?
— Bonito traseiro, Lady Finch. — Ele falou em um tom divertido que me fez corar as bochechas. Só então lembrei estar com o fino tecido da roupa que usara para dormir.
— E o que fazia olhando para ele? — Falei o mais seriamente possível, apesar de também estar divertindo-me com a cena.
De repente, como se lembrasse dos últimos acontecimentos e da raiva que sentia por mim, sua expressão ficou dura e o seu olhar triste. Ele se afastou mais da porta e retomou a postura séria de sempre.
— Mamãe pediu para chamá-la.
— Descerei. — Ele assentiu. Fechou a porta e se foi.
Acredito que fiquei uns dez minutos na mesma posição, os olhos grudados na madeira e os papéis na mão. Quando finalmente percebi que aquilo era ridículo suspirei fundo e retomei o exercício de recolher os papéis. Toquei o sino do quarto e momentos depois uma moça que eu não conhecia venho me ajudar a vestir-me. Fez um penteado simples e logo após também deixou o quarto.
Desci as escadas, curiosa com o possível assunto do qual a duquesa viúva queria tratar comigo. Ela era uma mulher temperamental e às vezes isso me assustava um pouco. Após o desjejum a encontrei, com a ajuda de uma criada, em uma das ante-salas da propriedade.
— Oh, Florence! Está aí. Pensei que estava se arrumando para um casamento.
Soltei uma risadinha involuntária com o nervosismo da matrona e me sentei em uma das poltronas dispostas na sala.
— Imagino que o assunto seja muito urgente.
— É sim. — Ela disse com a voz em um tom mais baixo que o habitual, me causando estranheza. — Hoje você conquistará de novo a admiração de meu filho.
Ri novamente, o que fez com que a Sra. Russell torcesse o nariz em desagrado. Voltei a minha compostura habitual e me aproximei mais dela.
— E como fará isso?
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O Despertar de Florence
RomanceAo mudar-se para a Escócia com seu marido, Florence, achou estar dando o ponto crucial para sua nova vida feliz. Entretanto, mal sabia que aquilo seria o início do seu próprio inferno pessoal. Um dia, ao ir a um baile da aristocracia, se pegou sendo...